Fanfic: Uma Prova de Amor AyA (Adaptada).Finalizada | Tema: Anahi e Alfonso
Mas com Alfonso, as coisas eram diferentes. Eu estava mais feliz do que nunca. Contei isso a ele e me lembro de ele me perguntar por que agora era diferente, por que eu estava mais feliz. Pensei bastante, desejando que minha resposta fosse precisa e completa. Comecei a detalhar desajeitadamente o que havia feito meu relacionamento com Paul fracassar e passei um tempão enumerando suas qualidades e atributos específicos. Então, listei para Alfonso as coisas nas quais ele era melhor e, mais importante ainda, no que era melhor para mim. Eu disse:
— Você beija melhor. Tem o temperamento mais estável. É mais generoso, mais inteligente e mais justo.
Poncho acenou com a cabeça e ficou tão sério que me lembrei de algo mais e acrescentei:
— E ainda você recicla! — Só para brincar um pouco. (A verdade era que Paul não reciclava nada, coisa que revelava muito sobre sua personalidade.) À medida que falava, tinha a sensação clara de que eu não estava capturando a real essência do que eu sentia. Era bem frustrante, pois queria que Poncho soubesse como era especial para mim.
Desisti de continuar falando sobre meu ex e perguntei a Poncho a mesma coisa sobre sua ex-‐namorada, Nicole. Eu tinha começado a montar uma imagem bem detalhada dela baseada em trechos de conversas. Sabia que ela era descendente de vietnamita e se parecia com uma boneca de porcelana. (“Devo” ter bisbilhotado nas gavetas dele uma vez e achei uma foto ou duas.) Ela era designer de interiores e tinha conhecido Alfonso em um grande projeto de um museu no Brooklin. Seu livro favorito era Cem Anos de Solidão, que também era o livro favorito de Poncho (isso me irritava profundamente). Ela fumava e eles fumaram juntos durante muito tempo até ele largar. Viveram juntos por três anos e namoraram por quase seis. O relacionamento deles foi intenso, cheio de altos bem altos e baixos bem baixos. Eles tinham terminado no inverno passado e eu ainda não sabia por quê. Então, é claro que eu tinha muito medo de ele estar comigo só para se recuperar do término. O nome Nicole me deixava tomada por um ciúme maluco.
— Por que esse relacionamento é diferente? — perguntei a Poncho e, então, me preocupei por estar fazendo suposições demais. — Ou será mesmo que é... diferente?
Nunca esquecerei o modo como ele me olhou, com os olhos claros e quase transparentes. Ele mordeu o lábio inferior, um de seus hábitos mais sensuais, e disse:
— Na verdade, essa não é uma pergunta difícil. Eu simplesmente amo mais você. É isso. E não estou falando isso porque ela faz parte do passado e você do presente. É o que eu sinto. Em termos absolutos. Quero dizer, eu a amava. De verdade. Mas amo você muito mais. E o que eu sentia por ela não chega nem perto do que eu sinto por você.
Foram as melhores palavras que já ouvi, e por uma razão muito simples: eu sentia exatamente o mesmo. A pessoa que me amava era a pessoa que eu também amava, o que pode ser considerado um milagre. É um completo milagre.
Não foi nenhuma surpresa quando Alfonso me pediu em casamento algumas semanas depois. E então, após sete meses, quando comemorávamos nosso primeiro encontro, fugimos para nos casar e trocamos as alianças numa praia bem romântica em St. John. Essa escapada não caiu bem com nossas famílias, mas queríamos que esse dia fosse apenas nosso. Logo depois que fizemos nossos juramentos, me lembro de olhar para o mar e pensar que éramos apenas nós dois, com a vida toda se estendendo à nossa frente. Nada iria mudar, a não ser a chegada de algumas rugas, de alguns cabelos brancos e as lembranças doces e felizes
Claro que o assunto de ter filhos surgiu com frequência irritante naqueles dias de recém-‐casados, mas apenas quando respondíamos a algumas perguntas grosseiras sobre nossos planos de procriar e formar uma família: da família de Poncho, de minha família, de amigos, mulheres passeando com seus filhos no parque, até mesmo de nossa faxineira.
— Não vamos ter filhos — um de nós respondia casualmente e então tínhamos que tolerar a conversa inevitável que se seguia, sobre como as crianças podiam enriquecer nossa vida.
Uma vez, numa feira de livro, uma editora se aproximou e me disse que, se eu não tivesse filhos, minha vida “seria vazia e sem significado”. Isso é que é um comentário radical! Acho que lhe respondi: “Bom, nossa, acho que eu deveria me matar agora, não é?”. Ela fingiu que não me ouviu e continuou a falar sobre seus filhos.
Outra coisa comum era o sacudir de cabeça daqueles que acreditavam que estávamos, na verdade, escondendo uma verdade dolorosa: nossa incapacidade de conceber. Como certa vez em que uma amiga da faculdade de Poncho me entregou um cartão com os dados de sua clínica de fertilização escritos no verso. Entreguei o cartão a Poncho, que prontamente anunciou à sua amiga que ele tinha feito uma vasectomia logo depois do nosso casamento. Isso não era verdade, eu estava tomando pílula, mas o jeito como ele falou a deixou envergonhada e ela calou a boca.
E a pergunta mais intrigante que nos faziam era a seguinte: “Quem vai tomar conta de vocês quando estiverem velhos?”. Poncho e eu respondíamos que um ia cuidar do outro. E, por incrível que pareça, nos faziam outra pergunta: “Mas e quando um de vocês morrer?”. Nesse ponto, as coisas realmente ficavam engraçadas. Vez ou outra, mencionava que as casas de repouso estavam cheias de pessoas cujos filhos nunca apareciam para visitá-‐las, que filhos não eram garantia de nada. Você podia ter um filho que se tornaria um artista malsucedido e pobre. Ou um filho que se tornasse um adulto egoísta e mal resolvido. Ou um filho que precisasse de atenção especial e fosse incapaz de cuidar de si mesmo,muito menos de pais idosos. Fim da questão; Alfonso e eu concordamos que nos preocupar sobre cuidados no futuro era, afinal de contas, uma razão egoísta e idiota para procriar. Era melhor trabalhar duro e economizar nosso dinheiro do que sobrecarregar uma geração futura.
Com o tempo, aprendemos a não discutir sobre o assunto. Era muito mais fácil assim. Trocávamos olhares e discutíamos mais tarde. Ficávamos irritados com a suposição de algumas pessoas de mente estreita de que filhos eram uma dádiva, mas, ao mesmo tempo, nos divertíamos com a sensação libertadora de estarmos numa união sem filhos. Nosso relacionamento tinha tudo a ver com liberdade, possibilidades e aventura. Estávamos juntos porque queríamos estar juntos. Não porque precisássemos de um parceiro para a maternidade ou paternidade, ou porque os filhos nos estivessem prendendo, nos engaiolando durante dezoito anos de obrigação constante.
Autor(a): eduardah
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 22
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franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 22:39:06
Acabou a fic???? E os filhos??? ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/08/2015 - 21:35:45
*.*
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sra.herrera Postado em 23/08/2015 - 17:35:56
Continua amo essa fic quero aya juntos logo #RaivaDoPoncho -_-
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eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:53:10
Tem uma saída sim , faça igual eu , quando eu li esse livro, assim como eu tb li COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ pulava tudo essas cenas kkkkkkk ...
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eduardah Postado em 23/08/2015 - 01:49:59
Essa ainda sendo , acontecendo tudo é Uma História de amor, tem algo que já entrou na fic, na História que vai começar a se encaminhar aos eixos , dividi ela em 4 Partes e já estou na terceira , aguarde , eu disse tem coisas aqui que por mim não postava mas , no fim vcs vão acabar tendo uma surpresa Bem legal a respeito de um dos dois , e enfim dos dois tb , não abandona não , vc ainda vai rir ....
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 23:16:33
;/
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:44:33
;(
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 22:19:50
Não to gostando ;( eu não quero ficar lendo a any com outro...e ela apaixonada por outro...e com certeza poncho ta com outra....que história mais triste é essa...
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:39:22
Migaaaa serio..não consigo ler...eu to até chorando...de tristeza....poncho nem aparece...cada um ta na sua...não vejo saída....
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franmarmentini♥ Postado em 22/08/2015 - 21:33:58
Poxa como vc quer que eu leia isso...any transando com outro!!!!! Poncho deve estar fazendo o mesmo também... ;( isso acabou comigo....