Fanfics Brasil - Capitulo 20 Uma Prova de Amor AyA (Adaptada).Finalizada

Fanfic: Uma Prova de Amor AyA (Adaptada).Finalizada | Tema: Anahi e Alfonso


Capítulo: Capitulo 20

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Naquela noite, ando pelo apartamento fuçando nos armários e nas gavetas enquanto bebo uma garrafa de vinho e faço anotações em uma folha de papel. A coisa toda parece surreal, como se eu estivesse vendo certos itens pela primeira vez. Enquanto inspeciono o que conquistamos juntos, percebo, com uma mistura de alívio e orgulho, que não quero quase nada. Tento, mas não consigo me preocupar com as mobílias, as roupas de cama e a prata. Fico olhando para nossa única e cara obra de arte, uma maravilhosa tela com a paisagem da cidade em tons sépia, de Geoffrey Johnson. Amo esse quadro e não consigo imaginar não poder mais olhar para ele. No entanto, Alfonso e eu o compramos juntos em nosso segundo aniversário e, pensando bem, não quero me lembrar disso todos os dias.


Por algum motivo, me concentro nos nossos CDs, músicas que adquirimos juntos, coisas que ouvimos em diferentes ocasiões de acordo com nosso estado de espírito. Música para se arrumar para sair. Música para dar uma festa. Música para tarefas domésticas. Música para fazer sexo. Música para se preparar para fazer sexo. Música para depois do sexo. Sei que CD não é o tipo de item que Nina tem em mente, estamos  falando de centenas de dólares pela coleção inteira, mas é doloroso demais ter de pensar em sair para substituir a música que ouvíamos juntos. Além do mais, eu sei o quanto nossos CDs significam para Alfonso, e parte de mim quer irritá-­‐lo. Não tenho vontade de puni-­‐lo financeiramente, mas quero que ele sofra. Quero que ele sinta um vazio enorme por dentro e pegar uma jarra de cristal não vai provocar isso. Encho outro copo de vinho enquanto anoto alguns  de  meus artistas favoritos: James McMurtry, Bruce Springsteen, Bob Dylan, Tom Waits, Velvet Underground, Laura Cantrell, Van Morrison, Cowboy Junkies, Wilco, Tracy Chapman e Dire Straits. Para reforçar minha estratégia, pego uma caneta preta e escrevo minhas iniciais nas capas dos CDs. Quando estou na metade da tarefa, percebo que ainda uso meu sobrenome de casada, Davenport, e passo para minhas iniciais de solteira, C.P.; então, digo a mim mesma que Parr, o nome que mantive no trabalho, combina muito mais com Anahi, que nunca fui fã de nomes com três sílabas combinados com sobrenomes de três sílabas. O vinho começa a fazer efeito por volta da meia-­‐noite, quando eu desisto do trabalho de analisar para escolher, faço um risco na minha lista e escrevo no alto da folha: “Todos os CDs”.


No dia seguinte, ligo para Nina e lhe digo que só quero minhas coisas pessoais, todos os nossos CDs e meu nome de solteira de volta. Ela resmunga ao telefone e diz:


—            Como sua advogada, é meu dever lhe dizer que você está cometendo um erro.


—            Isso não tem nada a ver com dinheiro... Tem a ver com princípios! — contesto.


—            É exatamente por isso que eu quero que você inclua  mais coisas — Nina rebate. — Tem a ver com princípios. É ele que quer cair fora desse casamento. — Então, ela suspira e pede que eu pense um pouco mais e que, enquanto isso, ela vai fazer um esboço do Acordo da Separação.


Alguns dias mais tarde, os documentos chegam ao meu escritório. Leio as páginas com cuidado. Elas consistem basicamente na linguagem clichê de renúncia de pensão, imposto de renda, dívidas e obrigações das partes. As únicas linhas que realmente chamam minha atenção estão no começo:


Considerando que, como resultado de certas disputas e diferenças irreconciliáveis entre as partes, as partes se separaram e agora moram separadas e distantes, e elas pretendem viver separadas e distantes  um do outro pelo resto das suas vidas [...] Considerando que não há filhos no casamento e nenhum está sendo esperado.


Eu penso, “Você pode repetir isso?”. Então, ligo para Alfonso e marco um jantar com ele, para que revisemos o acordo. É o que precisamos para encerrar nossa história. Encerrar é um desses verbos que eu sempre detestei, muito usado por mulheres melodramáticas. Porém, não acho que é melodramático usá-­‐lo quando seu casamento está se desfalecendo. Quando você precisa ver seu marido só mais uma vez para aceitar que ele não vai mais ser seu marido. Embora, talvez, só talvez, eu esteja apenas lhe dando uma última chance de mudar de ideia.


