Fanfics Brasil - Um verão inesquecível – capitulo 29 Um Verão Inesquecível [Adaptada] - TERMINADA

Fanfic: Um Verão Inesquecível [Adaptada] - TERMINADA


Capítulo: Um verão inesquecível – capitulo 29

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— Annie, você está me ouvindo? — Poncho perguntou, provavelmente não pela primeira vez, na terça-feira à tarde. Ele estava no meio de uma longa lista de termos de mergulho, que eu deveria conhecer, antes de minha primeira aula na água.
Pisquei e dei uma espiada pela sala de estar tão aconchegante de papai.
— Hum... estou. Você me dizia alguma coisa sobre desfibriladores de ar.
Poncho balançou a cabeça.
— Um desfibrilador é o que o médico usa para ressuscitar o cara que foi atropelado. Eu estava falando sobre descompressores de ar.
— Certo, certo.
Admito que me achava um tanto fora de órbita. Acontece com as melhores pessoas. Ou, no meu caso, com as piores.
Tinha passado as últimas vinte e quatro horas em um estado quase catatônico. Na noite anterior, voltando da praia, havia um verdadeiro turbilhão dentro de mim. Durante os primeiros minutos, dirigi feito uma autômata, rígida ao volante, horrorizada por ter mentido a respeito de um pretenso namorado. E se Ucker descobrisse a verdade? Aí eu ficaria com cara de idiota total. Entretanto, nos quilômetros seguintes, comecei a pensar nos ciúmes que ele sentiu ao saber do suposto namorado. Depois, abri um sorriso besta ao lembrar daquele último beijo, tão besta que vi até reflexos dos meus dentões brancos no espelho retrovisor.. Em seguida, caí no choro. Por mais fantástico que tivesse sido, era também nosso último beijo. Ucker havia me magoado mais que qualquer outro garoto.
A alguns passos de mim, Poncho jogou para o lado os pés-de-pato e desabou sobre o velho sofá esverdeado.
— Você precisa parar de pensar naquele panaca. Está perdendo seu tempo com ele. E, para ser bem sincero, o meu também. Você não escutou uma palavra do que eu falei.
— Escutei sim. E eu não estava pensando nele. Estava simplesmente fazendo uma anotação mental para conversar com meu pai a respeito daquela rachadura na parede. Acho que ele devia mandar ver o que é.


 — Hum-hum. — Poncho estendeu as pernas, cruzou as mãos atrás da cabeça e fechou os olhos. Dali a segundos, roncava.
Hum... Meu instrutor de mergulho pegou no sono no meio de uma aula. Sem sombra de dúvida, era uma guinada inesperada nos acontecimentos. Pelo visto, tornei-me tão chata que nem mesmo Poncho consegue agüentar acordado a minha companhia. Talvez Ucker também me achasse chata.
Fui até o sofá e dei-lhe uma cutucada de leve no ombro:
— Poncho? — chamei baixinho. — Poncho, você está acordado?
Sem mais nem menos, a mão dele deu um tranco para cima e agarrou meu pulso. — Sentiu minha falta? — A força daqueles dedos me surpreendeu. — Sentiu? — Poncho repetiu.
Livrei o pulso.
— O que você está tentando provar?
Poncho endireitou-se no sofá.
— Estou fazendo uma demonstração. Você está tão desatenta que podia perfeitamente estar dormindo. E, a menos que eu não tenha entendido direito, sou eu quem está fazendo um favor a você. — Ergueu uma sobrancelha. — Eu podia estar assistindo ao jogo de beisebol com o Christian e o Derrick nesse exato instante.
Onde estava o garoto paciente da outra noite? Aquele Poncho decididamente acreditava em amores brutos. Mesmo assim, eu sabia que as intenções eram boas. Só queria que eu superasse aquela história com o Ucker.
— Desculpe, desculpe. O panaca está esquecido. — Sei, conta outra. — Apanhei uma das máscaras de mergulho que Poncho havia levado e enfiei na cabeça. — Estou pronta para prestar atenção agora, Majestade.
Poncho me lançou uma olhadela muito cética.
— Acho que você está pronta para fingir estar prestando atenção ao que eu tenho para dizer.
Arranquei a máscara e joguei-a no colo de Poncho.
— Ontem, sonhei a noite toda com tubarões. — Era verdade, mas estava usando meu pesadelo como forma de desviar a conversa para outros rumos. Minha desatenção aproximava-se perigosamente do nível de atenção de alguém assistindo besteiras na televisão.
Poncho soltou um gemido.
— Essa lição é uma farsa. Vamos parar por aqui.
Dei de ombros.


