Fanfic: Garota Perigosa AyA FINALIZADA | Tema: AyA,Drama

Anahi se interrompeu enquanto ele punha o anel. Entrou perfeitamente, como se
houvesse sido feito sob medida.
Alfonso não disse nada. Tomou a mão do Anahi e a levou aos lábios, beijando o
anel. Anahi ficou estática.
Alfonso riu com frieza antes de olhá-la nos olhos.
— Terá que fazer as coisas como é devido, não acha? — disse com um sorriso
zombador antes de ficar em pé.
Anahi guardou silêncio. Ainda sentia em sua mão aquele beijo, como se a tivesse
marcado a fogo. Olhou o anel. A esmeralda era perfeita, provavelmente de tanto
valor como um diamante de igual tamanho.
— É falsa? — perguntou a Alfonso.
— Não.
— Eu adoro as esmeraldas — disse acariciando a pedra com um dedo.
— Sim?
— A guardarei bem — disse Anahi lhe olhando aos olhos — A mulher para quem
comprou... não a queria?
— Não me queria. E tendo em conta as circunstâncias, me alegro.
Alfonso falava com amargura. Anahi não podia imaginar que alguém não pudesse
querê-lo. Ela sim o queria, ao menos platonicamente, se não fisicamente.
Mas tinha sofrido muito, sobre tudo porque ele não tinha sido precisamente
amável com ela depois de fazerem amor.
Com os olhos fixos na esmeralda, perguntou-lhe:
— Fez amor com ela?
Fez-se um incômodo silêncio.
— Sim — respondeu Alfonso por fim — Mas ela já não faz parte de minha vida,
e não acredito que volte a fazer.
— Sinto muito — disse fracamente — Não voltarei a te fazer mais perguntas.
Alfonso se deu a volta e voltou a meter as mãos nos bolsos.
— O que acha de irmos para Wyoming hoje? A não ser que tenha algum
encontro...
Anahi o olhou. Estava completamente tenso, rígido.
— Chamaram-me para sair, mas disse que não. Ao tocar a campainha pensei que
era ele, disse-me que não admitiria um não por resposta.
Justo ao terminar a frase, soou o timbre. Três vezes, com insistência.
Alfonso foi para a porta.
— Alfonso, não irá ...!
Alfonso não se deteve. Abriu a porta, ante a que havia um jovem preto, bastante
bonito e com os olhos azuis.
— Olá! — disse com um sorriso — Anahi está?
— Viajou.
O jovem, que se chamava Phil, deu-se conta do olhar que Alfonso lhe dirigia e o
sorriso de seu rosto começou a desvanecer-se.
— E você é um familiar?
— É minha noiva — disse Alfonso.
— Sua noiv... O que?
Anahi se abriu passo depois das costas de Alfonso.
— Olá, Phil! — disse alegremente — Sinto muito, mas foi agora mesmo.
Estendeu o braço e mostrou o anel. Alfonso nem se moveu. Seguia ali de pé,
frente a Phil.
Phil deu um passo atrás.
— Oh, bom, pois parabéns. Então... nos veremos.
— Não — replicou Alfonso.
— Claro que sim, Phil. Que passe um bom fim de semana. Sinto muito.
— Tudo bem. Parabéns outra vez — acrescentou Phil tratando de lidar com a
situação o melhor possível. Deu um último olhar a Alfonso e se afastou tal como
tinha vindo, o mais depressa possível.
Alfonso murmurou algo entre dentes.
Anahi o olhou enfurecida.
— Foi muito desagradável. Saiu daqui morrendo de medo! — disse a Alfonso.
— Pertence-me enquanto durar nosso compromisso — disse ele com frieza —
Não penso ser amável com nenhum homem que se aproxime até que não consiga
esse pedaço de terra.
Anahi suspirou.
— Prometi fingir que vou casar-me contigo, isso é tudo. Eu não te pertenço.
Um escuro brilho cruzou o olhar de Alfonso, um brilho que Anahi já tinha visto
fazia muitos anos. Deu a impressão de que queria dizer algo, mas se conteve. Ao
cabo de uns instantes se deu a volta.
— Vem comigo? — disse a Anahi.
— Tenho que fechar o apartamento e fazer as malas...
— Quanto tempo precisará? Meia hora basta?
Anahi vacilou. Sentia-se presa. Não estava segura de que aquele assunto fosse
uma boa idéia. O que sabia era que se tivesse tido um dia para pensar, não o teria
feito.
— Poderíamos esperar até na segunda-feira — disse.
— Não. Se te deixar tempo para pensar, não virá. Não quero que se arrependa,
prometeste.
Anahi deixou escapar um suspiro.
— Devo estar louca — disse.
— Pode ser que eu também esteja — disse apertando os punhos, que tinha
dentro dos bolsos —, mas não me ocorreu nada mais. Eu não queria convidá-la.