Fanfics Brasil - Capitulo 39 Uma Prova de Amor AyA (Adaptada).Finalizada

Fanfic: Uma Prova de Amor AyA (Adaptada).Finalizada | Tema: Anahi e Alfonso


Capítulo: Capitulo 39

483 visualizações Denunciar


 


Sacudo minha cabeça dizendo que não. Sei que ele está tentando novos ângulos de crítica.


—           Então, infelizmente, não vamos poder publicá-­‐lo como não ficção, fazer uma cobertura da vida dela, mas ainda assim me parece uma boa ideia. Consigo até imaginar um grande lançamento... Além do mais, acho que o histórico de Anahi é uma justificativa em si. Correr riscos é com ela mesma.


Todos os olhares se voltam para Richard. Ele não costuma falar nessas reuniões, e sua opinião tem um grande peso e tenho certeza de que ele favoreceu a balança a meu favor. Não deu outra, Sam pede uma votação e minha proposta passa por uma margem mínima.


Olho para Richard, que me dá uma piscadela rápida e sorrateira.


Penso comigo mesma: “Ah, meu Deus, será que eu acabei de me dar bem no trabalho por causa de sexo?”.


Não sei direito a resposta, mas, de repente, me ocorre que existe uma linha muito tênue entre uma vida correta e uma escandalosa.


Ligo para Daphne assim que retorno ao meu escritório. Ela está no carro, sozinha, a caminho do supermercado.


—           Como foram as coisas? — pergunto.


—           Foram. Ele conseguiu entregar esperma — ela  diz amargurada. — Com a ajuda das universitárias Shari e Shelli.


—           E o resultado?


—           Vai demorar alguns dias... Mas o que são mais alguns dias para quem está esperando uma década para ter um bebê, não é?


Tenho vontade de salientar que ela não está realmente esperando há uma década. Não se pode contar os anos em que você não estava tentando. Que estava usando preservativo, tomando anticoncepcional    e “tirando antes da hora e rezando”, método preferido de Daphne  e de Tony durante os anos da faculdade, quando não tinham um tostão.


—           Em breve vocês vão esclarecer tudo — comento enquanto olho de relance para minhas unhas e digo a mim mesma para ir à manicure antes do meu próximo encontro com o Richard.


Escuto Daphne fazer um discurso retórico sobre um motorista idoso que não ligou a seta. Desde que um senhor de idade atropelou várias crianças da escola num cruzamento em nossa cidade, ano passado, Daphne anota metodicamente as placas dos veículos e denuncia motoristas irresponsáveis para o Departamento de Trânsito.


—           Olha, Deus os proteja, você entende... Tenho certeza de que não sabem que não deveriam mais estar dirigindo. Não é mais seguro, concorda?


Interrompo seu longo discurso e digo:


—           Ouça, Daphne, estava pensando numa coisa... Lembra que você me disse que esperava que isso fosse um problema do Tony? Culpa dele?


—           Sim.


—           O que você quis dizer com isso, exatamente?


—           Quis dizer que eu não quero ser culpada por isso.


—           Culpada pelo Tony?


—           Sim.


—           Você realmente acha que ele vai te culpar? — pergunto. — O Tony não é esse tipo de pessoa.


—           Eu sei... Mas às vezes eu penso isso.


—           Acho que ninguém deveria culpar alguém por isso — digo.


—           Sim. Bom. É que essa situação é bem estressante... — A voz dela vai se apagando.


 


—           Sinto muito mesmo, Daphne. Gostaria que você não tivesse que passar por isso.


—           Eu sei... Me diz o que vai acontecer comigo? Diz que eu vou ser mãe algum dia?


—           Isso vai acontecer — digo, acreditando piamente nisso. — E,  se o pior acontecer, vocês podem adotar. Certo?


—           Acho que sim. Mas é o último recurso. Quero ter meu próprio filho.


—           Mas seria seu filho da mesma maneira — digo.


—           Você entende o que estou querendo dizer — ela explica. —Quero carregar o bebê.    Quero   sentir    a experiência                completa da maternidade...


—           Você vai — afirmo.


—           Talvez seja por isso que eu queira tanto que a culpa seja de Tony — ela confessa. — Se a culpa for dele, ainda assim eu posso ter um filho.


—           Você quer dizer com outra pessoa?  Você  abandonaria  o Tony? — digo, horrorizada.


—           Ah, meu Deus, claro que não! — Daphne exclama. — Estou me referindo ao banco de espermas ou a algo do tipo — ela responde.


