Fanfics Brasil - Capitulo 35 Uma Prova de Amor AyA (Adaptada).Finalizada

Fanfic: Uma Prova de Amor AyA (Adaptada).Finalizada | Tema: Anahi e Alfonso


Capítulo: Capitulo 35

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Nos quatro dias seguintes de trabalho, Richard e eu trocamos cerca de trinta e-­‐mails por dia. Tudo disfarçado de um bate-­‐papo informal entre amigos, mas a enorme troca de mensagens sugeria o contrário.


Até que Michael entra na minha sala e me pega rindo para o computador. Ele fica atrás da minha mesa e percebe imediatamente que minha caixa de entrada está cheia de mensagens com o nome de Richard Margo. Há pelo menos dez delas enfileiradas.


—           Peguei! — ele diz, triunfante.


—           Não tem importância — digo, mas meu sorriso sem graça revela que fui, sim, pega em flagrante.


—           Que diabos está acontecendo por aqui?!


Minimizo a caixa de mensagens e faço um esforço para encobrir o sorriso culpado estampado no meu rosto.


—           Você está indo para cama com o meu chefe?


—           Não! — protesto, com falsa indignação.


Ding! O sinal anuncia a chegada de e-­‐mail em alto e bom som.


—           É dele? — Michael quer saber.


Não consigo resistir e vou checar. Era dele. Michael descobre olhando por cima dos meus ombros.


—           Caramba! Você está mesmo transando com o meu chefe!


—           Ninguém está transando com ninguém — digo.


Ainda.


—           Agora, posso ter um pouco de privacidade, por favor? — pergunto.


Quando Michael sai, balançando a cabeça, leio a última mensagem de Richard.


Digito em resposta, “Sim”, e então dou um espaço e digito um “Eu adoraria” antes de apertar o botão enviar.


Releio a troca de mensagens, começando com mais uma de suas fracas tentativas de tentar parecer profissional.


De: Richard Margo


Data de envio: 27 de julho, 9h30 Para: Anahi Parr


Assunto: Timothy Lynde


Timothy Lynde acabou de ligar. Ele está interessado em financiar uma viagem para divulgar seu livro. Acho que vale a pena. Alguma sugestão em relação a que mercado seria mais indicado para ele? Me diga o que você acha... A propósito, já lhe disse como foi agradável aquele nosso almoço no outro dia? Muito obrigada pela sua companhia.


De: Anahi Parr


Data de envio: 27 de julho, 9h33 Para: Richard Margo


Assunto: Re: Timothy Lynde


Vou pensar nas cidades e entrar em contato com o Tim. Ele é mórmon, portanto, acredito que começar por Salt Lake pode ser uma boa ideia... E quanto ao almoço, sim, você mencionou... Eu também adorei.


De: Richard Margo


 Data de envio: 27 de julho, 9h38 Para: Anahi Parr


Assunto: Mórmons


Mórmon, hein? Saí com uma garota mórmon uma vez... Não deu muito certo.


De: Anahi Parr


Data de envio: 27 de julho, 9h44 Para: Richard Margo


Assunto:  Re:  Mórmons   Ela tentou converter você? De: Richard Margo


Data de envio: 27 de julho, 9h50 Para: Anahi Parr


Assunto: Re: Re: Mórmons


Não, dormimos juntos e ela foi excomungada... Não foi bom. De: Anahi Parr


Data de envio: 27 de julho, 9h55 Para: Richard Margo


Assunto: Re: Re: Re: Mórmons Que vergonha! Quando foi isso? De: Richard Margo


Data de envio: 27 de julho, 9h58 Para: Anahi Parr


Assunto: Estou ficando velho


Estava  no  colegial.  Anos  1970...  De  que  turma  você  é, Anahi,2000?


De: Anahi Parr


 Data de envio: 27 de julho, 10h00 Para: Richard Margo


Assunto: E engraçado também Rá, rá, rá!


