Fanfic: Uma Prova de Amor AyA (Adaptada).Finalizada | Tema: Anahi e Alfonso
Sei que vou irritar Jess, mas me arrisco e digo a ela que a esposa de Trey provavelmente achava que também teria um bom casamento com um filho, no começo do relacionamento. Trey deveria achar isso também. Jess tensiona a mandíbula em protesto, mas continuo:
— Tenho certeza de que quando Maura e Scott ficavam se agarrando na Jacuzzi dele, e em todos os cômodos de seu apartamento de solteiro, ela nunca teria pensado que um dia ele a trairia. Que as coisas ficariam tão... deprimentes.
Jess continua:
— Esses casos são as exceções. A maioria dos casais fica ainda mais feliz depois dos filhos.
— Não acho. Os infelizes parecem ser a regra... Você se lembra da situação da Daphne — digo.
— Daphne parece ter um casamento sólido — Jess diz.
— Eles têm. Mas agora, ela e Tony estão tão obcecados em conceber um filho, que esse assunto ocupa todos os espaços da vida deles. Eles não conseguem falar sobre mais nada. Não pensam em mais nada. Eles estão... se tornando chatos.
Jess ri e fala:
— Eles não foram sempre meio chatos?
Jess é a única pessoa que eu deixo criticar minha família. Porém, apesar disso, não resisto em defender Daphne.
— Chatos de um jeito bem meigo — digo, lembrando como ela fica animada com coisas simples, como um álbum de recortes. — Na verdade, eu a chamaria de simplória, não de chata. Saudavelmente simples... Mas ultimamente ela e Tony estão bem sombrios. Não que eu os culpe...
Jess suspira e diz:
— Bem, mas... A questão é... Existem muitos casais felizes que têm filhos.
— Talvez — eu respondo. — Mas não sei se nos encaixaríamos nessa lista. Eu não estou a fim de fazer da minha vida um experimento de ciência.
— Como os ratos Mest? — Jess pergunta.
— Como os ratos Mest — respondo.
Fico no apartamento de Jess e só volto para o meu apartamento depois de quatro dias, quando sei que Alfonso está no trabalho, para poder pegar meu celular e mais algumas roupas. Fico esperando que ele me ligue, mas o telefone não toca. Nenhuma vez. Não acho que ele vai me ligar, mas, todas as vezes que eu checo minhas mensagens de voz e escuto “sem novas mensagens”, sinto uma onda de angústia me encharcando. Claro, eu também não liguei para ele, talvez ele sinta a mesma coisa que eu quando verifica suas mensagens em vão. No entanto, algo me diz que ele não está sofrendo e isso faz minha dor ficar ainda pior. Aquela coisa toda de que “o sofrimento adora companhia” nunca é mais bem aplicada do que quando você está terminando um relacionamento. Saber que a outra pessoa está bem é demais para se suportar.
Jess insiste em dizer que estou ficando paranoica, que é claro que Alfonso está tão triste quanto eu, mas tenho duas boas razões para acreditar que estou em uma situação pior do que a dele. Compartilho a primeira razão com Jess, enquanto estamos comendo comida chinesa em casa, certa noite, e lembro a ela que Alfonso é aAlfonsoçoado com a habilidade de se separar da dor e ficar em uma confortável dormência. Você sempre ouve que não é saudável reprimir emoções, mas todas as vezes que eu vejo Alfonso lidar com a tristeza, suportando a dor como um herói, não posso deixar de ter inveja. Nunca fui capaz de fechar essa parte do meu cérebro. Lembro-‐ me de quando, no ano passado, o primo de Alfonso e também seu melhor amigo, Mark, foi diagnosticado no estágio quatro de câncer de próstata. Alfonso permaneceu estoico, quase desafiador durante toda a provação, até mesmo quando recebeu uma ligação no meio da noite com a notícia de que Mark havia falecido.
Quando Alfonso deitou na cama depois de conversar brevemente com a mãe de Mark, perguntei se queria conversar. Ele sacudiu a cabeça antes de apagar a luz e sussurrar:
— Não, na verdade, não. Não há muita coisa para se dizer. Queria falar para ele que havia muita coisa para se dizer.
