Fanfics Brasil - Capitulo 23 Uma Prova de Amor AyA (Adaptada).Finalizada

Fanfic: Uma Prova de Amor AyA (Adaptada).Finalizada | Tema: Anahi e Alfonso


Capítulo: Capitulo 23

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Não sei dizer exatamente o que me motiva a pegar o metrô em direção ao meu antigo apartamento. Antes desta tarde, eu estava convencida de que, a não ser por uma incrível coincidência, nunca mais veria Alfonso. Claro que os martínis representaram um fator importante na minha decisão, mas nunca fui do tipo de mudar meu comportamento quando bebo. Por exemplo, nunca me envolvi com alguém, quando estava bêbada, com quem não me envolveria se estivesse sóbria. Além do mais, quando desci na estação na esquina da 72nd com a Broadway Street, não estava tão embriagada quanto estava no Brooklyn. Poderia facilmente botar a cabeça no lugar e voltar para o apartamento de Jess.


A verdade é que esse meu pequeno desvio no roteiro tem menos a ver com o álcool e mais com o que Michael me disse no bar. Aquela coisa sobre o medo influenciar minha decisão de me divorciar. Enquanto caminho os vários quarteirões até meu antigo apartamento, penso nos meus próprios defeitos, marcando a lista de adjetivos com que as outras pessoas já me chamaram durante uma discussão, e que eu mesma me digo durante os momentos de silêncio e introspecção: teimosa, crítica, mal-­‐humorada e impaciente. Tenho minha cota de defeitos, mas nunca considerei a covardia um deles. Ao contrário, sempre me considerei   uma pessoa capaz de aceitar desafios e se arriscar. É uma das razões de eu ser tão bem-­‐sucedida  no trabalho.


Ainda assim, algo soou verdadeiro nas palavras de Michael. Talvez eu esteja simplesmente com medo. Talvez eu tenha deixado Alfonso  ir embora porque o medo de ter um filho supera o fato de eu não querer ter um. Talvez eu temesse a pessoa que eu me tornaria. Talvez eu temesse algo que não sei bem dizer o que é, nem para Alfonso nem para mim mesma.


De certo modo, acho que encontrar Alfonso vai me dar essas respostas. Ou talvez seja apenas uma desculpa para vê-­‐lo. Bom, não interessa. Nada mudou. Eu ainda não quero ter um filho e Alfonso ainda deseja um.


No entanto, aqui estou eu, parada na calçada, olhando pensativamente para a janela da cozinha do terceiro andar de onde eu costumava admirar a paisagem todas as manhãs e noites. Imagino Alfonso com a barba por fazer e os pés descalços, preparando um lanchinho de fim de tarde. Posso imaginá-­‐lo despejando leite em um copo e arrumando os biscoitos cream-­‐cracker em um prato antes de lambuzá-­‐los com a quantidade certa de pasta de amendoim em um dos lados. Posso vê-­‐lo lamAlfonsodo os dois lados da faca e jogando-­‐a dentro da pia. Posso vê-­‐lo comendo seus biscoitos com pasta de amendoim enquanto fica sentado no sofá assistindo a uma partida de golfe. Posso enxergar todas essas coisinhas comuns que ele costumava fazer, coisas que agora estão bem distantes, lá na memória.


Respiro fundo e subo os degraus da entrada até a porta da frente. Meu coração dispara, fecho os olhos e aperto a campainha no botão que tem meu antigo nome. “Davenport, Apto. 8C.” Espero ouvir a estática do interfone e a voz dele dizendo “Olá?”, mas escuto apenas o silêncio. Olho para o relógio. São 17h15. Talvez ele tenha saído para dar uma corrida.


 


Alfonso adora correr no parque a essa hora do dia. Algumas vezes eu fui com ele.


Decidi fazer uma hora e fui comprar um sorvete na  lojinha de doces da esquina. Fui caminhando até lá, lentamente, observando o movimento do meu velho bairro, notando coisas que nunca tinha percebido antes. Uma lata de lixo de arame verde. Uma rachadura na calçada. Uma fileira de gerânios vermelhos plantados em uma jardineira numa janela do segundo andar. Quando entro na lojinha, o balconista do Oriente Médio sorri e me cumprimenta como se me reconhecesse. Talvez sim. Talvez ele tenha notado que Alfonso agora vem sozinho.


Sorrio e peço um sorvete de creme e chocolate na casquinha, com granulado colorido em cima. Também compro uma garrafa de água mineral Evian e uma embalagem de Trident de menta. Faltam quatro centavos para eu pagar a conta com dinheiro, então, retiro meu cartão de crédito; porém, o balconista diz para eu não me preocupar com isso, que eu retornaria outra hora. Quase digo a ele que provavelmente não voltarei mais, mas simplesmente agradeço. Pego meu sorvete, volto para meu antigo prédio e tento a campainha novamente, caso ele tenha voltado enquanto saí. Sem resposta.


Sento no alto da escada e dou umas pequenas mordidas  no sorvete de creme. Não sei por que constantemente peço dois sabores misturados, se gosto bem mais do sorvete de creme. Sei que deveria preferir o de chocolate. Também chego à conclusão de que os granulados não foram uma boa ideia. Eles são bons em uma taça, mas fazem muita sujeira em uma casquinha. Como um pouquinho mais depressa porque o sorvete começa a derreter. Digo a mim mesma que só vou esperar Alfonso até o sorvete acabar. Não quero ficar parecendo uma perseguidora. A   última coisa que preciso agora é me sentir como se o estivesse assediando. Além do mais, aquela sensação de leveza se esvaiu completamente agora e foi substituída por uma leve dor de cabeça, do tipo que com certeza vai piorar. Seguro a casquinha com uma das mãos, abro a garrafa de água com a outra e bebo metade dela sem parar. Começo a entrar em pânico só de imaginar o que direi a ele. Tem algum sentido eu estar aqui?


