Fanfics Brasil - Um verão inesquecível – capitulo 41 Um Verão Inesquecível [Adaptada] - TERMINADA

Fanfic: Um Verão Inesquecível [Adaptada] - TERMINADA


Capítulo: Um verão inesquecível – capitulo 41

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— Ainda não entendi o que viemos fazer aqui. — Era terça-feira a tarde, e eu me esforçava para manter o mesmo ritmo de Poncho pela areia, numa praia imensa a cerca de um quilômetro e meio da escola.
— Se você conseguir agüentar mais ou menos uns trinta segundos, nossa missão se tornará muito clara — ele me respondeu.
— Tudo bem. — Tirei os sapatos, que já estavam cheios de areia, e continuei a andar.
Era a primeira vez que eu o via naquela agitação toda. Poncho parecia meio zonzo de emoção por causa de algo que eu não sabia o que era. Depois da aula, tinha ido me encontrar no carro e insistido para que eu lhe desse uma carona. Tentei interrogá-lo a respeito, mas ele simplesmente apontou para uma mochila bem recheada que levava e me mandou dirigir.
De repente, parou e largou a mochila na areia.
— Olhe lá — ele me disse, apontando para o norte.
Dei uma checada geral na praia. A uns cem metros de nós, vinte sujeitos corriam para cima e para baixo.
— O que está havendo?
Poncho sorriu para mim.
— Calhei de ouvir o Chuck O`Sullivan dizer que o treinador iria trazer o time de futebol até aqui, para uma tarde toda de treinos de velocidade.
— A-ha! — Isso era quase um milagre. De livre e espontânea vontade, Poncho se incumbira de avançar a operação-deixar-Ucker doido. Jamais teria imaginado que meu amigo possuía dentro de si, à espera de uma oportunidade, tamanha capacidade para tomar iniciativas. Fiquei impressionada.
— Quer dizer que vamos nos sentar por aqui, a espera de sermos notados?
Poncho balançou a cabeça.
— Nada disso. — Ajoelhando-se na areia, abriu a mochila, — Tem uma coisa que eu andava querendo testar há muito tempo, e hoje vai ser o dia.
Fiquei bastante intrigada. Poncho não era do tipo misterioso; pelo menos eu achava que não, ate aquele momento. Obviamente, havia um bocado de coisas que eu ignorava a respeito dele.
— Estou morrendo de curiosidade, Herrera. Chega de suspense.


Já tinha visto Ucker ao longe. Estava de bermudão preto e uma camiseta amarela desbotada. Minha esperança era que, depois de umas dez corridas, fosse obrigado a tirar a camisa. Apesar do esfriamento das relações entre nós, minha boca enchia de água só de imaginar os músculos torneados do peito de Ucker.
Poncho tirou da mochila um enorme pedaço de argila, com um floreio.
— Não sou apenas o assistente de seu pai, sabia? Também gosto de me imaginar como artista em formação.
— Você é um grande artista e sabe disso — disse a ele, afundando na areia, mas sempre mantendo um olho cuidadosamente pregado no time de futebol.
Fiquei extremamente surpresa já na primeira vez em que meu pai me mostrou uma coleção de objetos feitos por Poncho no torno. Cresci vendo o trabalho paterno e conheço um bocado sobre cerâmica. Não resta a menor dúvida de que os vasos e potes que Poncho produz mostram um talento o qual excede e muito tanto sua idade quanto sua experiência.
— Em geral, trabalho meus objetos no torno — disse, colocando a argila sobre um pano branco grande. — Mas esta tarde eu vou esculpir.
— O quê? — perguntei, ainda vidrada no futebol. Quem me dera poder ir levar uma água para Ucker. Ele me parecia exausto.
— Você.
Meu olhar deslocou-se dos futebolistas para Poncho, que amassava a argila com seus longos dedos esguios.


— Eu?
— Exato. — Erguendo os olhos, Poncho sorriu. — Você será minha musa.
Fiquei meio chocada.
— Não sei, não. Nunca me vi no papel de modelo de artista. — Claro que eu tinha uma alta dose de auto-estima, e estava acostumada a ser admirada por carinhas cobiçosos. Mas nunca ninguém havia me estudado. Ninguém jamais havia criado uma obra de arte com base em minha aparência. A simples idéia já era meio intimidante.
Poncho começou a modelar a argila.
— Pense só no ciúmes do Ucker quando ele nos vir aqui e observar que eu não tiro os olhos de você enquanto modelo sua delicada estrutura óssea com os dedos.
— Hum... — Não havia pensado no projeto de Poncho sob esse ângulo. A idéia era excelente. — Entendo.


