Fanfic: Garota Perigosa AyA FINALIZADA | Tema: AyA,Drama

Convidou-se a si mesmo, diante de meia dúzia de pessoas. Fez de um modo que não
podia lhe dizer que não sem dar pé a mais rumores.
— Tenho certeza que há outras mulheres que aceitariam fingir que são sua
noiva.
Alfonso negou com a cabeça.
— Não há ninguém. Ou será que os rumores não chegaram tão ao sul, Anahi? —
disse com amargo sarcasmo — Não ouviu nada? Só que não estão seguros de
estarem certo. Pensam que uma mulher rompeu o meu coração e que estou
condenado a desejar à única mulher que não posso ter.
— E eles têm razão? — perguntou-lhe Anahi olhando o anel que adornava seu
dedo.
— Claro — disse Alfonso com sarcasmo — Estou louco por uma mulher que perdi
e não posso fazer amor com nenhuma outra mulher, não acha?
Se aquilo era o que acontecia com Alfonso, para Anahi não o parecia. Sabia que
tinha havido muitas mulheres na vida de Alfonso, embora estivessem tanto tempo
afastados, que ela seria a última em inteirar-se de que tinha apaixonado-se por uma
mulher ou não. Provavelmente tinha acontecido nos anos em que haviam retornado
de suas férias na França. Deus sabia que após essas férias, ela tinha deixado de
fazer parte de sua vida.
— Morreu? — perguntou-lhe com ternura.
— Talvez sim — replicou Alfonso— Mas isso o que importa?
— Nada, suponho que não importa — disse ela estudando os rosto de Alfonso, e
pela primeira vez descobriu algumas rugas, médias ocultas sob o cabelo preto da
têmpora — Alfonso, tem rugas.
— Tenho trinta e cinco anos.
— Em setembro faz trinta e seis.
Um brilho cruzou seu olhar. Assaltaram, como a ela, as lembranças dos dias em
que dava grandes festas de aniversário, onde eram convidadas as garotas mais
bonitas da cidade. Anahi recordou que uma vez lhe deu um presente, não grande
coisa, só um pequeno camundongo de prata que tinha comprado com suas economias,
e ele o olhou com desdém e o deu à mulher com quem ia sair aquela noite. Anahi
nunca voltou a ver aquele objeto, mas ficou muito claro que não significava nada
para ele. Aquilo a tinha doído mais que qualquer outra coisa que lhe tivesse
acontecido em sua vida.
— O pior são as pequenas crueldades, não? — perguntou Alfonso, como se
pudesse ler o pensamento do Anahi — Permanecem embora passem muitos anos.
Anahi se deu a volta.
— Todo mundo as supera — disse ela com indiferença.
— Você sofreu muitas — disse Alfonso com amargura — Te tratei mal cada dia
de sua juventude.
— Como vai ao Sheridan? — perguntou-lhe Anahi mudando de assunto.
Alfonso deixou escapar um longo suspiro.
— Vim no meu avião — disse.
— Faz muito mau tempo.
— Não importa. Sente medo em voar comigo?
— Não — disse Anahi dando-a volta.
— Pelo menos — disse Alfonso—, há algo de mim que não te dá medo. Faça a
bagagem, pego-a dentro de duas horas.
Alfonso abriu a porta e partiu. Enquanto fazia a mala, Anahi ficou pensando
sobre o ocorrido e o que tinham decidido, mas não podia encontrar nenhum sentido.

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