Fanfic: Um Verão Inesquecível [Adaptada] - TERMINADA
- Desculpe – disse. E olha que não era a primeira vez naquela manhã. Eu já tinha atropelado diversas pessoas na minha perambulação sem rumo pelos intermináveis corredores abarrotados de gente do colégio Glendale. Já mencionei que odeio segundas-feiras?
O colégio Glendale não é simplesmente uma escola: é uma cidade. Nunca tinha visto tantos corredores e tantas salas de aula, sem falar em alunos, debaixo do mesmo teto. Até o gabinete da administração estava lotado de gente. Precisei esperar dez minutos para conseguir falar com a pessoa encarregada. No fim, consegui que a inspetora Rodriguez me entregasse um mapa do prédio e o horário das aulas, não sem antes ouvir uma lista de regras e diretrizes referentes a trajes e comportamento. Basicamente, não posso usar saias que mostrem a calcinha nem camisetas obscenas e, em hipótese alguma, devo namorar nos corredores.
A garota em quem eu acabara de dar um encontrão me lançou um olhar fulminante antes de avançar corredor afora. Obviamente, bons modos não faziam parte dos regulamentos da escola. Afastei-me da torrente de alunos encostando-me em um armário pintado de roxo. Havia um quê de arfante em minha respiração que reconheci, de imediato, como sintoma de ansiedade. Notei também que as palmas das mãos estavam suadas enquanto mais ou menos torcia para que se abrisse um buraco no chão que me engolisse inteira, com tamancos novos e tudo.
Quem acreditaria que poucos dias antes eu achava que iria simplesmente mudar de casa, telefonar para Ucker e viver uma vida de amor, diversão e amizade? Até o momento, tudo o que havia conseguido fora queimadura de sol, indigestão com pasta de caranguejo e uma noite em claro, preocupada com o primeiro dia uma escola nova em folha. E, no que se referia a Ucker, estava começando a perceber o tamanho da Flórida.
Uma rápida passada pela biblioteca da escola – felizmente dera de cara com ela – tinha sido suficiente para constatar que havia pelo menos duzentas listas telefônicas a minha espera. Procurar todos os Uckermann e copiar todos os possíveis números de telefones levaria semanas. E já até previa qual seria a reação de meu pai ao receber uma conta telefônica com ligações para varias centenas de Uckermann espalhados por todo o estado. Ao menos tinha o consolo de saber que Gunnie estava para voltar das férias que tirara depois de comandar o acampamento de verão. Ela poderia me dar o número do telefone e o nome da cidade de Ucker em segundos.
- Perdida? – perguntou uma garota miúda, de cabelos vermelhos brilhantes e um sorriso que certas meninas costumam reservar para o Campeonato Nacional de Líderes de Torcida. Pareceu-me um pouco mais presunçosa que as garotas que em geral eu circulo, mas, puxa, eu precisava de amigas, onde quer que eu pudesse achá-las!
- Perdida é fichinha – falei. – Estou vagando pelos corredores há uma eternidade.
- Você é nova aqui – disse-me ela, com voz carregada de simpatia. No mesmo instante, senti-me culpada por ter zombado mentalmente dela, com base no simples fato de a garota ter um daqueles narizinhos arrebitados engraçadinhos.
- Sou, acabei de chegar do Maine. – Dei-lhe um sorriso que eu torcia para ser simpático.
- Bem-vinda à Flórida, então! Eu sou Dulce Maria. – E estendeu a mão, que eu apertei meio sem graça.
- Anahí Giovanna. Estou desesperadamente necessitada de uma boa alma que se compadeça de mim.
- Pode deixar comigo. – Dulce pegou o horário de minhas mãos e examinou-o por alguns momentos. – Para começar, você está no prédio errado. A sala do professor Maughn fica no prédio Kingman.
- Ah. – As coisas estavam começando mal para quem pretendia passar em Calculo Um. Se eu não fazia idéia nem de que a escola tinha mais de um prédio, que dirá conseguir encontrá-lo.
- Levo você até lá – Dulce propôs.
Senti uma onda de ingratidão infinita.
- Não, não precisa – falei com toda a humildade. – Quer dizer, a sua aula também já deve estar começando.
Ela deu de ombros.
- Todo o mundo por aqui me conhece. Além do mais, é só dizer à professora Martin que estava mostrando a escola para uma aluna nova.
Gemi. Eu era uma aluna nova, o rótulo mais temido nos colégios do país inteiro.
- Obrigada. – murmurei.
Dulce deslizou pelo corredor, e eu a segui docilmente. Seria esse o sentimento de Georgie, quando grudava nos meus calcanhares?
- Então, você vai ao jogo da sexta-feira? – ela me perguntou.
- Hum... não sei ainda. – Eu sempre ia aos jogos em Portland, só que lá fazia parte integrante de tudo, embora nunca tinha sequer olhado para o campo. Os jogos de futebol eram apenas mais uma oportunidade de me reunir com a turma.
- Pois devia – Dulce aconselhou. – É o melhor jeito de conhecer gente. – E me deu sorriso imenso. Obviamente, já tinha cuidado de outros “alunos novos” na vida. – Eu iria com você, mas tenho de animar a torcida.
Então ela era líder de torcida. Meu radar antipresunção acertara na mosca!
- Eu, hum... vou pensar a respeito. – Controle-se, Annie, eu disse com meus botões. Veja se encontra alguma simpatia escondida em algum canto desse seu belo eu. Não apareceu quase nenhuma. – Quer dizer, claro, vou sim.
- Ótimo.
No final do corredor, ela empurrou uma imensa porta vermelha.
