Fanfic: * * * A Noiva das Terras Altas * * * adaptada/vondy

— Deixaremos que volte e se prepare para a batalha — exclamou Mike, com olhar feroz.

Dulce o encarou com um ligeiro sorriso.

— Esperava não ter a necessidade de vê-lo investir contra minhas muralhas em alguma fútil porém máscula exibição de fúria.

Sir Mike deu um passo ameaçador para adiante, mas sir Memo segurou-o pelo braço e o puxou para trás. sir Mike poderia se mostrar um problema no futuro, pensou Dulce, o que era outra boa razão para escolher sir Christopher.

— Gostaria de pedir que esperassem até que meu pai chegasse — disse ela, olhando para sir Christopher.

— Por que faríamos isso?

— Discutir o problema do casamento com meu pai é o certo e o adequado.

— Por quê? Temos a aprovação de nosso soberano.

— Meu pai não ficará feliz com isso e seria prudente pensar a respeito.

— Você não crê que seu pai possa discutir uma decisão real — disse Mike, com arrogância.

Ao ver que os olhos de Dulce se estreitavam de raiva, Christopher resolveu interferir.

— Possa ou não seu pai mudar a cabeça do rei, isso simplesmente não importa. Resolveremos tudo agora. Qualquer discordância com seu pai poderá ser resolvida mais tarde.

Era óbvio que nenhum dos homens acreditava que o pai dela iria contra a vontade do rei. A sugestão real era como se fosse uma ordem.

— Que seja — resmungou ela e deixou escapar um suspiro de impaciência e resignação. — Quando essa tolice começou, jurei que não permitiria que sangue fosse derramado.

— Mudou de ideia? — perguntou Sir Christopher.

— Não. Porei um ponto final a isso agora. Escolho Sir Christopher Uckermann como o lorde que tomarei como marido.

Houve um pesado instante de silêncio no qual Dulce pôde sentir a raiva dos dois outros pretendentes. Então Christopher deu um passo à frente, fez uma ligeira reverência e tomou-a pela mão. Dulce assustou-se e Afonso ficou tenso, quando sir Christopher começou a caminhar para uma igrejinha mal visível do local onde estavam, puxando-a. Todos se apressaram em segui-los.

— O que está fazendo? — ela esbravejou, lutando para não tropeçar.

— Levando-a para um padre — respondeu Christopher.

— Trouxe um padre consigo?

— Sim, e ele não está nada contente por ter sido obrigado a esperar por quatro dias.

— Vai me arrastar e se casar comigo? Não planejou uma festa ou algo assim? — Quando ele a fitou por sobre o ombro, Dulce julgou aquele um gesto irritante. — Esse dia deveria ser marcado de alguma forma na vida de uma moça.

— Você reuniu três exércitos. Poucas moças podem ter uma festança assim.

Dulce não conseguiu argumentar contra os fatos. Contudo, não previra aquele desenlace. E ficou feliz por ter deixado tudo acertado antes de deixar a fortaleza. Quando Christopher obrigou-a a ajoelhar-se ao lado dele em frente ao padre, esperou que não pretendesse também consumar o casamento com tamanha pressa.

Mal acabara de pronunciar os votos, Christopher levantou-se. Dulce foi puxada para cima e ficou de pé. Christopher envolveu-a nos braços e com um gesto igualmente abrupto, ergueu-a no ar. Dulce ia protestar quando ele a beijou. Mas aqueles lábios eram cálidos, macios, tentadores. Presa contra aquele homem, ela não se sentiu intimidada. Na verdade, achou a experiência muito agradável. Porém, logo quando começava a sentir um calor intrigante a se espalhar por suas veias, ele a soltou e ainda a arrastando pela mão, saiu da igreja. Aturdida, ela o seguiu.

— Para onde a está levando? — bradou Afonso, parando em frente a Christopher.

— Vou levar minha esposa para Deilcladach.

— Não vai tomar posse de Ald-dabhach? — perguntou Memo, ao se aproximar.

— Já fiz isso. — Christopher puxou Dulce para mais perto. — Estamos casados. É o suficiente por enquanto.

— Maldição — esbravejou Afonso —, você não pode arrastá-la, casar-se com ela e levá-la para longe.

— Não? Por que não? — Christopher desviou-se de Afonso e seguiu em direção ao acampamento.

— Ao olhar por sobre o ombro, Dulce pôde ver que a ira de Afonso, raramente vista, emergia.

— Não se preocupe, Afonso. Você tem coisas que precisa fazer — disse ela. E ficou aliviada quando ele concordou com um gesto e rumou de volta à fortaleza.

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