Poderíamos conversar sobre como a vida de Mark foi curta, mas plena. Poderíamos falar sobre as lembranças da infância dele e do primo, que sempre foi mais como um irmão. Poderíamos conversar sobre o tempo da faculdade, na Brown, que tinha sido a primeira escolha de cada um e os dois passaram e puderam estudar juntos. Poderíamos conversar sobre o final, como foi doloroso ver Mark definhar. Poderíamos falar sobre o que viria a seguir, sobre o discurso que eu sabia que Alfonso estava formulando em sua cabeça há várias semanas.
Mas ele não disse nada. Lembro-‐me de perceber, no escuro, que ele estava acordado, então, eu também fiquei, no caso de ele mudar de ideia e querer conversar, ou pelo menos chorar. Mas ele não chorou. Não naquela noite nem no dia seguinte. Nem mesmo no funeral, quando seu lindo discurso levou todo mundo às lágrimas.
Levou seis meses para Alfonso desabar. Estávamos no corredor de cereais do supermercado quando ele pegou uma caixa e um olhar de puro sofrimento estampou em seu rosto. Não tive que perguntar no que ele estava pensando. Ele voltou para casa e entrou no quarto, então eu ouvi aquele som estranho e assustador de um homem crescido segurando os soluços. Quando ele apareceu, um pouco mais tarde, seus olhos estavam vermelhos e inchados. Eu nunca o tinha visto daquele jeito. Ele me abraçou com força e sua voz saiu entrecortada, quando disse:
— Sinto tanta falta dele, que droga!
— Não que eu esteja comparando nosso rompimento com a morte de Mark — digo a ela, depois de lhe contar a história.
Jess concorda com a cabeça e diz:
— Entendo. Mas, se vocês realmente terminarem tudo, vai ser como uma morte.
— Sim. Especialmente porque ele e eu não somos daqueles casais que ficam “em contato com seus ex” — explico. — Se acabou, está acabado. Eu não quero ser amiga de Alfonso.
Jess suspira e, então, diz:
— Bom. Talvez não esteja tudo terminado.
— Mas acho que está, sim — comento. — Pense nisso. Alfonso levou seis meses para enfrentar de verdade o fato de que Mark havia morrido. Quando ele se permitir sentir minha falta, será tarde demais.
Autor(a): eduardah
Este autor(a) escreve mais 7 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Jess faz uma cara de preocupada, o que me faz pensar na segunda razão pela qual Alfonso está sofrendo menos do que eu. Esta eu não compartilho com Jess. Nunca disse isso em voz alta, nem mesmo escrevi no meu diário. É algo do qual eu tenho consciência a certo nível, mas não me permito pensar nisso. A razã ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 22
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 22:39:06
Acabou a fic???? E os filhos??? ;(
-
franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 21:35:45
*.*
-
sra.herrera Postado em 23/08/2015 - 17:35:56
Continua amo essa fic quero aya juntos logo #RaivaDoPoncho -_-
-
eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:53:10
Tem uma saída sim , faça igual eu , quando eu li esse livro, assim como eu tb li COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ pulava tudo essas cenas kkkkkkk ...
-
eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:49:59
Essa ainda sendo , acontecendo tudo é Uma História de amor, tem algo que já entrou na fic, na História que vai começar a se encaminhar aos eixos , dividi ela em 4 Partes e já estou na terceira , aguarde , eu disse tem coisas aqui que por mim não postava mas , no fim vcs vão acabar tendo uma surpresa Bem legal a respeito de um dos dois , e enfim dos dois tb , não abandona não , vc ainda vai rir ....
-
franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 23:16:33
;/
-
franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:44:33
;(
-
franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:19:50
Não to gostando ;( eu não quero ficar lendo a any com outro...e ela apaixonada por outro...e com certeza poncho ta com outra....que história mais triste é essa...
-
franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:39:22
Migaaaa serio..não consigo ler...eu to até chorando...de tristeza....poncho nem aparece...cada um ta na sua...não vejo saída....
-
franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:33:58
Poxa como vc quer que eu leia isso...any transando com outro!!!!! Poncho deve estar fazendo o mesmo também... ;( isso acabou comigo....