—            Onde vamos nos encontrar? — pergunto.


Sei que ele vai me dizer que não se importa com o lugar em que a gente vai se encontrar, que depende de mim.


E então, ele suspira ao telefone e diz:


—            Você escolhe o lugar, Anahi. Para mim, não faz diferença — responde. Como se ele tivesse o direito de estar chateado.


Quero ter uma atitude passivo-­‐agressiva para dar o troco e quero muito insistir que ele escolha o local de nosso último encontro, mas chego à conclusão de que estar no controle é uma forma eficaz de não perder o controle. Digo a ele que vou pensar um pouco e entro em contato. Minha voz é fria e distante.


 —           Ótimo. É só me falar — ele diz e eu tenho que encarar o fato de que ambos estamos tentando “parecer o mais distante possível”, como se fosse uma competição. Acho que ele acabou de me vencer por um fio de cabelo.


Pelas próximas horas, olhei todos os registros do Zagat pela internet, o guia que no passado continha a chave de noites divertidas com Alfonso. Havia mil novecentos e trinta e nove registros de restaurantes e nenhum deles parecia apropriado para encontrar meu futuro ex-­‐marido para discutir a divisão de Bens . Olho nas categorias: “Jantar tarde da noite”, “Badalado”, “Com ótimas vistas”, “Lugares românticos”, “Ocasiões especiais”, “Lugares para solteiros”. Nenhuma delas parecia boa. Em uma cidade como Nova York, como o pessoal que faz o Zagat inclui categorias como “Banheiros para visitar” e se esquece do mais importante, “Lugares para se separar”?


Enquanto estou revendo os restaurantes, Michael Brighton, gerente de publicidade, para ao meu lado e me cumprimenta. Michael e eu nos formamos na faculdade na mesma época, há treze anos, e ambos começamos a trabalhar aqui no mesmo dia. Ele é um dos meus amigos mais íntimos do trabalho, seu jeito prático e seu humor inteligente me deixam à vontade para discutir meu divórcio. Posso contar com ele para não demonstrar compaixão demais.


—            O que conta de novo, Anahi? — ele pergunta, enquanto pega minha bola Magic 8 da prateleira e a sacode. É um brinquedinho que eu tenho evitado ultimamente, por motivos óbvios.


—            Nada de novo — digo. Ele olha para a bola e fala:


 —           Droga. A lavanderia não vai conseguir tirar a mancha da minha jaqueta de camurça.


Dou uma risada.


—            Por que suas perguntas para a Magic 8 são sempre tão sem importância?


—            Porque minha vida é sem importância. Você sabe disso — ele fala, passando a mão pela cabeça raspada. Michael tem a pele negra mais lisa e suave que eu já vi. Parece que foi acariciado pelo vento. Alfonso dizia que Michael se parece com Charles Barkley e acho que até posso ver alguma semelhança nos olhos e nas sobrancelhas, mas Michael não é tão grande quanto Barkley e suas feições são mais bem desenhadas.


—            Certo — digo, com sarcasmo. A vida de Michael pode ser qualquer coisa, menos sem graça. Na semana passada, por um acidente, ele enviou um e-­‐mail para toda a empresa atestando a incompetência de sua assistente.


—            Então, por falar nisso, como está o romance da Amy Dickerson?


Vai sair uma resenha na Time sobre ele ou não? — pergunto.


—            Estou quase conseguindo — ele fala, bocejando. Michael protela tudo, mas normalmente consegue as resenhas para mim. Todo mundo da área o adora e eu sempre fico animada quando ele está trabalhando com um dos meus livros. — Não se preocupe. — E ele aponta para o meu guia. — O que é isso? Você já vai marcar um encontro quente?


—            Não — digo. — Estou tentando escolher um lugar para encontrar Alfonso hoje à noite.


—            Para falar sobre reconciliação?


—            Não. Para discutir a partilha de nossos Bens.


—            Hum... — ele comenta. — Que tal o Kittichai? Tenho uma reserva para esta noite e não pretendo usá-­‐la.


Ergo as sobrancelhas.


—            É uma longa história.


—            Eu tenho tempo.


—            Ela é muito carente.


—            Ah... — digo, procurando na letra “K”. — Vamos ver, Kittichai.


