Fanfic: Uma Prova de Amor AyA (Adaptada).Finalizada | Tema: Anahi e Alfonso
Apesar do sucesso daquele primeiro encontro com Richard, de nosso último drinque no apartamento dele, a saideira segundo ele (brinquei com ele que só gente velha usa a expressão saideira), nós nem nos beijamos naquela primeira vez. Ou na vez seguinte. Nem sei dizer ao certo por que estamos retardando as coisas, pois nenhum de nós está escondendo o jogo, nem estamos nos esforçando para sermos formais e respeitáveis. Sei também que estou bem atraída por ele e posso dizer, com segurança, que ele também está atraído por mim. E tenho certeza de que a espera não tem nada a ver com Alfonso; eu me recuso a ficar pensando nele.
Então, a única explicação possível é que nós dois estávamos curtindo essa crescente tensão sexual e paixão entre nós. Sempre gostei de ir para o trabalho, mas meu escritório nunca tinha sido um lugar tão excitante e tentador como agora. Chego cedo todos os dias, ansiosa pela primeira ligação de Richard. Acabo trabalhando até tarde todas as noites, para compensar as horas que passei mandando e-‐mails para um homem que está apenas a alguns andares distante de mim. Quando nos cruzamos nos corredores, trocamos cumprimentos formais antes de voltarmos para nossas salas para mandar mensagens do tipo “Você está sexy...”, “Não, você está sexy”.
Acho que nada mais natural do que nosso primeiro beijo acontecer no trabalho.
É tarde da noite de uma segunda-‐feira, quase 22 horas, e eu acabei de mandar um e-‐mail para Richard sobre um de meus autores. Enquanto espero pela resposta, ele aparece repentinamente à minha porta com a resposta.
Dou um pulo e digo:
— Que droga, Richard! Você me assustou.
Ele me dá um sorrisinho sem graça e faz um comentário sarcástico, algo sobre eu ter a consciência pesada.
Sacudo minha cabeça e sorrio. Então, me levanto e caminho até a porta.
— Aonde você pensa que vai? — ele pergunta e bloqueia a saída. Nossos corpos se tocam e fico um pouco agitada.
— Estou indo para a sala da copiadora — digo, e tento escapar novamente.
Ele me impede mais uma vez, me puxa para dentro do escritório e fecha a porta atrás da gente.
— O que você está pretendendo? — pergunto, apesar de saber exatamente o que ele pretende.
Seu rosto se aproxima do meu. Inclino minha cabeça para a direita, meu ângulo favorito para beijar. Naquele mesmo instante, ele vira sua cabeça para a direita. Nossos lábios se encontram com naturalidade, suavemente. E, logo a seguir, com mais urgência. De repente, somos como duas estrelas do cinema, nos agarrando num lugar proibido. Estou vendo a mim mesma beijar Richard e estou ciente de como ficamos bem juntos.
Richard é o tipo de homem que faz qualquer mulher parecer deslumbrante.
Ele me leva até minha mesa, me levanta e me posiciona com uma mistura exata de paixão e cuidado. Suas mãos deslizam por baixo de minhas coxas nuas. Fico feliz por estar usando saia hoje. E, aleluia!, lingerie de renda combinando. Às vezes as coisas realmente dão certo; digo a mim mesma para não esquecer esta pequena graça da próxima vez que estiver reclamando da minha má sorte, quando, vamos dizer, estiver comprimida entre dois passageiros grandes num voo qualquer.
Richard continua a me beijar, principalmente nos lábios, mas também no pescoço e na nuca. O homem é um expert, e não sei bem onde ele arrumou tanta experiência. Acho que com a Lydia do departamento de arte e muitas outras mulheres que me antecederam. Algumas ele encontrou no trabalho; outras, em bares e restaurantes, em encontros às escuras ou até mesmo no metrô. Porém, não me importo com isso. Nem ligo se ele estiver saindo com outra pessoa no momento. Só quero que ele continue a me tocar, a tocar todo o meu corpo, bem debaixo dessas luzes fluorescentes.
— Quer vir comigo para a minha casa? — Richard sussurra nos meus ouvidos.
Sacudo a cabeça e suspiro que sim enquanto ele continua a beijar meu pescoço. Minhas mãos estão em suas costas, que são mais fortes do que eu imaginava. Chego à conclusão de que 48 anos não é muito velho. Ele me aperta mais forte. Nem tão velho mesmo.
— Agora? — ele pergunta.
— Ahn-‐hã — concordo. — Mas primeiro você tem que parar de me beijar.