De: Richard Margo


Data de envio: 27 de julho, 10h03 Para: Anahi Parr


Assunto: Você


Aposto que você era uma gracinha no colégio. De: Anahi Parr


Data de envio: 27 de julho, 10h08 Para: Richard Margo


Assunto: Não


Não era mesmo. Eu era muito desengonçada. De: Richard Margo


Data de envio: 27 de julho, 10h08 Para: Anahi Parr


Assunto: Re: Não


Aposto que eu era mais desengonçado ainda. De: Anahi Parr


Data de envio: 27 de julho, 10h10 Para: Richard Margo


Assunto: Re: Re: Não


Você andava por aí corrompendo garotinhas mórmons bonitinhas.


Eu era a garota mais estudiosa e aplicada da escola. Vai competir?


De: Richard Margo


Data de envio: 27 de julho, 10h19


 Para: Anahi Parr Assunto: Re: Re: Re: Não


Bom, eu era o mascote da escola... e quem disse que ela era bonita? De: Anahi Parr


Data de envio: 27 de julho, 10h25 Para: Richard Margo


Assunto: Conta outra


Algo me diz que ela era uma gata. De: Richard Margo


Data de envio: 27 de julho, 10h26 Para: Anahi Parr


Assunto: Eu era um garanhão


Ok. Para falar a verdade, eu não era o mascote da escola. E ela era bem gostosa, sim. Bem parecida com a Marcia Brady. O que, naquela época, era uma grande coisa. Te impressionei?


De: Anahi Parr


Data de envio: 27 de julho, 10h44 Para: Richard Margo


Assunto: Re: Eu era um garanhão


Cara, você é antigo. Sim, estou impressionada... Meu namorado era mais do tipo do Screech, da série Uma Galera do Barulho...


De: Richard Margo


Data de envio: 27 de julho, 10h49 Para: Anahi Parr


Assunto: Continuo um garanhão


 Conheço essa série, mas quem é Screech?... Eu era um grande fã de Arquivo X. Passou na época em que você ainda estava no ensino médio, né?


De: Anahi Parr


Data de envio: 27 de julho, 11h01 Para: Richard Margo


Assunto: Re: Continuo um garanhão


Não me diga: você tinha uma queda pela Scully, né? De: Richard Margo


Data de envio: 27 de julho, 11h09 Para: Anahi Parr


Assunto: Re: Re: Continuo um garanhão


Ah, a Scully! Sim. Eu era apaixonado por ela... Na verdade, você se parece um pouco com ela. Só falta o terninho azul-­‐marinho e  uma daquelas insígnias do FBI presa no seu peito, e está pronta para o papel. Você também usa aqueles jargões médicos? Se usar, talvez me apaixone por você.


De: Anahi Parr


Data de envio: 27 de julho, 11h22 Para: Richard Margo


Assunto: Isso é suficiente?


Homem, 38 anos. Escoriações ao longo da veia cava superior, do pulmão esquerdo e brônquios... Código de emergência! Ele está ficando bradicárdico! Precisamos de uma pericardiocentese imediatamente!


Já está apaixonado por mim? De: Richard Margo


Data de envio: 27 de julho, 11h23


 Para: Anahi Parr Assunto: Claro que sim


Completamente. Quer jantar comigo sábado à noite?


No sábado, Daphne vem para a cidade fazer compras comigo e com a Jess. Nossa missão: uma roupa para impressionar Richard. Jess garante que uma roupa nova vai me dar a segurança de que preciso para tornar a noite um sucesso. Espero que ela esteja certa, pois, desde que aceitei ir a esse encontro, estou mais nervosa do que  animada. Geralmente fico nervosa ao sair para um encontro e estou especialmente ansiosa por ter um encontro com alguém do trabalho. Minha ansiedade está ainda pior, pois Richard e eu não conversamos pessoalmente desde o almoço no Bolo. Nem mesmo conversamos por telefone. Reconheço que bate-­‐papos por e-­‐mail permitem que a gente seja mais ousada do que seria normalmente. Parte de mim se preocupa com isso ser o correspondente cibernético de ir para a cama rápido demais e ainda ter que enfrentar o cara na manhã seguinte, sóbria e de cara lavada. Nós nos paqueramos bastante on-­‐line, mas sentar na sua frente num restaurante é completamente diferente. Imaginar os primeiros minutos desse encontro me deixa meio enjoada.


