Fanfic: Garota Perigosa AyA FINALIZADA | Tema: AyA,Drama

O olhar de súplica do Anahi convenceu à polícia e a deixou passar.
Anahi correu para o carro com o coração lhe pulsando a toda velocidade e uma
expressão de medo absoluto. Alfonso estava dentro, em uma postura muito
estranha. Anahi estendeu a mão para tocá-lo e notou o sangue. Sabia que não devia
tentar movê-lo, assim se limitou a lhe acariciar o cabelo, com mãos trêmulas. Seu
rosto, que estava virado para o outro lado, estava gelado. Não deixava de acariciálo,
como se fazendo-o pudesse mantê-lo com vida.
— Não pode morrer — sussurrou — Por favor, Alfonso! Não pode morrer, Por
Deus!
Alfonso não se moveu. Tampouco disse nada. Estava inconsciente.
O som da sirene da ambulância estava cada vez mais próximo. Logo se deteve.
Anahi ouviu vozes a suas costas.
Com amabilidade, mas com firmeza alguém a afastou dali e a colocou junto ao
carro do xerife. Aquela vez Anahi ficou quieta, observando, esperando. Muitas
vezes tinha pensado que odiava o Alfonso, sobre tudo desde que se pôs a flertar
com a Leslie, mas na verdade só esteve mentindo para si mesmo. Poderia ter saído
com muitos homens, e havia muitos que a desejavam, mas só havia um que ela
quisesse. Apesar da dor e a angústia do passado, seu coração pertencia ao homem
que estava aprisionado naquele carro. Anahi soube então, sem a menor dúvida, que
se Alfonso morresse, uma parte dela morreria com ele, e a única coisa que desejou
foi ter uma ocasião para dizer isso.
Para tirá-lo do carro tiveram que cortar a porta. Quando lhe puseram na maca
nem sequer se moveu. Cobriram-no com uma manta e o levaram à ambulância. Anahi
ficou olhando com tristeza. Não se movia. Talvez já tivesse morrido e os
enfermeiros não queriam lhe cobrir o rosto diante dela. Mas se seu próprio
coração, pensava Anahi, seguia pulsando, se ela mesma seguia respirando, Alfonso
tinha que estar vivo. Se ele tivesse morrido, ela estaria morta também.
— Vamos — disse o xerife com amabilidade —, a levarei ao hospital.
— E... o carro.
— Eu me ocupo dele.
Subiram ao carro de polícia e seguiram à ambulância até um hospital particular
do Sheridan.
Anahi bebeu cinco xícaras de café antes de que alguém fosse lhe dizer como
estava Alfonso. Não podia pensar, tão somente permanecia sentada junto à janela,
rezando.
— Senhorita Herrera.
Anahi levantou a cabeça.
— Portilla — corrigiu fracamente — Alfonso é meu meio-irmão.
— Sobreviverá — disse sorrindo — Estava inconsciente quando o ingressaram,
provavelmente pela contusão do choque, mas milagrosamente não há danos internos.