Tentamos nos afastar um do outro, sem sucesso, até que finalmente conseguimos e, meio sem fôlego, formulamos um plano: vou pegar um táxi e esperar por ele enquanto ele pega as coisas em sua sala. Beijamos mais uma vez. Ele abre a porta. Considero uma vitória quando conseguimos sair sem ser vistos por quase ninguém, a não ser por Jimmy, o faxineiro do meu andar, que nos cumprimenta. Para falar a verdade, não me importo se alguém vai ou não nos ver. Estou começando a encarar esse relacionamento como um símbolo de honra. Um emblema exterior do meu espírito bem equilibrado e de alguém que “conseguiu catar os cacos”. Não sou uma vítima nem uma divorciada amargurada. E Richard é a prova disso.
Pego um táxi quase imediatamente e espero por ele. Ele entra no carro alguns minutos depois, jogando sua pasta em seus pés. Não nos beijamos dentro do táxi, mas não paramos de nos tocar. Ele me diz, mais de uma vez, que não aguenta esperar até chegarmos em casa.
Quando chegamos ao apartamento dele, vamos direto para o quarto. Fico feliz de ele não me perguntar se quero beber alguma coisa. Porque não quero. Gosto da ideia de não nos sentarmos no sofá para conversar. Porque eu simplesmente quero ir para cama com ele e tocá-‐lo. E, depois de dois minutos de a porta da frente ser trancada, é exatamente lá que me encontro, é exatamente isso que estou fazendo.
Tudo que se relaciona a Richard é suave e tranquilo: seus lençóis, sua música (Sam Cooke), até mesmo seu animal de estimação, um lindo gato siamês chamado Rex, que nos observa desdenhosamente do alto do parapeito da janela. Só tem um momento de desconforto, algo previsível, quando Richard para, me olha e pergunta:
— Preciso usar alguma coisa?
— Tudo bem... para você? — pergunto, lembrando de Lydia e de uma doença que rima com o nome dela.
— Ah, sim. Não tem problema nenhum para mim — Richard diz, beijando a parte interna da minha coxa. — Mas... você toma algum anticoncepcional?
Sussurro um sim.
— Claro que sim — ele comenta. Seu comentário ativa uma coisa na minha cabeça e me lembro de Alfonso e de bebês, e não consigo deixar de sentir uma ponta de saudade. Digo a mim mesma que, provavelmente, meu ex-‐marido está agora na cama com Tucker fazendo a mesma coisa. Ou com alguém parecido com ela. Eu me forço a curtir o momento. Lembro-‐me de que prefiro muito mais estar aqui com o Richard a estar tendo um filho. Não que dê para comparar. De modo algum.
Minutos depois, estamos fazendo sexo.
— Você é fantástica — ele murmura a certa altura.
— Você diz isso para todas — sussurro de volta.
— Não. Eu não — ele diz. — Só digo o que penso.
Sorrio porque acredito nas palavras dele. Não há fingimento nas atitudes de Richard. Já pressentia que Richard não fosse do tipo que fica agarradinho.
Chegamos ao clímax praticamente ao mesmo tempo, mas não ficamos agarradinhos um ao outro logo após o sexo. Para mim, está tudo bem. Posso deixar de lado esse tipo de aconchego desde que exista algum tipo de ligação, física ou outra qualquer.
Temos essa ligação. Ficamos sentados lado a lado, recostados nos travesseiros apoiados na cabeceira de couro de sua cama de casal. Ainda estamos sem roupa, mas cobertos até a cintura pelos seus lençóis bege-‐acinzentados. O braço dele envolve meus ombros, seus dedos repousam no meu pulso e acariciam ocasionalmente minha pele.
Conversamos sobre trabalho, mas não porque “não temos mais nada para falar”. É mais um papo do tipo “me conta algo que eu ainda não saiba”. Ele me pergunta se eu amo o que faço e eu digo que sim.
— Do que você mais gosta no seu trabalho? — ele pergunta.
Penso em todas as respostas que os editores costumam dar, coisas como amar livros e a palavra escrita, e poder escapar para um mundo diferente. É claro que tudo isso é verdade, mas não é disso que mais gosto no trabalho de editora. É algo mais, alguma coisa que tem a ver com descobrir novos talentos.
— É difícil de explicar — digo. — Mas acho que tem a ver com aquela agitação que sinto ao ler alguma coisa boa e me sentir presa à história. Quando penso “essa pessoa realmente sabe escrever”, simplesmente tenho que trabalhar com ela.
Richard sorri e pega minha mão, como se quisesse me incentivar a falar mais.
Então, continuo:
— Sabe aquela sensação de superioridade quando a gente ainda está na escola e ouve uma banda antes de ela ficar famosa? E aí pode dizer para todo mundo “Ah, Depeche Mode? Eu os ouço há muito tempo. Simplesmente adoro suas músicas antigas!”.
Richard ri e concorda com a cabeça.
— Bom, é assim que me sinto ao descobrir um novo autor — explico. — Como se eu descobrisse um segredo antes dos outros. — Repentinamente, me sinto envergonhada, como se tivesse me exposto demais.
