Fanfic: Garota Perigosa AyA FINALIZADA | Tema: AyA,Drama

6/15

Tinha-as passado
indo de rancho em rancho, revisando os livros e o gado, mas de nada tinha servido.
Tinha sentido falta dela como nunca antes, e, de alguma estranha maneira, soube
que estava grávida. Por isso tinha ido procurá-la. Por isso e pelos sentimentos que
não queria ter, mas tinha.
— Sinto muito — disse laconicamente — Não queria dizer isso.
— Sim, tenho certeza que queria. O que não quer é estar aqui. Mas eu não vou
casar-me com nenhum homem que tenha a opinião que você tem de mim.
Alfonso olhou as mãos durante comprido momento, sem falar. Tinha uma
expressão severa no rosto.
Anahi ficou as mãos sobre os olhos.
— Sinto-me muito mal — disse.
— Esteve tão mal... ao voltar da França? — perguntou-lhe Alfonso.
— Sim. Pus-me assim à manhã seguinte, como agora. Por isso sei que estou
grávida — disse Anahi cansativamente e sem abrir os olhos.
Alfonso a observava. Fez uma careta ao comprovar a fadiga que revelava cada
um de seus rasgos e a postura de seu corpo. Quase sem dar-se conta, pôs a mão no
ventre e pressionou ligeiramente.
Anahi se moveu, surpreendida pela carícia de Alfonso e abriu os olhos. Alfonso
se tinha ruborizado.
Ele a olhou. Seu rosto não tinha a menor expressão, mas seus olhos brilhavam
intensamente.
— Por que? — disse Anahi, e começou a chorar —, por que? por que...?
Alfonso a abraçou e a estreitou contra si, apertando a bochecha dela contra seu
peito. Anahi chorou e ele a balançou em seus braços.
— Não chore — disse Alfonso—. vai ficar pior.
Anahi fechou o punho sobre o peito de Alfonso. Não podia recordar haver-se
sentido tão triste em sua vida. Alfonso a tinha deixado grávida e pensava casar-se
com ela, para que seu filho tivesse um pai, mas no fundo a odiava. Que tipo de vida
os esperava?
Anahi podia ouvir a agitada respiração de Alfonso, que não deixava de lhe
acariciar o cabelo.
— Não temos muitas opções — disse com calma — A não ser que queira
interromper a gravidez antes de que comece — acrescentou com frieza.
Anahi riu com amargura.
— Não posso matar a uma mosca e você acha que...
Alfonso lhe pôs um dedo na boca para lhe impedir de continuar.
— Sei que não pode fazê-lo, como eu tampouco posso — disse Alfonso e jogou
para trás ao Anahi para olhá-la nos olhos — Você e eu somos iguais. Eu ataco e
você me devolve o golpe. Em realidade, nunca teve medo de mim, exceto em uma
coisa. E agora já nem sequer nisso me tem medo, verdade? Agora sabe o que há
mais à frente da dor.
Anahi tratou de afastar-se dele, mas não a deixou.
Os pálidos olhos de Alfonso tinham um brilho estranho, cheio de ira e desprezo.
Agarrou-a por cabelo e atirou para trás.
— Está me machucando — disse Anahi.
Alfonso afrouxou um pouco o punho. Pulsava-lhe com força o coração, que Anahi
podia sentir contra seus seios.
E também podia sentir algo mais, a crescente excitação de seu corpo e sua
instantânea reação.