Então, Jess, Daphne e eu começamos cedo nossa aventura de compras. Chegamos à Intermix no começo da Fifth, que é bem perto do apartamento de Jess. A dance music estridente no interior da loja é um bom indicativo de que a moda aqui é moderna demais para mim. Não frequento mais boates ou fico num bar onde tenho que gritar para ser ouvida, então, certamente o mesmo princípio se aplica ao fazer compras.


Falo bem alto que quero ir embora, para Jess me ouvir, mas ela faz um sinal com a mão, indicando que ainda não é hora. Observo-­‐a  mexer habilmente nas araras cheias de roupas e ela encontra uma calça branca descolada, uma regata de seda lavanda e um bolero fúcsia. São itens que eu nunca escolheria sozinha, nem como conjunto nem como peças separadas, porém Jess tem um senso de moda incrível. Ela consegue juntar peças que você nunca imaginaria que ficariam bem juntas e que criam um look original. Claro que ter dinheiro de sobra ajuda nessa questão. Ela pode gastar bastante, mas também pode bancar os erros inevitáveis que todas as mulheres cometem quando vão às compras.


Quem nunca passou pela experiência de adorar uma roupa no provador e odiá-­‐la ao chegar em casa? Se compro algo que acabo não usando, me recrimino por meses. Mas é comum para Jess ter várias peças de estilistas deixadas de lado no seu guarda-­‐roupa, algumas usadas apenas uma vez, quando muito. O grande defeito de nossa amizade, pelo menos no que me diz respeito, é que não usamos o mesmo número. Seria capaz de cometer uma loucura para fazer meus pés ficarem ligeiramente maiores, só para servirem em qualquer um dos sapatos da sua coleção de Jimmy Choos.


Apesar de tudo, e de confiar em Jess no que se refere a moda, fico cética quanto à escolha que ela fez.


—           Isso não tem nem um pouco a minha cara — digo, apontando para a regata que ela está segurando em frente ao meu corpo. Olho para a calça branca na sua outra mão. — E não vai dar tempo de fazer a barra dessa calça. — A calça nunca serve no comprimento quando se é baixinha.


—           Daphne pode dar um jeito nisso. Não é, Daph? — Jess pergunta. Daphne concorda, empolgada. Ela é um gênio nas prendas domésticas. Sabe fazer essas pequenas coisas como separar a gema da clara dos ovos, tirar mancha de vinho de tecidos ou fazer um arranjo de flores. Não sei onde ela aprendeu tudo isso. Com certeza, não foi com nossa mãe, que não consegue, nem pendurar direito uma roupa no cabide. Não que eu seja muito melhor. Pendurar calça sempre foi algo que Alfonso fazia para mim. Antes de eu morar com ele, a maioria de minhas roupas ficava pendurada nas cadeiras, que foi para onde elas retornaram.


—           Só experimente! — Minha amiga aponta para o provador, séria. Obedeço suas ordens e penso, comigo mesma, que quando ela tiver filhos, vai ser uma daquelas mães que vão se esforçar para cronometrar o tempo de folga de seus pimpolhos.


—           É uma total perda de tempo — balbucio, mas duvido que ela vai me ouvir com a música de George Michael, “I want your sex”, no último volume. Lembro-­‐me de certa vez, quando Jess saiu com seus colegas para uma noite de caraoquê e escolheu cantar essa música. Ela foi bem ousada em subir no palco, escolher essa música e fazer um grand finale gritando a frase “Faça sexo comigo!” várias e várias vezes, num salão cheio de funcionários de banco completamente bêbados. Colegas de Jess, é claro.