— E você? — pergunto. — Do que mais gosta no seu trabalho?
— Ah, não sei — Richard diz. — Acho que estimula minha personalidade... E eu gosto de contribuir para o sucesso de um livro... Aquela sensação exultante quando todo mundo está clicando num livro e num autor, e você está recebendo um monte de avaliações... Porém, às vezes parece um tudo ou nada. Por exemplo, quando alguém pergunta “O que você está fazendo por mim?”... Você entende como são as cobranças.
Digo que sim. Sei exatamente como são essas cobranças. Ele continua:
— E tem aquelas vezes em que a gente não consegue fazer nada para promover um livro. E é uma droga quando você gosta do livro e gosta do autor...
Concordo com ele novamente. É de partir o coração quando você ama um livro que se torna um fracasso de vendas. E isso acontece com os autores mais legais.
Richard diz:
— E eu não sei... A publicidade gera um certo tipo de pessoa que sente necessidade em levar o crédito por tudo e que parece nunca se desligar de sua persona “publicitária” . É como se estivesse continuamente trocando ideias e ansiosa em estar sob os holofotes o tempo todo.
— Você não é assim — digo, pois acho que Richard vive naturalmente sob as luzes dos holofotes. Ele não tem que se esforçar para ser notado.
— Deus do céu! Espero que não. Porque vou lhe contar uma coisa, Parr, não há nada que me faça odiar mais meu trabalho do que ir a alguma festa da área e observar todos os hiperpublicitários correndo atrás do pessoal da mídia para se apresentar e tentar promover seus projetos de um jeito nada sutil, e, enquanto isso, surfar nos crachás. Isso é selvageria.
— Surfar nos crachás?
— Isso mesmo. Sabe quando alguém começa a falar com você como se fosse um velho amigo? Então, quando veem que você não está olhando, eles dão uma olhada rápida no seu crachá para ver quem você é. E se acharem que você é bem conceituado e suficientemente importante, eles continuam a conversar com você. É como se estivessem olhando para o decote de alguém. E, se houver alguém do Times ou de outra revista importante, é uma loucura generalizada. Não consigo entender por que esses caras ainda comparecem a esse tipo de evento, a menos que eles gostem dessa bajulação e se sintam valorizados com isso.
Solto uma gargalhada e digo:
— Sim, mas ninguém precisa ler seu crachá, Richard.
— Isso é verdade — ele diz, fingindo bravata.
O telefone dele toca, mas ele nem se mexe. Repito a cortesia quando meu celular toca com o toque pessoal de Jess, “Bittersweet Symphony”, do The Verve. Porém, ela liga mais uma vez. E mais uma vez.
— É melhor atender essa ligação — digo. — É Jess. Deve ser importante.
Richard sabe que ela é a minha melhor amiga e que moramos juntas. Ele se curva em minha direção, beija meu rosto e diz:
— Vá em frente. Ligue para ela.
Recolho minha lingerie que estava caída no chão, ao lado da cama, a visto o mais rápido possível e caminho uns cinco ou seis passos até o divã do Richard, onde deixei minha bolsa. Pego o telefone e ligo para Jess em casa.
— Onde você está? — ela pergunta.
— Estou com Richard — digo, gostando de como essas palavras soam na minha boca. Espero poder dizê-‐las por um bom tempo. — O que aconteceu?
Autor(a): eduardah
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 22
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franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 22:39:06
Acabou a fic???? E os filhos??? ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 21:35:45
*.*
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sra.herrera Postado em 23/08/2015 - 17:35:56
Continua amo essa fic quero aya juntos logo #RaivaDoPoncho -_-
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eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:53:10
Tem uma saída sim , faça igual eu , quando eu li esse livro, assim como eu tb li COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ pulava tudo essas cenas kkkkkkk ...
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eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:49:59
Essa ainda sendo , acontecendo tudo é Uma História de amor, tem algo que já entrou na fic, na História que vai começar a se encaminhar aos eixos , dividi ela em 4 Partes e já estou na terceira , aguarde , eu disse tem coisas aqui que por mim não postava mas , no fim vcs vão acabar tendo uma surpresa Bem legal a respeito de um dos dois , e enfim dos dois tb , não abandona não , vc ainda vai rir ....
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 23:16:33
;/
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:44:33
;(
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:19:50
Não to gostando ;( eu não quero ficar lendo a any com outro...e ela apaixonada por outro...e com certeza poncho ta com outra....que história mais triste é essa...
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:39:22
Migaaaa serio..não consigo ler...eu to até chorando...de tristeza....poncho nem aparece...cada um ta na sua...não vejo saída....
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:33:58
Poxa como vc quer que eu leia isso...any transando com outro!!!!! Poncho deve estar fazendo o mesmo também... ;( isso acabou comigo....