Quase lhe pergunto se Tony estaria disposto a tomar esse caminho. Eu ficaria bem surpresa se ele aceitasse essa saída. Sei que ele faria praticamente qualquer coisa pela Daphne, mas ao mesmo tempo acho que é aquele tipo de machão que teria dificuldade para aceitar isso. Mas decido calar a boca e não tocar nesse assunto. Daphne já tem muita coisa com que se preocupar.


 Naquela tarde, depois de eu retornar uma dúzia de ligações de vários agentes e autores, me pego me lembrando de Alfonso e de nosso casamento, e de como as coisas não aconteceram como pensei  que seriam no dia em que eu disse aceito. Afinal de contas, pessoas que são almas gêmeas ficam juntas apesar dos desencontros e das desavenças. Eles podem ter que lidar com a culpa e os erros temporariamente, mas uma hora os problemas se resolvem. O amor conquista tudo. Na saúde e na doença. É assim que são os bons casamentos. Penso num exemplo extremo, como Dana Reeve continuou com Christopher, apesar de que ficar casada com um tetraplégico não deve ter sido algo que  tenha passado pela sua cabeça no dia do casamento. O amor deles era forte e verdadeiro, e mais importante do que todas as coisas que não  mais podiam fazer juntos. Era mais importante do que ter uma vida sexual fantástica ou sair para cavalgar, ou ter mais filhos. Dana teve que deixar muitos dos seus sonhos se apagarem, mas ela o fez de bom grado. Ele valia qualquer sacrifício.


Fico sentada à minha mesa por um longo tempo, de costas para o computador, ignorando o “ding” de novas mensagens na caixa de entrada, provavelmente de Richard, e imaginando o que Alfonso faria se eu tivesse sido diagnosticada com alguma doença terminal. Se eu tivesse apenas alguns anos para viver. Ou... se eu não pudesse ficar grávida, ao contrário de não querer engravidar. Não consigo imaginar Alfonso me abandonando sob essas circunstâncias. Então, como ele pôde me largar simplesmente por eu não querer ter filhos? Eu não o estava submetendo a grandes sacrifícios; eu só queria que as coisas continuassem iguais. Meu marido não me amava o bastante para ficar comigo nesses termos? Eu estava realmente pedindo demais?


 Levei uns três dias para esquecer aquela sensação de pânico causada pelas lembranças de Alfonso. Durante esse tempo, tentei evitar Richard. Não completamente, pois ainda conversávamos e trocávamos e-­‐ mails. Porém, quando ele perguntava se estava livre para jantar, eu arrumava uma desculpa e deixava o convite para outro dia. Não quero fazer sexo com ele enquanto não consigo parar de pensar em Alfonso, muito embora Jess afirme que essa é a melhor saída para ajudar a superar essa inesperada depressão. Sei, por experiência própria, que ir para cama com um homem enquanto ainda se está pensando em outro pode  ter um efeito contrário catastrófico, e eu a lembro de quando terminei com meu namorado da faculdade, Paul. Meu único outro rompimento significativo.


Naqueles primeiros dias em Nova York, logo após a formatura, Jess saía praticamente todas as noites enquanto eu ficava em casa fazendo coisas patéticas como escutar a música do The Cure, a “Pictures of you”, várias e várias vezes, ou ligar para programas de rádio para dedicar músicas para o “Paul, em Denver”. Não conseguia me desvencilhar do sofrimento e nem queria me livrar dele até conhecer Anders numa festa no Upper East Side. Anders era um sueco jogador de tênis profissional, de 20 anos, com cabelo louro comprido e um sorriso cativante. Nos demos bem imediatamente, embora eu reconheça que ele é o tipo de cara com quem todo mundo se dá bem e por quem todas as garotas se apaixonam facilmente.


Então, fiquei enlouquecida quando ele pediu meu telefone no fim da noite. Saímos para jantar, fomos ao cinema na semana seguinte e começamos a sair com certa regularidade, embora nunca tivéssemos parado para pensar o que queríamos e aonde queríamos chegar com esse relacionamento.


Cerca de um mês mais tarde, fizemos sexo no futon da casa dele, debaixo de uma colcha colorida e áspera que a mãe dele havia tricotado. Não superou o sexo incrível que eu tinha com o Paul, mas foi bem melhor do que a minha primeira vez com ele, o que achei significativo. Mais tarde, lá pela meia-­‐noite, Anders preparou um lanchinho de Fritos e cachorro-­‐ quente. Ele acendeu o abajur e nós dançamos ao som de “Feel the vibrations”, de Marky Mark, até seu vizinho começar a bater na parede pedindo silêncio. Lembro-­‐me de pensar que, embora não estivesse apaixonada pelo Anders, não podia desconsiderar a ideia de que isso poderia acontecer algum dia. Na verdade, eu esperava que acontecesse.


