Fanfic: Garota Perigosa AyA FINALIZADA | Tema: AyA,Drama

— Acredito que pus a calefação — disse — Faz muito calor.
— Ligue para a recepção e diga que subam para ver — disse Anahi.
— Ver o que?
— O ar condicionado.
— Eu já vi — disse Alfonso entre dentes — Está debaixo da janela.
Anahi não quis discutir.
— Viu o touro? — perguntou-lhe.
— Que touro? — replicou Alfonso, e fez uma pausa — Ouça, aqui não há nenhum
touro, está louca? Isto é um hotel.
Anahi não podia conter a risada.
— Está rindo? — disse Alfonso com fúria.
— Não, não. É que me deu tosse. Estou tossindo — disse Anahi, e tossiu.
Fez-se outra pausa.
— Ia te dizer algo — disse Alfonso tratando de concentrar-se — Ah, já me
lembro. Escuta, Anahi, posso viver sem o sexo. Nem sequer o necessito.
— Sim, Alfonso.
— Mas se quiser, pode dormir comigo — prosseguiu Alfonso generosamente.
— Sim, eu gostaria de muito.
Alfonso limpou a garganta.
— Sério? — perguntou.
— Eu adoro dormir com você.
Alfonso voltou a limpar garganta.
— Oh — disse ao cabo de um minuto.
Era uma oportunidade muito boa para desperdiçá-la. Alfonso falava como se lhe
tivessem posto o soro da verdade.
— Alfonso— começou com precaução —, por que partiu à Califórnia?
— Para não ter que fazer o amor contigo — disse ele — Não queria que visse...
quanto te desejo. O muito que me importa.
O coração do Anahi começou a encher-se, a elevar-se, a voar.
— Eu te amo — sussurrou.
Alfonso deu um profundo suspiro.
— Sei. Eu também te amo — disse — Te amo... muito. Muito, Anahi, muito,
muito...! — disse Alfonso e tragou saliva. Logo que podia falar.
Anahi se alegrou, porque ela tampouco podia falar. Agarrava-se ao telefone
como se fosse um salva-vidas e o coração lhe pulsava freneticamente.
— Mas não quero que saiba — prosseguiu Alfonso— Porque às mulheres gostam
de ter armas. Não pode saber como me sinto, Anahi, porque o aproveitaria em seu
favor, como sua mãe se aproveitou de meu pai porque a queria muito.
Anahi estremeceu.
— Escuta, agora tenho que me deitar — disse Alfonso que franziu o cenho
tratando de recordar algo — Não consigo me lembrar porque te chamei.
— Não importa, querido — disse Anahi docemente — Não importa.
— Querido — repetiu Alfonso e respirou profundamente — Não sabe como me
dói quando me chama de querido. Estou preso dentro de mim mesmo e não posso
sair. Sinto falta de você. Não sabe quanto. Boa noite... querida.
A comunicação se cortou, mas Anahi ficou segurando o telefone, esperando. No
final de um minuto ouviu o som do posto telefônico.