Um pombo passa voando perto de mim. “Ratos com asas”, como Alfonso os chama. Dou uma lambida na parte de chocolate do sorvete e penso em voltar para o metrô quando, de repente, vejo Alfonso se exercitando, a cerca de um quarteirão de distância, esperando que o sinal fique verde para ele poder atravessar a West End Avenue. Ele está usando calções laranja-­‐escuros, uma camiseta cinza de basquete da Wake Forest e seu boné favorito do White Sox. Sinto um nó no estômago e, logo a seguir, uma sensação de bem-­‐estar por ter adivinhado que ele estava correndo. Ainda conheço você, suspiro, e então faço um sinal com a mão caso ele me veja. Não é um aceno ansioso, simplesmente um cumprimento casual. Espero que ele acene de volta, mas ele não o faz; ele arruma o boné, abaixando a aba com uma das mãos. Limpo minha boca com  o guardanapo e me levanto, pensando que ele vai me ver a qualquer momento.


Em vez disso, ele se vira na outra direção e olha para uma garota que fica ao seu lado. Minha mente paralisa e, de repente, se conecta. Alfonso está correndo com uma garota. Ele está saindo com ela. Um encontro de final de tarde, no verão. Um encontro no parque para uma corrida.


Relembro  a  primeira  vez  que  corremos  juntos.  Foi  depois   que dormimos juntos. Cerca de uma semana mais tarde. Duas, no máximo. Disso eu tenho certeza. Tenho uma memória excelente, especialmente no que diz respeito a encontros. E a Alfonso.


Analiso com atenção essa mulher, essa garota, com quem ele está. Ela tem o cabelo bem louro, grosso e comprido, preso com perfeição em um rabo de cavalo sedoso que balança para frente e para trás graciosamente. É o tipo de cabelo que eu desejava ter quando era bem mais nova, queria fazer o meu ficar daquele jeito. A garota dá alguns passos na direção dele e logo está ao seu lado. Alfonso diz alguma coisa para ela e então se curva para frente e segura a barra do short como se estivesse recuperando o fôlego. Posso ver ser perfil de longe. Ele se ergue e eu percebo seu peito subir e descer com o esforço do final da corrida. Sua camiseta está molhada no peito. A garota alonga a perna esquerda. Ela tem pernas compridas e grossas, parece uma jogadora de vôlei de praia só que sem o bronzeado. Sua pele é tão clara quanto seu cabelo. Seu rosto é comprido e angular. Eu não a classificaria como bonita, mas ela é atraente e, infelizmente para mim, muito sedutora. Não consigo determinar a idade dela, mas algo em sua expressão e postura me faz pensar que ela tem vinte e poucos anos.


Todas essas observações acontecem em uma questão de segundos, mas é o suficiente para que uma parte do sorvete se derreta e escorra pela casquinha caindo na minha mão e no meu braço. Também é tempo suficiente para que o semáforo mude e ele e sua parceira  venham correndo em minha direção. E é tempo o bastante para eu perceber que estou encurralada. Se eu ainda tivesse a chave da porta de entrada, acho que entraria no prédio e me esconderia atrás das  escadas,  perto  das caixas de correspondência. Tenho certeza de que Alfonso já pegou suas cartas. Não posso me virar e caminhar para o outro lado porque Alfonso me  conhece pelas costas tão bem quanto pela frente. Vou me torturar imaginando se ele me viu e me deixou ir embora. E a minha terceira opção — me aproximar agressivamente deles — é algo que não consigo fazer. Então, fico ali, parada, como se meus pés tivessem criado raiz no concreto da calçada. Tento desesperadamente me limpar, mas dezenas de  outras gotas de sorvete estão escorrendo pela casquinha, levando os granulados junto com elas. Estou um verdadeiro desastre.



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Autor(a): eduardah

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Sua idiota, penso baixinho, por ter vindo aqui e ainda por cima comprar um sorvete de casquinha em um dia tão quente. Um sorvete coberto de granulados coloridos. Quantos anos eu tenho, 12? Era nisso que eu estava pensando quando ele me vê. A expressão dele é confusa no início, como se eu estivesse completamente fora do contexto parada em fre ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 22



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  • franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 22:39:06

    Acabou a fic???? E os filhos??? ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 21:35:45

    *.*

  • sra.herrera Postado em 23/08/2015 - 17:35:56

    Continua amo essa fic quero aya juntos logo #RaivaDoPoncho -_-

  • eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:53:10

    Tem uma saída sim , faça igual eu , quando eu li esse livro, assim como eu tb li COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ pulava tudo essas cenas kkkkkkk ...

  • eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:49:59

    Essa ainda sendo , acontecendo tudo é Uma História de amor, tem algo que já entrou na fic, na História que vai começar a se encaminhar aos eixos , dividi ela em 4 Partes e já estou na terceira , aguarde , eu disse tem coisas aqui que por mim não postava mas , no fim vcs vão acabar tendo uma surpresa Bem legal a respeito de um dos dois , e enfim dos dois tb , não abandona não , vc ainda vai rir ....

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 23:16:33

    ;/

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:44:33

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:19:50

    Não to gostando ;( eu não quero ficar lendo a any com outro...e ela apaixonada por outro...e com certeza poncho ta com outra....que história mais triste é essa...

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:39:22

    Migaaaa serio..não consigo ler...eu to até chorando...de tristeza....poncho nem aparece...cada um ta na sua...não vejo saída....

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:33:58

    Poxa como vc quer que eu leia isso...any transando com outro!!!!! Poncho deve estar fazendo o mesmo também... ;( isso acabou comigo....


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