Fanfic: Garota Perigosa AyA FINALIZADA | Tema: AyA,Drama

— Não. Sem você não posso viver — disse sorrindo com ternura, e tomou a mão
de Alfonso e a pôs sobre seu regaço — Estou grávida. Temos um futuro no que
pensar.
— Um futuro — disse Alfonso, e tremeu a mão — Suponho que vou ter que
deixar de viver apegado a minhas más lembranças. Vai ser difícil.
— O primeiro passo é olhar para diante.
Alfonso se encolheu de ombros e sorriu.
— Suponho que sim — disse — Até onde terá que olhar?
— Até as primeiras lojas de departamentos — disse Anahi com humor — Não
posso passar o dia nua.
Alfonso apertou os lábios e, pela primeira vez desde que Anahi chegou, parecia
muito tranqüilo.
— Por que não? —perguntou — É que já está satisfeita?
Anahi o olhou.
— Está satisfeita? — insistiu Alfonso— Porque quero fazer o amor outra vez.
— À luz do dia?
Alfonso se encolheu de ombros.
— Igual a antes — disse muito sério — fechou os olhos. Não volte a fazer, não
voltarei a me queixar. Sinto havê-la envergonhado, porque queria ver algo tão
formoso.
Anahi não sabia como tomar-se aquela repentina mudança de atitude. Olhou-o
nos olhos, mas não viu mais segredos. Já não lhe escondia nada.
— Sei — murmurou Alfonso tristemente — Ainda não pode confiar plenamente
em mim, mas conseguiremos.
— Faremos?
As batidas na porta interromperam a resposta de Alfonso. Anahi colocou a
camisa rapidamente e a fechou, enquanto Alfonso foi abrir ao garçom, assinou a
conta e lhe deu uma gorjeta.
— Tire isso — murmurou ao fechar a porta outra vez.
— Não.
— Sim. Mas primeiro, vamos ver o que damos a seu estômago — disse Alfonso.
Pegou um prato com sorvete de morango e se sentou na cama. Tomou uma
colherada e a ofereceu ao Anahi.
Anahi ficou um pouco surpreendida.
— Você me deu de comer quando estava no hospital — disse Alfonso— Agora é
a minha vez.
— Eu não estou ferida — replicou Anahi.
— Sim, sei que está — disse Alfonso— Aqui.
Alfonso pôs a colher na mão que sustentava o prato e com a mão livre tocou o
peito de Anahi através da camisa. Notou a imediata resposta, mas não continuou,
mas sim voltou a lhe oferecer o sorvete.
— Vamos — disse —, se sentirá melhor.
Anahi imaginou Alfonso com um bebê nos braços, sorrindo, exatamente como
estava, tratando de lhe colocar a colher na boca, e sorriu enquanto tomava o
sorvete.
— No que está pensando? — disse Alfonso.
— Em um bebê, que não quererá nem xarope nem espinafres.
O olhar de Alfonso se escureceu, mas não com irritação. Respirou
profundamente e deu ao Anahi outra colherada.
— Acredito que também terei que trocar fraldas e preparar mamadeiras —
murmurou Alfonso.
— Nada de mamadeiras — disse Anahi — Quero amamentá-lo.
Alfonso ficou quieto e olhou ao Anahi, aturdido ao comprovar que aquela
afirmação lhe tinha excitado.
Ao ver a quietude de seu corpo, seu olhar sombrio e a ligeira cor de suas
bochechas, Anahi se deu conta do que acontecia e fez um nó na garganta. Imaginou
olhando-a enquanto dava de mamar ao menino.
— Está tremendo — disse Alfonso com a voz trêmula.