Fica no Hotel Thompson, não é?


—            Sim — ele confirma. — Tenho uma mesa para dois reservada para as 8 horas. Se quiser, é sua.


—            Nunca estive lá, na verdade — digo. — E não acho uma boa ideia experimentar um lugar novo.


—            Então vá a algum lugar costumeiro... a Gramercy Tavern?


Aquavit? Balthazar?


Sacudo a cabeça.


—            Também não posso ir a esses lugares. Esses espaços familiares estão carregados de muitas lembranças. Boas lembranças. Comemorações. Seria um pouco... conflitante — explico. — Não posso ficar sentada em um desses lugares discutindo quem vai ficar com as panelas Calphalon enquanto rememoro nosso primeiro aniversário ou a noite em que enlouquecemos de paixão no banco de trás de um táxi...


—            Você nem cozinha. Quer mesmo as panelas? — ele pergunta.


—            Não. Na verdade, eu não quero nada.


Michael concorda com a cabeça, franze os olhos e olha para o alto como se suas lentes de contato o incomodassem.


—            Estou bem curioso sobre o que aconteceu no banco de trás do táxi. Deixa eu testar uma teoria? Aconteceu antes ou depois de vocês se casarem?


—            Antes — digo, tentando apagar essa lembrança da memória, e continuo: — Acho que tenho que me focar em um lugar meio sofisticado, que esteja na moda e que seja conhecido. Um lugar aonde já tenhamos ido, mas que não tenha nada de especial. Um lugar que tenha uma boa vibe, mas que não seja movimentado demais. E estou querendo um lugar com um serviço mediano. Não quero ser interrompida o tempo todo com sugestões de comida e bebida.


Michael ri. Olho para ele séria.


—            Isso não tem nada de engraçado. Seu sorriso desaparece e ele diz:


—            Sinto muito. Você está certa, não é nada engraçado.


—            Ok. Talvez seja um pouco engraçado — digo, pensando que as pessoas que fazem piadas baseadas nas tragédias dos outros talvez queiram dizer alguma coisa.


Ele sacode a bola mágica novamente e fala:


—            Ah-­‐ah!


—            O quê? — pergunto.


—            Não tem importância — ele responde. — Não acredito mesmo nesse tipo de coisa.


Na noite do nosso “encontro” final, chego a um bistrô que escolhi por acaso no Hell’s Kitchen (um bairro com o qual temos poucas ligações), dez minutos atrasada, mas ainda assim antes de Alfonso. Isso me irrita porque eu tenho que tomar um drinque no bar, o que faz parecer que vou ter  um encontro e não uma transação de negócios. Talvez fosse melhor termos nos encontrado no almoço.


Alfonso entra, todo calmo. Eu já tinha bebido alguns goles do meu vinho. Ele está usando um jeans solto no corpo e uma camisa branca nova que faz seu tórax e seus braços parecerem ainda mais atléticos. Alfonso tem um corpo nem grande demais nem muito pequeno, mas firme, e as roupas caem super bem nele. E, infelizmente para mim, agora, ele fica ainda melhor sem elas.


—            Bela camisa! — digo, com um traço de ironia. Quero que saiba que eu percebi que ele tem feito compras durante todo esse pesadelo.


Ele me olha de um jeito defensivo e balbucia algo sobre escolher algumas roupas na Gap. Imaginar Alfonso experimentando  roupas casuais, que certamente ele vai usar em encontros com garotas volúveis e férteis de 20 anos, me faz ficar com ódio dele. E até que isso é um ponto positivo, saudável, pois ficar com raiva dele me afasta um pouco da ponta de tristeza que estou sentindo. Saio do bar e vamos em direção à maître que coordena as reservas.


—            Ele chegou — falo, apontando para Alfonso.


Ela sorri e nos encaminha a uma mesinha bem no meio da área de jantar. É a pior mesa do restaurante. Estaremos ilhados, cercados de gente por todos os lados. Não acredito que vamos brigar nem espero que haja lágrimas. Alfonso e eu somos muito controlados e procuramos não atrair a atenção dos outros. Mesmo assim... Uma mesinha de canto serviria melhor para essa situação. Olho de relance para Alfonso, espero que ele peça para trocar de mesa. Quase sempre ele fazia isso. Até quando íamos ao McDonald’s, eu escolhia uma mesa e ele perguntava se eu não me importaria de mudar. É quase um jogo entre nós. Eu escolhia um lugar para nos sentarmos e ele encontrava algo de errado com a mesa. A corrente de ar que saía do ar-­‐condicionado; a luz do sol batendo direto nos olhos dele; uma mancha de ketchup na cadeira. Claro que Alfonso escolhe esta noite para estrear sua camisa nova e não ligar para o lugar onde vamos nos sentar.


—            Então, como vão as coisas? — Alfonso me pergunta, depois que a garçonete nos entrega o cardápio e a carta de vinhos.


—            Tudo bem — respondo.


—            Como estão as coisas no trabalho?


Digo que está tudo bem e, então, como ele demonstra interesse, lhe conto as novidades sobre os livros mais recentes com os quais estou trabalhando e sobre alguns que estou tentando adquirir. Sei que Alfonso fica orgulhoso de minhas conquistas e não consigo deixar de compartilhar com ele alguns detalhes. Imagino por quanto tempo ainda vou sentir a necessidade de contar as coisas para ele.


—            Como está o seu trabalho? — pergunto.


—            Tudo bem — ele diz. — O mesmo de sempre.


—            E sua família?


—            Estão bem. Estão ótimos.


—            Você já contou para eles? — questiono.


—            Contei o quê?


—            Nossa, Alfonso, não sei. Contou a eles sobre sua camisa nova?


—            Eu não sabia a que parte exata você estava se referindo — ele retruca.


—            À coisa toda? Ao nosso rompimento e ao que está acontecendo com a gente? — eu digo, apontando para mim e para ele alternadamente.


—            Disse a eles que estávamos tendo problemas — ele comenta.


 —           Você contou a eles a natureza dos nossos problemas? — pergunto.


Ele concorda com a cabeça.


—            Então, agora, devem estar pensando que eu sou uma bruxa sem sentimentos... — pergunto.


—            Ninguém pensa nada mal de você, Anahi.


Olho para o cardápio, ergo as sobrancelhas e murmuro que eu duvido muito. Ele ignora meu comentário e pergunta:


—            Você contou para sua família?


—            Não — respondo. — Ainda não.


Ele não parece surpreso. Ele sabe que evito minha mãe e que não quero chatear meu pai.


—            E para as suas irmãs?


—            Ainda não. Só contei para Jess — digo. — E para o Michael.


—            Jess? — ele indaga. Discordo com a cabeça.


—            Não, por quê? Você conversou com Ray?


—            Um pouquinho — Alfonso admite.


Quero perguntar o que foi que contou, mas me calo. Sei exatamente o que ele disse. Também sei o que um pai de primeira viagem deve ter lhe dito. Isso só confirma o que eu sempre disse: as pessoas procuram conselho de modo seletivo. Elas conversam com pessoas que pensam do mesmo modo, que fazem eco aos seus próprios instintos. Contam apenas o que planejam fazer de qualquer modo.


A garçonete chega e anota o pedido. Não discutimos nossas escolhas, no  entanto, pedimos salmão. Nunca pedíamos a mesma    coisa,preferíamos pedir dois pratos diferentes e dividir depois. Ficou claro que nossos dias de partilha terminaram.


—            Então... — digo.


—            Então... — Alfonso retruca. — O que vem agora?


Percebo que ele está falando de logística, não de nosso relacionamento. Está tudo terminado entre nós, está bem claro. Entrego a ele o esboço que minha advogada fez e digo:


—            É bem padronizado e de acordo com os divórcios incontestados em Nova York.


Ele pega os papéis e os olha de relance. Folheia o documento e olha página a página, até chegar à parte que discute a divisão de Bens .


—            Só quero os CDs — resumo para ele. Ele levanta os olhos, surpreso.


—            É só o que você quer? Os CDs?


—            Sim. Só quero nossa música — digo, prometendo que será a última vez que digo nossa. — Tudo bem?


—            Claro, Anahi. A música é sua.


—            Até os CDs do James McMurtry? — pergunto, na esperança de que ele vá recusar ou pelo menos ficar chateado. Alfonso tem suas bandas favoritas e eu tenho as minhas, mas, como casal, James McMurtry é nosso preferido. Talvez seja porque nós o descobrimos e nos apaixonamos pela música dele juntos. Vejo que o peito dele infla ligeiramente e ele respira fundo. Solta a respiração e olha nos meus olhos. Espero que esteja pensando no último verão, quando voamos para Austin para ver James tocar no Continental Club. Espero que esteja lembrando que bebemos muita cerveja e que ficamos abraçados o tempo todo enquanto mergulhávamos naquelas letras de partir o coração.