Saio do provador pensando que havia provado meu ponto de vista. A calça estava larga, o que é surpreendente, já que são tamanho 38 e eu uso 40. No entanto, sei que tenho perdido peso desde o divórcio, pelo menos cinco quilos, talvez mais. Havia comentado com Jess, na noite passada, que existem dois tipos de mulheres: aquelas que comem demais e aquelas que perdem completamente o apetite em momentos difíceis. A maioria entra na categoria das comilonas, portanto, me considero sortuda por fazer parte da outra categoria.


—           Ficou incrível! — Jess exclama. — Não importa se vai usar isso hoje à noite ou não, mas vale a pena comprar.


 —          Não acha que está grande demais? — pergunto, segurando a cintura da calça e examinado meu reflexo no espelho.


Jess dá um tapinha na minha mão para afastá-­‐la dali e me explica que essa calça é de cintura baixa e se apoia nos quadris.


—           Além do mais, não dá para usar calça branca justa. Calça preta justa é uma coisa, mas calça branca apertada é tão... Britney Spears — Jess replica, para provocar Daphne.


Parece uma contradição, se comparado com seu lado tradicional e doméstico, mas minha irmã é uma daquelas mulheres adultas que adora todas as coisas bregas e de adolescente. Ela tem a coleção completa do seriado Dawson’s Creek e ainda tem bichinhos de pelúcia enfileirados no parapeito da janela do seu quarto. Daphne também encomenda aquelas camisetas regatas cheias de “glitter” que estão à venda nas  últimas páginas da US Weekly com dizeres do tipo “Diva treinando”. Então, obviamente, ela é fã da Britney. Um dia, ela chegou a ponto de ir até o Rockfeller Plaza para conferir a performace de sua diva adolescente na gravação do programa The Today Show. Ela era uma das poucas mulheres com mais de 20 anos na plateia, curtindo o show sem a companhia de uma pré-­‐adolescente. O mais engraçado foi que alguns alunos da  sua classe do 5o ano a viram na televisão antes da aula e ficaram bastante impressionados ao ver a professora cantando “Hit me baby one more time”. Disse para Daphne que era a mesma coisa que ver a sua professora dançar no Soul train ou no Solid gold. É impressionante, mas ligeiramente perturbador. Afinal, acredita-­‐ se que os professores fiquem congelados em suas salas de aula durante a noite, enquanto nós voltamos para casa e para uma vida fora dali.


 De qualquer modo, Daphne e Jess concordam que minha calça branca é fabulosa e minha irmã insiste que pode fazer a barra. As duas também concordam que a regata de seda fica superbem em mim. Mostra o pouco que tenho de seios e é justinha nos lugares certos (que vem ao encontro de outra regra de moda de Jess: se a calça é larga, a blusa tem que ser justa ou vice-­‐versa). E o bolero fúcsia dá o toque final.


—           Caso esteja frio no restaurante — Jess diz.


—           Ou caso Richard mantenha o ar-­‐condicionado da casa dele bem frio... — Daphne diz, dando risadinhas, enquanto giro em frente ao espelho na ponta dos pés. Tenho que admitir que fiquei bonita mesmo. E, acima de tudo, só o pensamento de ter terminado as compras tinha um tremendo apelo. Detesto fazer compras. Se ganhasse na loteria, uma das primeiras coisas que faria seria contratar uma personal shopper para comprar no supermercado, roupas, presentes de Natal, enfim, tudo. Eu me troco, corro para o caixa e saco meu cartão de crédito para pagar pelo conjunto, que, com certeza, me daria confiança e faria Richard perder a cabeça.


Naquela noite, posso dizer com certeza que Jess e  Daphne estavam certas em relação à minha roupa. Para começo de conversa, eu poderia ir com ela a qualquer lugar que não ficaria deslocada. Desde a multidão do Spice Market até o luxuoso restaurante duplex no Meatpacking District. Mais importante ainda, Richard chega e imediatamente me diz como estou maravilhosa.


