Fanfic: Um Verão Inesquecível [Adaptada] - TERMINADA
Na quinta-feira a tarde, eu investigava atentamente o material hiperjusto da roupa de mergulho que Poncho havia me emprestado para a nossa primeira aula. Ele resolvera que eu já sabia o suficiente sobre a arte da exploração subaquática e podia chegar perto do mar, embora ainda não estivesse pronto para me deixar mergulhar de verdade. O que, para mim, era perfeito. Mesmo emocionada de experimentar o equipamento com água pela cintura, ainda não me achava psicologicamente preparada para encarar um passeio pelo fundo do mar.
— Sabe de uma coisa, talvez você ainda tenha futuro no mergulho. — Poncho largou o cilindro de ar na areia, bem do meu lado.
— Você acha? — sorri, satisfeita. Obter qualquer coisa que beire um elogio da boca de Poncho não é façanha que se despreze. — Verdade?
Ele sorriu de volta.
— Acho. Desde que você pare de ficar sonhando com tubarões no chuveiro. O medo, debaixo d`água, pode ser fatal.
— Uns poucos míseros sonhos não vão me impedir de conquistar o oceano, senhor professor emérito. E não vale usar informação privilegiada contra mim.
Poncho tirou a parte de cima da roupa de mergulho, revelando os músculos rijos dos braços e torso.
— Tem razão. Não direi mais nada.
— Falando em não dizer mais nada... — Estava a procura de um ponto de partida para pedir meu último favor a ele e, pelo visto, esta era uma rampa de decolagem tão boa quanto qualquer outra.
Os olhos dele se enevoaram na hora.
— Fantástico. — E, depois de uma pausa enorme... — O que foi agora?
— Esse negócio com o Ucker não está certo — falei bem devagarinho, sentando-me a seu lado sobre a areia branca e macia da praia.
Poncho olhou para o céu.
— Aleluia! Por fim a moça percebeu ter tornado a trilha errada!
Limpei a garganta, nervosa.
— Motivo pelo qual eu precisaria, hum... facilitar o processo do rompimento dele com a namorada.
— Facilitar o processo? — Poncho repetiu. — Isso não me soa bem, seja lá o que for.
— O Ucker tem ciúmes de nós — expliquei. — Mas, até agora, ainda não precisou enfrentar o fato de que você e eu formamos um casal. Quer dizer, claro que ele sabe, mas ao mesmo tempo não sabe.
— Em primeiro lugar, você e eu não formamos um casal de verdade. Em segundo lugar, não estou gostando do jeito como você está me olhando. Sinto-me um camundongo a caminho da boca de uma jibóia.
— Pelo menos me ouça — implorei. — Por favor.
— Por acaso tenho escolha? — Poncho arrancou os pés-de-pato e enterrou os pés na areia.
— Preciso que a gente aja mais como um casal de namorados para deixar o Ucker morto de ciúmes. Você sabe como é, ficar de conversinha, andar de mãos dadas, blá, blá, blá.
Poncho ergueu uma sobrancelha.
— Essa parte do blá, blá, blá me pareceu interessante. A gente pode se beijar nos corredores da escola?
Ignorei o rubor que seguramente tomava conta de meu rosto.
— Nessa eu não caio, Herrera. Sei quando você está só me amolando.
Não era o momento de dizer que um beijo poderia, em algum momento, tornar-se elemento necessário na encenação que teríamos de fazer. Jogaria essa coisa do beijo mais tarde em cima dele. Os olhos de Poncho perderam o brilho malandro.
— Falando sério, já não fiz o suficiente para ajudar você? Quer dizer, nem sequer gosto do Ucker. E não quero que você o namore, ele não merece você.
Já tinha ouvido Poncho dizer isso várias vezes, mas não com tamanha intensidade na voz. O pânico tomou conta de mim. Será possível que ele vai se recusar a cooperar? Não. Ele simplesmente precisava concordar. De repente, a roupa de mergulho parecia estar me estrangulando. Havia muita coisa em jogo, ali, e eu começava a ficar sem fôlego.
— Tenho de namorar o Ucker — falei, entre uma arfada e outra, em busca de ar. — Essa é a coisa mais importante do mundo para mim.
— Por quê? Por que é tão importante assim? Você passou um mês e pouco com ele. A Dulce conhece o cara há dez anos.
Obriguei-me a respirar bem fundo, para acalmar meu nervosismo. Inspirar. Expirar. Inspirar.
