Fanfic: Garota Perigosa AyA FINALIZADA | Tema: AyA,Drama

Nem sequer há nenhum osso quebrado. Não lhe parece um... Senhorita Portilla!
Anahi despertou sobre uma cama na sala de emergências. O primeiro que viu
foram as luzes do teto, o primeiro que pensou foi que Alfonso viveria. Isso havia
dito o doutor. Ou tinha sido um sonho?
Girou a cabeça e uma enfermeira a sorriu.
— Sente-se melhor? — perguntou-lhe — Acredito que tenha sido uma noite
muito difícil. O senhor Herrera está em um quarto particular. Está bem.
Recentemente perguntou por você.
Anahi se sobressaltou.
— Voltou a si? — perguntou.
— Sim. Dissemos que você estava na sala de espera e se tranqüilizou. Vai ficar
bem.—
Graças a Deus — disse Anahi suspirando, e voltou a fechar os olhos —
Graças a Deus.
— Deve gostar muito dele — disse a enfermeira.
— Não temos mais parentes — disse Anahi evitando o comentário à afirmação
da enfermeira — Só temos um ao outro.
— Entendo. Menos mal que tinha posto o cinto de segurança. É muito bonito.
Para ouvir aquele comentário, Anahi olhou à enfermeira e se fixou em seu
cabelo preto e seus bonitos olhos marrons.
— Sim, é. — disse.
— Está em minha seção. Que sorte.
“Sim, que sorte”, pensou Anahi, embora não disse nada. Levantou-se com a
ajuda da enfermeira e foi ao banheiro para refrescar-se. Tratou de não pensar,
aquela noite já tinha tido o bastante.
Depois de lavar o rosto, retocar a maquiagem e pentear-se, dirigiu-se ao quarto
de Alfonso. Bateu na porta e entrou. A estadia era individual e Alfonso estava
consciente como havia dito a enfermeira.
Virou o rosto ao ouvir entrar Anahi. Ela fez uma careta ao ver os cortes que
tinha em um lado do rosto. Tinha um hematoma na maçã do rosto e na têmpora.
Parecia um pouco desorientado, o que não era surpreendente, considerando o golpe
que devia ter sofrido. Anahi estremeceu ao recordar o estado em que tinha ficado
o Jaguar.
Alfonso respirava com dificuldade.
— Sinto muito — disse com uma voz muito rouca.
Anahi não pôde conter as lágrimas por mais tempo.
— Bobo! — disse soluçando — É um estúpido, podia ter se matado!
— Anahi — disse Alfonso brandamente, estendendo a mão.
Anahi correu para ele. Todas as barreiras que havia entre eles se derrubaram,
como se nunca tivessem existido. Sentou-se na cadeira que havia junto à cama e se
tornou sobre ele. Não deixava de tremer. Alfonso segurou-a pelos ombros.
— Fique calma, calma... Estou bem, tive sorte e não atingi a cabeça nem em
nenhum órgão vital.
Anahi não disse nada. Não deixava de soluçar e estremecer-se. E Alfonso lhe
acariciava o cabelo.
— Droga — disse com dificuldade —, encontro-me muito fraco, Anahi.
— Logo ficará bem — murmurou Anahi levantando a cabeça —, vai ter um bonito
hematoma.
— Já sei — disse Alfonso mexendo-se sobre a cama — Que dor de cabeça. Não
sei se foi a ressaca ou o acidente. Mas o porque eu estava dirigindo?
— Não sei, exatamente — disse Anahi evitando a resposta — Zangou-se e
pegou o carro.
Alfonso assobiou e sorriu com humor.
— Bonito epitáfio: “Morto por razões desconhecidas”.
— Não me parece muito divertido — disse Anahi secando os olhos com um
lenço de papel.
— Estávamos discutindo outra vez?
— Dessa vez não.
— Então? — perguntou Alfonso franzindo o cenho.
A porta se abriu e entrou a enfermeira loira com uma pasta.
— É hora de verificar os seus sinais vitais — disse — Só será um minuto. Se
você quiser tomar uma xícara de café... — acrescentou dirigindo-se ao Anahi.
Anahi não tinha ânimo para discutir nada.
— Volto em seguida — disse.
Alfonso a olhou como se quisesse dizer algo, mas a enfermeira lhe colocou o
termômetro na boca.