Alguns dias depois, um pouco antes de me encontrar com Anders, saí do chuveiro e vi uma luzinha vermelha piscando na secretária eletrônica. Muito embora não conversássemos há quase três meses, senti que era uma mensagem de Paul, o que marcou meu grande momento como vidente. Aperto o play e lá estava a voz dele, bêbado e falando coisas desconexas sobre como ele esperava que eu estivesse bem. Não era uma mensagem do tipo “Sinto sua falta e gostaria de ter ido para Nova York com você”, mas, ainda assim, ele estava me ligando numa sexta-­‐feira à noite depois de ter se embebedado; Jess me ajudou a não fazer  a mesma coisa inúmeras vezes. Ouvi a mensagem duas vezes e me forcei   a deletá-­‐la, lutando contra a vontade de guardá-­‐la para ouvir mais tarde. (Jess é especialista em ler nas entrelinhas e interpretar coisas como mensagens de voz de bêbados, talvez porque ela já tenha passado por isso. Mas quem não passou por essa fase de beber e ligar quando se é bem jovem?) Sinto um aperto no coração ao apagar a voz rouca e familiar de Paul, mas me sinto orgulhosa de minha atitude. Eu era uma jovem  urbana e equilibrada que namorava um europeu com cabelos compridos e um saque feroz. Tinha superado meu namoradinho da faculdade.


Então, para fazer jus à minha imagem, fiz o possível para que Anders e eu tivéssemos uma noite daquelas. Jantamos no El Teddy, meu restaurante mexicano favorito em Tribeca (já fechou...) e ficamos bêbados com margaritas, o que me fez sentir sofisticada a cada gole que tomava, pois só bebia frozen margaritas quando estava na faculdade. Depois nos encontramos com os amigos de Anders, a maioria era jogador de tênis, e fomos dançar numa boate no Soho. Anders era um dançarino fantástico, mas não se levava muito sério. De vez em quando, ele começava a fazer uns passos malucos e sua dança hilária de “homem correndo”. Eu quase morri de rir e nunca me senti tão leve, de um jeito que só nos sentimos depois de muito sofrimento.


Foi quando uma coisa muito estranha aconteceu. De volta ao apartamento de Anders, enquanto estávamos fazendo sexo pela segunda vez, me vi pensando na mensagem do Paul. E então, do nada, comecei a chorar. Disse a mim mesma que devia ser o efeito das margaritas. Que eu estava feliz. Rezei para que aquele momento passasse logo e que a escuridão do quarto do Anders fosse suficiente para encobrir minhas lágrimas. Mas não tive essa sorte. Segundos depois, percebo Anders ficar paralisado sobre mim. Ele toca gentilmente meu rosto.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): eduardah

Este autor(a) escreve mais 7 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

—           Você está chorando? — perguntou, parecendo mais horrorizado que preocupado. Ele nem esperou minha resposta: se sentou, acendeu as luzes e me olhou temeroso. Disse a ele que sentia muito. Ele me abraçou e disse: —           N&a ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 22



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 22:39:06

    Acabou a fic???? E os filhos??? ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 21:35:45

    *.*

  • sra.herrera Postado em 23/08/2015 - 17:35:56

    Continua amo essa fic quero aya juntos logo #RaivaDoPoncho -_-

  • eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:53:10

    Tem uma saída sim , faça igual eu , quando eu li esse livro, assim como eu tb li COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ pulava tudo essas cenas kkkkkkk ...

  • eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:49:59

    Essa ainda sendo , acontecendo tudo é Uma História de amor, tem algo que já entrou na fic, na História que vai começar a se encaminhar aos eixos , dividi ela em 4 Partes e já estou na terceira , aguarde , eu disse tem coisas aqui que por mim não postava mas , no fim vcs vão acabar tendo uma surpresa Bem legal a respeito de um dos dois , e enfim dos dois tb , não abandona não , vc ainda vai rir ....

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 23:16:33

    ;/

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:44:33

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:19:50

    Não to gostando ;( eu não quero ficar lendo a any com outro...e ela apaixonada por outro...e com certeza poncho ta com outra....que história mais triste é essa...

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:39:22

    Migaaaa serio..não consigo ler...eu to até chorando...de tristeza....poncho nem aparece...cada um ta na sua...não vejo saída....

  • franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:33:58

    Poxa como vc quer que eu leia isso...any transando com outro!!!!! Poncho deve estar fazendo o mesmo também... ;( isso acabou comigo....


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais