Fanfics Brasil - Capitulo 18 Uma Prova de Amor AyA (Adaptada).Finalizada

Fanfic: Uma Prova de Amor AyA (Adaptada).Finalizada | Tema: Anahi e Alfonso


Capítulo: Capitulo 18

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Cerca de seis anos mais tarde, quando eu tinha 11 anos, aprendi de perto como essas duas emoções estão alinhadas. Foi o ano em que minha mãe teve um “suposto” caso amoroso (ela ainda nega isso) com o diretor da minha escola primária, o Sr. Higgins. Ainda acho que, pior do que ficar órfão ou seriamente desfigurado, isso é a pior coisa que pode acontecer para um aluno do 5º ano, principalmente quando você  é a última pessoa a ficar saAlfonsodo da fofoca. Nunca tinha tido a ilusão de que meus pais eram perfeitos quando os comparava frequentemente aos pais ideais dos livros. Queria que meu pai fosse um pouco mais parecido com o Atticus Finch, e que minha mãe de vez em quando se comportasse como a carinhosa Ramona Quimby, a mãe compreensiva de meus livros favoritos da Beverly Cleary. Porém, em geral, estava feliz com meus pais. Gostava quando meu pai nos levava para fazer coisas divertidas nos fins de semana, em vez de trabalhar no quintal ou assistir ao futebol como os outros pais da vizinhança. E ficava orgulhosa de como minha mãe era bonita e engraçada, e de quanto minhas amigas admiravam seu estilo de se vestir.


Contudo, eu não pensava muito neles. A maioria das crianças não pensa. Se as coisas estão indo bem na vida, os pais são mais como um pano de fundo e uma rede de segurança do que personagens principais, que assumem o centro do palco durante o recreio. Foi o que aconteceu no parquinho certo dia, quando Chet Womble, um garoto que eu odiava porque ele ficava cutucando o nariz e falando palavrão, decidiu dar a grande notícia do caso amoroso de minha mãe via grafite com giz branco. Ele desenhou duas enormes figuras completas, uma com a anatomia masculina e outra com a feminina, e escreveu a seguinte frase, em letras garrafais: A MÃE DE ANAHI TRANSA COM O SR. HIGGINS. (A capa do vídeo Debbie Transa com Dallas circulou pela cantina na semana  anterior, então, mesmo sem o desenho inteligente de Chet, ninguém ficou em dúvida sobre a palavra transa.)


Lembro-­‐me de ficar olhando para os peitos esquisitos e tortos de minha mãe e, então, desesperadamente tentar apagar meu nome com o calcanhar, pensando o tempo todo que, não importava o que eu fizesse, nunca conseguiria superar aquilo. Tinha me tornado a vítima patética de um romance de Judy Blume (embora, naquele momento, eu preferisse ser qualquer outro personagem a ser filha de minha mãe).


Não ajudou nada Chet ser suspenso por uma semana ou poucas pessoas terem visto o desenho antes de ser apagado por um funcionário. Só me importava que, de repente, eu soube que tudo aquilo era verdade: minha mãe estava, de fato, transando com o Sr. Higgins. O quebra-­‐cabeça se formou na minha mente com uma onda de vergonha e horror: o súbito e incomum interesse de minha mãe em ser voluntária na escola; o cuidado com que ela colocava o batom ao me levar para a aula e suas desculpas para entrar no prédio comigo; o fato de o Sr. Higgins saber meu nome e parecer se esforçar para sorrir para mim e me cumprimentar nos corredores.


Na noite da proeza de Chet, fui para casa e não sei como consegui fazer minha tarefa e ainda participei do jantar horrível que tinha, no menu, picadinho de carne. Fiquei em dúvida sobre quando exatamente  eu deveria confrontar minha mãe, e vi alguma vantagem em fazer isso enquanto estávamos nós cinco sentados em volta da mesa do jantar. Ela merecia isso. Mas, pelo bem de meu pai, esperei até o jantar terminar e ele ir para a sala de estar para assistir ao jogo de seu adorado Mets. Minhas irmãs se levantaram para tirar a mesa e colocar a  louça  na lavadora quando falei bruscamente:


 — Mamãe, por que você está traindo o papai com o Sr. Higgins?


Maura derrubou um prato e Daphne começou a chorar enquanto nossa descarada mãe fez sinal para eu ficar quieta,  parecendo desesperada ao olhar em direção à sala de estar. Continuei a  falar, dizendo que isso não era segredo graças ao desenho bem claro de Chet Womble. Claro que minha mãe negou tudo, mas ela não foi muito convincente nem se esforçou demais para que eu mudasse de ideia. Em vez disso, ela me mandou para o meu quarto. Obedeci, não porque achasse que tinha que obedecer, mas porque, só de olhar para ela, eu ficava enjoada.