– O prédio Kingman fica no fim dessa alameda – explicou, continuando em frente. – E o ginásio é por ali. – Fez um gesto na direção geral de um gigantesco estacionamento.
- Por que essa escola é tão imensa? – perguntei. – Bay Beach tem no máximo cinqüenta mil habitantes, se tanto.
Dulce riu.
- Bay Beach só tem cinqüenta mil moradores, mas a Glendale atende estudantes de toda a região. Tem gente que dirige pelo menos sessenta quilômetros para chegar até aqui.
Tonta. A garota deve estar me achando a maior idiota do planeta.
-Certo, certo... – dizer o quê, depois de uma pergunta tão imbecil? Começava a achar que tinha esquecido o cérebro que tinha me garantido 1490 pontos no teste de aptidão escolar lá em Portland.
- A boa notícia é que temos toneladas de gatos – Dulce me disse, em tom de conchavo. – Uma garota bonita como você vai arrumar mais encontros do que qualquer uma dessas modelos ou cantoras que viram celebridade!
Dei risada, a primeira risada autentica do dia. Primeiro, porque adoro um elogio. Segundo, porque Dulce conseguira dizer algo engraçado.
- Não sei se estou disponível no momento – falei. – Estou, mais ou menos, com uma pessoa.
-É mesmo? – Os olhos da Dulce se iluminaram. – Adoro saber sobre os romances alheios. Namoro o mesmo garoto desde os oito anos, mais ou menos.
Isso não me espantou nem um pouco. Meninas como a Dulce sempre terminam com o rapaz da casa ao lado.
- Nossa! Quanto tempo. – Fingi indignação. O nome dele provavelmente devia ser Biff ou Skip.
- Pois é. Agora me conte sobre o seu namorado. Ele ficou no Maine, morrendo de saudade de você?
- É, mais ou menos. – Ao menos esperava que Ucker estivesse morrendo de saudade.
- Que chato. Um namorado não serve para muita coisa, a menos que esteja na mesma escola que a gente.
Até aí, concordávamos em tudo. A simples idéia de freqüentar a mesma escola que Ucker era suficiente para me transformar em uma maluca incoerente de tanta felicidade. Já estava até vendo: eu entraria no prédio Kingman, para assistir à aula de Calculo, e daria de cara com Ucker parado no meio da sala. Só que a vida não é bem assim.
- Bom, espero que valha a pena esperar por ele. – Dulce apontou para um pequeno prédio de tijolinho aparente, à esquerda. – Aquele é o Kingman.
Paramos as duas. Este era o momento: será que uma das duas iria fazer o esforço de tentar estabelecer uma amizade? Ou será que iríamos admitir em silencio que não tínhamos nada em comum e deixar as coisas como estavam?
Obrigada pela ajuda – disse.
- Imagine! – Dulce me respondeu, com todo o entusiasmo. Por dentro, era como se estivesse soltando o maior suspiro de alívio pelo fato de eu não tê-la convidado para dormir em casa no sábado à noite. – E boa sorte!
Continuando seu percurso saltitante pela alameda, Dulce me deixou sozinha na frente do prédio. A última campainha tinha soado alguns minutos antes. Eu teria de entrar em uma sala lotada, interromper uma aula em andamento e esperar que um velho professor rabugento de matemática dissesse meu nome em voz alta. Pode-se dizer que eu não estava tendo a melhor manhã de minha vida. Do outro lado, meu cabelo até que tinha ficado legal. E, por enquanto, um cabelo decente era o suficiente.
Respirei fundo.
- Glendale, aqui vou eu.
Autor(a): narynha
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À tarde, desabei sobre o sofá da sala, junto com Georgie, e fiquei assistindo Oprah, afogada em tristezas. Em geral, nunca me permito chegar assim tão fundo no poço, mas não pude evitar. Lá estava eu, a quilômetros e quilômetros de casa, sem a menor esperança de descobrir o paradeiro de Ucker. Claro que eu acalenta ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 157
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kikaherrera Postado em 31/03/2010 - 23:33:22
Lindoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooomo final dessa web.Narynha como sempre arrasando.
-
rss Postado em 31/03/2010 - 11:33:55
o final foi perfect
omg até agora tento merecuperar pq foi muito
maraaaaaaaaaaaa
besossssssssss -
rss Postado em 31/03/2010 - 11:33:55
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omg até agora tento merecuperar pq foi muito
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nessiecarlie Postado em 31/03/2010 - 08:53:52
AHHHH' WEB LINDAAAAAAA..
Eu não tenho muita paciência para ler web Adaptada, mas a sua foi a 'Única' que eu li e amei de mais!
Linda e emocionante a história, e os últimos capítulos? Quase fiquei louca quando soube que tava acabando.
E mais uma coisa, eu sou Vondy, eu amooooooo de coração e tudo o casal ou o trauma Vondy e essa é a primeira web que eu li, que envolvia o casal Ponny, Vondy e Barken.
Concordo com as meninas, essa web foi e é sem dúvidas 'uma das melhores'
Beijão! -
kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:32:37
Amo essa web sem duvidas é uma das melhores.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 29/03/2010 - 18:12:45
como mais tarde????????????????????????/
posta agora porfa essa é uma da smelhores adaptações que eu já li.
posta maissssssssssssssssssssssssssss
por favor
posta
bjossssssssssssssssss -
rss Postado em 29/03/2010 - 18:12:44
como mais tarde????????????????????????/
posta agora porfa essa é uma da smelhores adaptações que eu já li.
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rss Postado em 29/03/2010 - 18:12:44
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