— Ótimo. Vamos começar, então. — Poncho examinou meu rosto um bom tempo. — Olhe para o mar e incline o queixo um pouquinho.
Segui as instruções de Poncho, embora decepcionada, porque essa minha pose me obrigava a desviar os olhos de Ucker.


— O Ucker está vendo a gente? — perguntei.
— Ainda não. Mas verá. — Poncho silenciou.
Queria continuar falando, mas era óbvio que ele estava ocupado com seu trabalho. De minha parte, eu olhava o mar e refletia sobre a súbita e espantosa mudança de atitude de meu novo amigo. Sua atuação durante o almoço, no dia anterior, havia sido soberba. E agora isto. Para um cara que tinha dito não achar Ucker digno de minhas atenções, ele estava fazendo mais que o esperado para me ajudar a recuperar o meu grande amor vivido no verão. Por quê?
Com o passar do tempo, fui aos poucos me esquecendo de Ucker e do time de futebol americano. Ouvia ecos vagos dos grunhidos e gemidos da equipe, treinando os deslocamentos, mas estava mais sintonizada nos suspiros baixinhos que Poncho soltava de vez em quando, enquanto trabalhava na escultura. Posar para ele me pareceu espantosamente natural — quase como meditar.
— Ele está olhando — Poncho avisou de repente. — E parece seriamente contrariado.
— É mesmo? — Morri de vontade de desfazer a pose, mas me obriguei a permanecer imóvel no lugar.
— É. — Poncho calou-se por alguns segundos. — O treinador está dando bronca nele.
— Ótimo! — Senti uma onda de gratidão por Poncho. Se ele não tivesse bolado esse plano brilhante, eu teria desperdiçado a tarde inteira sem dar um único passo rumo ao meu objetivo final.
O que Ucker estaria pensando nesse momento? Será que sentia tanta dor de me ver ao lado de Poncho quanto eu senti naquele dia, quando o peguei beijando Dulce? Para qualquer pessoa que passasse por ali, Poncho e eu com certeza pareceríamos um casal comum. Ninguém iria imaginar que nosso romance era uma farsa total. Até eu, às vezes, me esquecia disso.
— O Ucker simplesmente largou o treino — Poncho informou. — E me deu uma olhada que você nem iria acreditar.


Não havia como eu me furtar desse prazer. Abandonei toda e qualquer pretensão de estar absorvida na função de modelo e virei-me para vê-lo. Ucker corria em direção ao estacionamento. O treinador ainda gritou alguma coisa para ele, mas não consegui decifrar o que foi, o que talvez não tenha sido de todo mal. Sentimentos de culpa começaram a se acumular em um ritmo veloz dentro de mim. Entretanto, era isso que eu queria, não era?
Ucker virou-se para dar uma última olhada em Poncho e em mim, o que me impeliu a virar a cabeça para o lado contrário. Se ele suspeitasse que eu aproveitava toda e qualquer oportunidade para olhar para ele, poderia começar a ficar meio desconfiado do meu suposto romance.
— Missão cumprida — comentei.
As mãos de Poncho alisavam a argila sob os dedos.
— Feliz, agora?— Poncho moldava aquilo que viria a ser meu nariz. Meneei a cabeça, distraída.
— Bastante. — Chocante era eu estar mais fascinada com a escultura de Poncho do que com o espetáculo da saída intempestiva de Ucker do treino.
— Agora que o Ucker foi embora, você vai insistir para a gente ir embora? — Poncho perguntou. — E vire a cabeça para o mar, enquanto medita sobre a questão.
Fiz conforme ele mandou, depois sacudi a cabeça de leve.


—Jamais me passaria pela cabeça interromper o trabalho de um gênio — disse a ele, mal mexendo os lábios.
Poncho riu baixinho.
— Você é uma garota legal, Annie. Sabia disso?
— Que nada. Só quero ver meu rosto em exposição no Museu Metropolitano de Arte algum dia, mais nada.
Poncho não respondeu. Na verdade, acho que nem me ouviu. Achava-se totalmente absorto no trabalho. Suspirei sem fazer barulho. Papai era igualzinho quando trabalhava; aliás, aquele jeito dele de se perder na arte durante dias a fio tinha sido um dos motivos que levaram minha mãe a deixá-lo.