 —           Tudo bem. Até o James — ele fala, triste, enquanto eu penso em deixar um CD para trás, como se tivesse me esquecido. Já fiz isso uma vez quando terminei com meu namorado da faculdade, Paul. Havia muitas razões para nosso rompimento, e entre elas estava o fato de não sermos compatíveis geograficamente. Eu queria morar em Nova York; ele, em qualquer lugar menos aqui. Criei várias estratégias para ver se ele mudava de ideia. Então, quando juntei todas as coisas dele que tinham ficado no meu apartamento durante aquele ano que passamos juntos, coloquei uma carta do jogo “Uno” na caixa, pois Paul e eu jogávamos aquilo o tempo todo e tínhamos até uma tabelinha com os resultados na casa dos três dígitos. A carta era vermelho “reverso”, achei-­‐a simbólica. Queria que ele a encontrasse e se arrependesse de ter me deixado. Era um desejo para “reverter” a vida dele, para ele sair de Denver e se mudar comigo para Nova York. Talvez ele colocasse o cartão no espelho do banheiro, olhasse para ele de manhã quando fosse se barbear e pensasse em mim e em tudo que poderia ter acontecido.


Tento imaginar a expressão de Alfonso quando ele encontrar um dos CDs de McMurtry. Acho que ele vai colocar o CD no aparelho de som, ouvir uma de nossas músicas e se arrepender por ter preferido ter um filho a ficar comigo.


—            Anahi? — Alfonso fala, interrompendo meus pensamentos. — No que você está pensando? — Sua voz é suave.


—            Você sabe... — digo, balançando a cabeça. Sinto uma enorme tristeza. Tenho que lutar para evitar as lágrimas.


—            Sim. Eu sei... — Alfonso diz. — Isso é uma droga!


Concordo com a cabeça e desvio o olhar, me concentrando em um casal sentado ao nosso lado, que parece estar em um primeiro   encontro.


 Eles se sentaram logo depois de nós e eu vi quando ele puxou a cadeira para ela se sentar. São jovens, ansiosos, sorridentes e com posturas perfeitas. Estão começando bem, felizes e esperançosos. Aponto para a mesa deles e digo:


—            Dá uma olhada naqueles dois. Primeiro encontro?


Alfonso se vira na cadeira, observa-­‐os por alguns segundos e diz:


—            Sim. No máximo segundo. Aposto que ele ainda nem a beijou.


—            Talvez hoje à noite — digo.


—            Sim, talvez.


—            Gostaria de poder ver o futuro para saber como vão terminar — falo, com ironia.


Alfonso me encara e diz:


—            Você sempre foi cínica. Respondo:


—            Vai saber por quê...


—            Talvez eles vivam felizes para sempre — Alfonso retruca.


—            Sim. Com dois filhos.


—            Ou com pelo menos um — Alfonso rebate.


Deixo ele ficar com a última palavra — e com a conta quando ela felizmente chega.



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Autor(a): eduardah

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 22



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  • franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 22:39:06

    Acabou a fic???? E os filhos??? ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 21:35:45

    *.*

  • sra.herrera Postado em 23/08/2015 - 17:35:56

    Continua amo essa fic quero aya juntos logo #RaivaDoPoncho -_-

  • eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:53:10

    Tem uma saída sim , faça igual eu , quando eu li esse livro, assim como eu tb li COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ pulava tudo essas cenas kkkkkkk ...

  • eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:49:59

    Essa ainda sendo , acontecendo tudo é Uma História de amor, tem algo que já entrou na fic, na História que vai começar a se encaminhar aos eixos , dividi ela em 4 Partes e já estou na terceira , aguarde , eu disse tem coisas aqui que por mim não postava mas , no fim vcs vão acabar tendo uma surpresa Bem legal a respeito de um dos dois , e enfim dos dois tb , não abandona não , vc ainda vai rir ....

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 23:16:33

    ;/

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:44:33

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:19:50

    Não to gostando ;( eu não quero ficar lendo a any com outro...e ela apaixonada por outro...e com certeza poncho ta com outra....que história mais triste é essa...

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:39:22

    Migaaaa serio..não consigo ler...eu to até chorando...de tristeza....poncho nem aparece...cada um ta na sua...não vejo saída....

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:33:58

    Poxa como vc quer que eu leia isso...any transando com outro!!!!! Poncho deve estar fazendo o mesmo também... ;( isso acabou comigo....


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