— Eu já disse antes. Eu amo o Ucker.
Poncho abanou a cabeça .
— Não vou cair nessa. Aí tem mais coisa — interrompeu o que dizia para olhar o mar. — Sua obsessão pelo cara ultrapassou seja lá o que for que você acha ter vivido com ele durante aquela paixonite de verão. Você está mais interessada em ganhar que em qualquer outra coisa.
Pisquei duro, espantada com Poncho. De onde será que vinha aquela capacidade de pegar meu ponto mais vulnerável e cair matando em cima? Nós nem sequer nos conhecíamos há tanto tempo assim. Mas ele tinha razão. Ate Maite havia tocado nesse assunto, durante nossa conversa na noite anterior. A intensidade de minha paixão fugiu ao controle. Porém, não abriria mão de meu sonho. Não ainda, e talvez nunca.
— Não gosto de perder, Poncho — falei bem baixinho. — Sempre acreditei que, quando se quer muito uma coisa, a gente consegue. E eu quero o Ucker.
Ele virou-se para me olhar.
— Você é maluca, Annie, sabia? — Os olhos esverdeados estavam mais doces. Dava para ver que começava a mudar de idéia, enquanto corria os dedos para lá e para cá, na areia.
— Sabia — falei, incapaz de evitar o sorriso que me invadiu o rosto. — E então, você está do meu lado?
— Estou. Mas, se essa palhaçada não terminar logo, mas logo mesmo, acabou. Ponto final.
— Fechado.
Estendi a mão para que Poncho a apertasse. Quando seus dedos prenderam os meus, puxei-o mais para perto e pus os braços em volta dos ombros dele.
Poncho me deu um abraço, depois afastou-se. Estávamos cara a cara.
— Você me faz um favor?
— O que você pedir. - Como poderia recusar alguma coisa a meu Salvador?
— Não se perca nessa história toda. Não se esqueça de que, no fundo, você é uma pessoa boa, gentil e generosa.
— Como pode achar que eu sou tudo isso, depois das coisas que você me viu fazer? — perguntei docemente.
Poncho me encarou.
— É esse meu olho de artista. Enxergo para além da superfície e vejo o que há dentro da alma.
Meu pulso acelerou e tive de desviar a vista de Poncho e fixei-me no tecido da roupa de mergulho. Tomara que minha alma consiga sobreviver a essa última etapa de logros e manipulações. Definitivamente, vinha forçando os limites daquilo que uma pessoa pode fazer sem prejudicar o carma.
Só mais alguns dias, depois eu volto a ser a garota honesta de antes. Chegara a hora do vai ou racha. Eu conseguiria, ou levaria um baita de um tombo. De um jeito ou de outro, o pesadelo logo mais acabaria.
Autor(a): narynha
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 157
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kikaherrera Postado em 31/03/2010 - 23:33:22
Lindoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooomo final dessa web.Narynha como sempre arrasando.
-
rss Postado em 31/03/2010 - 11:33:55
o final foi perfect
omg até agora tento merecuperar pq foi muito
maraaaaaaaaaaaa
besossssssssss -
rss Postado em 31/03/2010 - 11:33:55
o final foi perfect
omg até agora tento merecuperar pq foi muito
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nessiecarlie Postado em 31/03/2010 - 08:53:52
AHHHH' WEB LINDAAAAAAA..
Eu não tenho muita paciência para ler web Adaptada, mas a sua foi a 'Única' que eu li e amei de mais!
Linda e emocionante a história, e os últimos capítulos? Quase fiquei louca quando soube que tava acabando.
E mais uma coisa, eu sou Vondy, eu amooooooo de coração e tudo o casal ou o trauma Vondy e essa é a primeira web que eu li, que envolvia o casal Ponny, Vondy e Barken.
Concordo com as meninas, essa web foi e é sem dúvidas 'uma das melhores'
Beijão! -
kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:32:37
Amo essa web sem duvidas é uma das melhores.
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaa -
rss Postado em 29/03/2010 - 18:12:45
como mais tarde????????????????????????/
posta agora porfa essa é uma da smelhores adaptações que eu já li.
posta maissssssssssssssssssssssssssss
por favor
posta
bjossssssssssssssssss -
rss Postado em 29/03/2010 - 18:12:44
como mais tarde????????????????????????/
posta agora porfa essa é uma da smelhores adaptações que eu já li.
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rss Postado em 29/03/2010 - 18:12:44
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