Poncho, no entanto, não era bem assim. Ele não se fechava totalmente para o mundo, quando esculpia. Ele se preocupava em vigiar os movimentos de Ucker. E não havia feito nenhum comentário sarcástico, quando espichei o pescoço para vê-lo largar o treino e ir embora. Devia um bocado ao meu amigo.
No quase silêncio que se seguiu, pude sentir o olhar atento de Poncho em meu rosto. Mexi o queixo uma fração de centímetro para poder ver seus olhos. Era um olhar tão impetuoso, ninguém jamais havia me olhado daquele jeito. Senti-me totalmente exposta. E linda.
— Poncho, por que você está agindo assim? — consegui por fim perguntar. — Por que você está me ajudando? — Como ele não me respondeu, pigarreei bem alto. — Poncho? Você escutou o que eu disse?
As mãos dele pararam de se movimentar sobre a pequena escultura.
— Por dois motivos. Primeiro, porque percebi que quanto mais rápido seu plano funcionar, mais rápido eu caio fora da jogada. — Após alguns momentos de silêncio, vi que ele estava dando forma aos lábios, meus lábios.
— E qual o segundo motivo? — Por alguma razão maluca, meu coração pôs-se a bater um pouco mais rápido, enquanto eu aguardava uma resposta.
Poncho deu de ombros.
— Você tem o rosto de um anjo, Annie — sonho de todo artista. Foi ridículo, mas confesso que nesse momento, ouvindo o elogio dele, meu coração disparou de verdade. A voz que ouvi não tinha a entonação zombeteira de hábito. E o rubor que me subiu as faces vinha de algum lugar lá no fundo de mim. Haveria algo mais entre nós, além de amizade?
— Annie? — Poncho sussurrou.
Engoli em seco.
— Hã, o quê?
Ele me olhou por um bom tempo.
— Hum... incline a cabeça um pouco mais para a esquerda.
— Certo. Claro. — Respirei bem fundo e inclinei a cabeça. Calma, calma, falei com meus botões, você e Poncho são apenas bons amigos. Eu simplesmente tinha me deixado levar ao sabor daquele jogo. Sim, tinha certeza de que não havia mais nada, ali.




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Autor(a): narynha

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Na quarta-feira à noite eu conversava com Maite ao telefone, cruzando de lá para cá o assoalho de meu quarto, sem parar um instante.— Não entendo por que você não se animou com as notícias! — falei. — O Poncho e eu conseguimos avançar com o plano. Nunca imaginei que aquele pateta... tá bom, t&aac ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 157



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  • kikaherrera Postado em 31/03/2010 - 23:33:22

    Lindoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooomo final dessa web.Narynha como sempre arrasando.

  • rss Postado em 31/03/2010 - 11:33:55

    o final foi perfect
    omg até agora tento merecuperar pq foi muito
    maraaaaaaaaaaaa
    besossssssssss

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  • nessiecarlie Postado em 31/03/2010 - 08:53:52

    AHHHH' WEB LINDAAAAAAA..

    Eu não tenho muita paciência para ler web Adaptada, mas a sua foi a 'Única' que eu li e amei de mais!
    Linda e emocionante a história, e os últimos capítulos? Quase fiquei louca quando soube que tava acabando.
    E mais uma coisa, eu sou Vondy, eu amooooooo de coração e tudo o casal ou o trauma Vondy e essa é a primeira web que eu li, que envolvia o casal Ponny, Vondy e Barken.
    Concordo com as meninas, essa web foi e é sem dúvidas 'uma das melhores'

    Beijão!

  • kikaherrera Postado em 29/03/2010 - 21:32:37

    Amo essa web sem duvidas é uma das melhores.
    Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaa

  • rss Postado em 29/03/2010 - 18:12:45

    como mais tarde????????????????????????/
    posta agora porfa essa é uma da smelhores adaptações que eu já li.
    posta maissssssssssssssssssssssssssss
    por favor
    posta
    bjossssssssssssssssss

  • rss Postado em 29/03/2010 - 18:12:44

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