Nas semanas seguintes, eu mesma oscilava entre a raiva e a dor, e me vi relembrando a mãe de Jimmy no supermercado. Às vezes, eu chorava desesperadamente e depois escrevia furiosamente no meu diário, xingando minha mãe de nomes que só tinha ouvido na boca de garotos como Chet. Vagabunda. Puta. Vadia. Um palavreado bem saudável para uma aluna do 5o ano.


Com todo aquele sofrimento, aprendi que ficar com raiva era mais fácil do que ficar triste. A raiva era algo que eu podia controlar. Podia entrar em um ritmo fácil de culpa e ódio. Focar minha energia em algo que não doesse em meu peito.


Acho que minha mãe e o Sr. Higgins pararam de se encontrar logo depois do ocorrido. Mas ela teve outros casos até conhecer Dwight, um cirurgião plástico bronzeado que usava um anel de brasão cor-­‐de-­‐rosa no dedinho, tão brega quanto uma personagem do seriado O barco do amor. Minha mãe ficou tão enlouquecida com Dwight e o estilo de vida luxuoso que ele lhe prometia, que nos abandonou de verdade, dando  nossa guarda total para meu pai quando eu tinha 13 anos. Claro que isso é outra história, um capítulo bem mais sério da saga de nossa família. De certo modo, nada do que aconteceu foi tão doloroso quanto aquele dia no parquinho: olhar para baixo e ver os peitos de minha mãe desenhados com giz branco.


Isso me lembra, é claro, do elefante na sala. Aquilo que Jess, Alfonso e minhas irmãs, aquilo que todos estão pensando, mas não têm a coragem de dizer: o fato de que eu não quero ter filhos, pois tenho questões a serem resolvidas com minha própria mãe.


Meu primeiro instinto é negar essas acusações, assim como acho cansativo quando culpam as desventuras de alguém por sua infância infeliz. Todo mundo tem uma família problemática, de um modo ou outro, mas todos temos a obrigação de superar isso. Viver no presente e parar de choramingar pelo passado. Por exemplo, quem acredita que a desculpa para um agressor de crianças é que ele também foi agredido quando era pequenininho e teve seus braços queimados por pontas de cigarro?


Ainda assim, não posso negar que existe um estigma em ter uma mãe que trai sua família e depois a abandona. Um estigma que fica marcado na sua alma para sempre. E esses sentimentos devem estar desempenhando pelo menos um pequeno papel, da mesma forma que a obsessão de Daphne em ter filhos tem muito a ver com o fato de apagar a dor que minha mãe causou. De certo modo, a abordagem de Daphne faz mais sentido. E a ideia de refazer o sofrimento não apenas não é atraente, mas é apavorante. Não quero ter esse tipo de poder sobre ninguém. Não quero ser alguém que as pessoas vão ter que superar. Acho que todos concordam que é bem pior ser uma mãe de merda do que ter uma.


Então, nos dias e semanas seguintes, me debato entre a raiva e a dor. Raiva por causa de toda a situação. Raiva de Alfonso por ter me virado as costas. Raiva que me leva a ir, quase que tranquilamente, ao escritório de um importante advogado especializado em divórcios na Fifth Avenue.



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Autor(a): eduardah

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  Não sei dizer se as semanas seguintes passam rápido demais ou se são terrivelmente lentas. De certo modo, parece que Alfonso e eu estamos terminando tudo da noite para o dia, de um jeito fácil demais. Fico pensando que só celebridades volúveis terminam casamentos com tanta facilidade quanto nós. Ou jovens tolos que se ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 22



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  • franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 22:39:06

    Acabou a fic???? E os filhos??? ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 21:35:45

    *.*

  • sra.herrera Postado em 23/08/2015 - 17:35:56

    Continua amo essa fic quero aya juntos logo #RaivaDoPoncho -_-

  • eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:53:10

    Tem uma saída sim , faça igual eu , quando eu li esse livro, assim como eu tb li COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ pulava tudo essas cenas kkkkkkk ...

  • eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:49:59

    Essa ainda sendo , acontecendo tudo é Uma História de amor, tem algo que já entrou na fic, na História que vai começar a se encaminhar aos eixos , dividi ela em 4 Partes e já estou na terceira , aguarde , eu disse tem coisas aqui que por mim não postava mas , no fim vcs vão acabar tendo uma surpresa Bem legal a respeito de um dos dois , e enfim dos dois tb , não abandona não , vc ainda vai rir ....

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 23:16:33

    ;/

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:44:33

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:19:50

    Não to gostando ;( eu não quero ficar lendo a any com outro...e ela apaixonada por outro...e com certeza poncho ta com outra....que história mais triste é essa...

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:39:22

    Migaaaa serio..não consigo ler...eu to até chorando...de tristeza....poncho nem aparece...cada um ta na sua...não vejo saída....

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:33:58

    Poxa como vc quer que eu leia isso...any transando com outro!!!!! Poncho deve estar fazendo o mesmo também... ;( isso acabou comigo....


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