—           Nunca vi você vestindo algo assim — Richard comenta, enquanto acompanhamos o maître até a nossa mesa. A mão dele se apoia por um segundo em minhas costas. — Mas, também, nunca a vi longe do ambiente do trabalho...


 —          Nem você — retruco, admirando sua jaqueta de veludo.


De repente, me lembro do exuberante assistente gay de Richard, Jared Lewinson. Jared costumava guardar uns cartões numerados de 1 a 10 em sua mesa e dava notas para as roupas das pessoas que passavam por ali (pelas costas, é claro), como se ele fosse um dos jurados numa competição de ginástica artística das Olimpíadas. Michael, que era muito amigo de Jared, se divertia bastante com esse hábito, e repassava as notas atribuídas para todos nós. Na verdade, eu tinha que agradecer ao Jared por ele ter me ensinado uma importante lição de vida: não use couro depois do feriado do Dia do Trabalho. Michael me informou que eu ganhei uma nota 3 por esse meu lapso de moda.


Pergunto ao Richard se ele sabia sobre os cartões de Jared.


—           Claro que sim — Richard responde. — Aparentemente, eu sempre recebia um 2 ou 4... Teve uma vez que tirei nota 6, e foi meu máximo.


—           O que você estava usando quando tirou um seis? — pergunto, enquanto uma garçonete com um quimono laranja nos oferece os cardápios.


—           Acho que era um tipo de blusa de gola alta — ele responde, com uma risada.


Sorrio e percebo que não estou mais nervosa.


Richard parece ainda estar pensando nos cartões de Jared  quando diz:


—           Ouvi dizer que se você tinha alguma coisa da Louis Vuitton ou


Prada, Jared automaticamente lhe dava um ponto extra; no entanto, se você aparecesse com alguma coisa da Gap ou da Old Navy, você perdia três pontos.


 Dou uma gargalhada e, então, pergunto:


—           Por onde anda o velho Jared agora?


—           Não sei. Mas algo me diz que ele está sentado por aí em algum bar com seus amigos fashionistas, todos dizendo uns aos outros como estão fabulosos.


Dou um sorriso malicioso ao relembrar outra história de Jared.


—           O que foi? — Richard pergunta.


—           Nada — digo ao ver um cara sentar no bar, que tenho certeza de que é o Chris Noth, com uma loura estonteante. Ele é bem mais baixo do que eu imaginava e, por um segundo, penso Mr. Medium, e sorrio.


—           Vamos lá! O que há de tão engraçado? — Richard pergunta novamente, pois é claro que estou com um sorriso malicioso no rosto em vez de estar simplesmente sorrindo. Existe uma diferença entre  um sorriso malicioso e um sorriso natural e ela fica bem evidente para meu interlocutor.


—           Só estava relembrando uma coisa engraçada que Jared fez com você certa vez — digo.


—           E o que foi que ele fez? — ele diz, parecendo preocupado. Ou pelo menos fingindo parecer preocupado.


—           Bom, fiquei sabendo que ele vasculhou seu lixo e encontrou um cartão-­‐postal com várias referências picantes ao seu desempenho sexual.


Ele fica envergonhado e pergunta:


—           Não diga, quando foi isso?


Não é nem de longe uma negação, o que eu saliento dizendo:


—           Então aconteceu mais de uma vez?


 


Ele acena com a mão, como se quisesse dizer continue com as suas evidências.


—           Não sei. Acho que foi há uns três anos. Ouvi dizer que Jared suspeitava que você estivesse dormindo com alguma garota do departamento de arte — digo, tentando lembrar o nome da mulher.


—           Lydia — ele diz.


Estalo os dedos e aponto para ele:


—           Essa mesma. Então era verdade?