— Por mim, tudo bem. Que tal se a gente fizer uns hambúrgueres de verdade na churrasqueira? — Papai tinha ido passar a tarde em uma colônia de artistas, a cinqüenta quilômetros de casa, deixando-me uma raríssima oportunidade de comer carne sem ouvir extensos sermões sobre produtos químicos e condições brutais de criação e abate.
— Vou lhe preparar os melhores hambúrgueres que você já comeu na vida — Poncho propôs. — Com uma condição.
— Qual? — perguntei, com a mente a zilhões de quilômetros dali. Ucker e eu tínhamos preparado hambúrgueres juntos. Hambúrguer, cachorro-quente e frango. Quase podia sentir o aroma do molho de churrasco, enquanto lembrava daquelas noites frescas do Maine.
— Você vai ter de se concentrar em nossa experiência culinária e parar de pensar naquele cara, como está fazendo agora.
Pisquei de volta para Poncho.
— Eu não estava pensando nele.
— Certo. Também não estou pensando que estou sozinho com uma bela garota pela primeira vez em mais de um ano.
Certo. A pausa foi meio embaraçosa. Tremendamente embaraçosa para mim.
— Hum... o quê?
Poncho abriu um sorriso.
— Só quis me certificar de que você estava prestando atenção.
— Você é um panaca, sabia?
Ele continuou sorrindo.
— Bom, você é bonita, embora meio equivocada.
— Obrigada por coisa nenhuma, Herrera. — Mas fui obrigada a rir. Sem dúvida ele sabia erguer minha moral.
— E então, quer acender a churrasqueira, enquanto isso?
— Claro. E, para a sua informação, não falta muito para eu superar de vez tudo isso — expliquei a ele, tentando desesperadamente me convencer de que aquele nosso beijo tinha sido um amargo e doce beijo de adeus, do tipo Romeu e Julieta. Ucker achava-se indisponível, e eu teria de seguir em frente. Ponto final.
Poncho parou na soleira da porta da cozinha e virou-se.
— Você sabe que o Ucker não merece toda essa energia mental que você está gastando com ele, não sabe?
Do que ele falava? Exceto pelo fato insignificante de que ele havia mentido para mim, Ucker era praticamente perfeito.


— Aí que você se engana. Ucker é um cara fantástico.
— Ele é charmoso. É popular. É um ótimo atleta. Mas não tem nada de fantástico.
Depois de me encarar por uns momentos, Poncho acrescentou: — Pense só no jeito como ele a tratou.
— Você nem sequer o conhece!


Poncho deu de ombros.
— Fiz algumas matérias com ele. Na verdade, no ano passado. fomos parceiros no laboratório de biologia. Eu o conheço bem o bastante.
E, com isso, Poncho entrou na cozinha.
Fiquei sozinha no meio da sala, sentindo-me perdida. Poncho estava enganado. Tinha de estar. Não havia a menor possibilidade de eu ter optado por me apaixonar pela primeira — e possivelmente última — vez na vida por alguém menos do que fantástico. Eu era inteligente demais para isso. Não era?
Puxa, antes, quando eu morava no Maine, a vida não era tão complicada assim. Estava um trapo e não havia ninguém a quem recorrer. Pelo menos ninguém nesta cidade, nesta casa, nesta sala. Poncho obviamente já não agüentava mais ouvir falar de Ucker. Mas eu ainda tinha uma grande amiga. Logo depois do jantar, eu ligaria para Maite e pediria um conselho. E consolo.




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Autor(a): narynha

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Na quarta-feira à tarde, abri caminho pelos corredores da Glendale, para variar abarrotados de gente. Não conseguia parar de pensar em Clarissa Dalloway, a protagonista de um livro que estávamos lendo nas aulas de inglês. Em seu romance intitulado Mrs. Dalloway, Virginia Woolf não poderia ter criado um personagem mais diferente de mim. Quero ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 157



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  • kikaherrera Postado em 31/03/2010 - 23:33:22

    Lindoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooomo final dessa web.Narynha como sempre arrasando.

  • rss Postado em 31/03/2010 - 11:33:55

    o final foi perfect
    omg até agora tento merecuperar pq foi muito
    maraaaaaaaaaaaa
    besossssssssss

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  • nessiecarlie Postado em 31/03/2010 - 08:53:52

    AHHHH' WEB LINDAAAAAAA..

    Eu não tenho muita paciência para ler web Adaptada, mas a sua foi a 'Única' que eu li e amei de mais!
    Linda e emocionante a história, e os últimos capítulos? Quase fiquei louca quando soube que tava acabando.
    E mais uma coisa, eu sou Vondy, eu amooooooo de coração e tudo o casal ou o trauma Vondy e essa é a primeira web que eu li, que envolvia o casal Ponny, Vondy e Barken.
    Concordo com as meninas, essa web foi e é sem dúvidas 'uma das melhores'

    Beijão!

  • kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:32:37

    Amo essa web sem duvidas é uma das melhores.
    Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaa

  • rss Postado em 29/03/2010 - 18:12:45

    como mais tarde????????????????????????/
    posta agora porfa essa é uma da smelhores adaptações que eu já li.
    posta maissssssssssssssssssssssssssss
    por favor
    posta
    bjossssssssssssssssss

  • rss Postado em 29/03/2010 - 18:12:44

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