—           Eu estava, sim, dormindo com ela... Mas ela não assinou aquele cartão.


—           Não assinou mesmo — digo. — Jared reconheceu a letra dela.


 


Ele exibiu, para todo mundo do escritório, o cartão e uma amostra da letra dela, que pegou do seu bloco de anotações. Foram seus 15 minutos de fama.Lydia.


 —          Nossa! Esse era bom — Richard comenta.


—           E você também, aparentemente. Pelo menos de acordo com


Eu mesma me surpreendo com meu comentário. Nunca fui do tipo de fazer insinuações sexuais. Ao analisarmos nossos cardápios, ambos ainda com um sorriso no rosto, tento analisar por que me sinto tão à vontade com Richard. Chego à conclusão de que não tem nada a ver com ele (embora ele me deixe bem à vontade), e sim com meu divórcio e meu novo estado de espírito. Detesto ser cínica, mas não consigo deixar de pensar que todos os meus receios em relação ao casamento foram confirmados quando Alfonso e eu nos separamos. Não sei se ainda acredito numa relação monogâmica e, se esse é o caso, não tenho planos de tentar entrar nessa novamente.


 Por esse motivo, não preciso seguir nenhuma regra. Se eu achava que era livre quando não queria ter filhos, sou muito mais livre agora que não quero nem mesmo um marido. Em vez de bancar a difícil ou me preocupar com como estou sendo julgada, posso fazer o que me der na telha. E, nesse momento, tenho vontade de paquerar descaradamente um colega de trabalho muito gato.


À medida que a noite passa, Richard e eu batemos um papo tranquilo, rimos e fazemos brincadeiras um com o outro, do jeito que só acontece quando a gente se sente à vontade com alguém. Não há nenhum assunto proibido. Falamos praticamente de tudo, mas apimentamos nossa conversa com bom humor. Falamos sobre trabalho e sobre publicação de livros em geral. Falamos sobre viagens, livros, música e famílias. Conversamos sobre relacionamentos antigos.


Quando chegamos ao ponto de falar sobre Alfonso, achei que fosse ficar um pouco triste ou na defensiva, mas nada disso ocorreu. Falo com os verbos no passado com uma estranha sensação de alívio: eu achava, ele era, nós éramos. Então, encaro Richard e digo:


— Chega, vamos mudar de assunto.


Ele concorda com a cabeça e eu me volto para o presente, feliz por estar na companhia dele, contente por estar seguindo em frente .



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Autor(a): eduardah

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 22



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  • franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 22:39:06

    Acabou a fic???? E os filhos??? ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 21:35:45

    *.*

  • sra.herrera Postado em 23/08/2015 - 17:35:56

    Continua amo essa fic quero aya juntos logo #RaivaDoPoncho -_-

  • eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:53:10

    Tem uma saída sim , faça igual eu , quando eu li esse livro, assim como eu tb li COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ pulava tudo essas cenas kkkkkkk ...

  • eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:49:59

    Essa ainda sendo , acontecendo tudo é Uma História de amor, tem algo que já entrou na fic, na História que vai começar a se encaminhar aos eixos , dividi ela em 4 Partes e já estou na terceira , aguarde , eu disse tem coisas aqui que por mim não postava mas , no fim vcs vão acabar tendo uma surpresa Bem legal a respeito de um dos dois , e enfim dos dois tb , não abandona não , vc ainda vai rir ....

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 23:16:33

    ;/

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:44:33

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:19:50

    Não to gostando ;( eu não quero ficar lendo a any com outro...e ela apaixonada por outro...e com certeza poncho ta com outra....que história mais triste é essa...

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:39:22

    Migaaaa serio..não consigo ler...eu to até chorando...de tristeza....poncho nem aparece...cada um ta na sua...não vejo saída....

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:33:58

    Poxa como vc quer que eu leia isso...any transando com outro!!!!! Poncho deve estar fazendo o mesmo também... ;( isso acabou comigo....


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