Fanfic: * * * A Noiva das Terras Altas * * * adaptada/vondy

Santos? — Dulce exclamou, incrédula, quando o belo primo levantou-se para cumprimentá-la, assim que ela entrou no salão de Dinnock. — Santos! — gritou, e correu para lançar-se nos braços dele.

— Você está ótima, adorável — disse Santos, e beijou-a na testa.

— Sim, estou bem.

Dulce tomou a mão de Santos na sua e apresentou-o aos demais. Encaroçado e Anahí o cumprimentaram alegremente, porém os outros permaneceram cautelosos. Os homens sempre reagiam assim para com Santos, até conhecê-lo melhor. Contudo, Dulce ficou a imaginar porque sir Memo e Sir Mike mostravam-se tão cautelosos como os irmãos de Christopher. Talvez fossem aliados mais próximos do que algum deles tivesse se dado conta. O laço não fora reconhecido porque não fora testado antes.

— Como aconteceu de você estar aqui, Santos? — ela perguntou. — Não sabia que conhecia o conde.

— Oh, não conheço, apenas de cumprimentar — retrucou Santos. — Eu o vi na corte. Estou aqui porque o conde notificou ao rei o assassinato de Sir Gastão Uckermann. O intendente do conde, Peter, me caçou, explicou o assunto e disse que o conde julgava melhor ter um de seus parentes aqui. — Santos deu de ombros. — Então fui ao rei, disse-lhe que voltaria para casa por algum tempo e perguntei se tinha alguma diligência da qual quisesse me encarregar, principalmente uma que pudesse realizar por ele durante minha viagem a Donncoill. Por conseguinte, fui escolhido para trazer a resposta do rei a Dinnock e o assunto não ficou inteiramente nas mãos do conde.

— Oh, que bom.

— Você tem provas de que seu marido é inocente? O conde e eu jantamos juntos e ele me contou a triste história. Seu marido tinha boas razões para querer o tio morto.

— Christopher não matou o tio, Santos. Não sabia a verdade sobre aquele homem até que o conde lhe contou tudo. Tenho provas que mostram que o assassinato foi cometido quando Christopher não estava perto daquela cabana e duas testemunhas do paradeiro dele para confirmar isso. Também tenho a verdadeira assassina, embora eu receio que esteja louca no momento. Existem contudo duas testemunhas do assassinato. São as mesmas mulheres que acusaram Christopher. Acha que o conde aceitará isso?

— Só há um jeito de ter certeza. Você deve perguntar a ele. Ei-lo que chega. Você se sairá bem.

—Esteja pronto para trazer aquelas mulheres — Dulce disse a Christian e então caminhou até o conde.

Dulce rilhou os dentes por ter de cumprir as formalidades. A cortesia às vezes era pura tortura.

— Então, milady, veio impedir que seu pobre marido caia em depressão mais uma vez? — perguntou o conde. — Ouvi dizer que foi muito bem-sucedida antes.
Dulce controlou o impulso de enrubescer e praguejar. Não precisava ver o brilho divertido nos olhos do conde nem ouvir a inflexão de sua voz para saber que ele lhe ouvira os berros de prazer na noite em que visitara Christopher. Talvez tivesse de usar uma mordaça quando ela e o marido faziam amor. Logo toda a Escócia saberia que Lady Dulce Uckermann berrava como um clarim quando se deitava com o marido. Era de mortificar qualquer um.

— Ele está deprimido de novo, milorde? — ela perguntou, sabendo que seu ar de inocência não enganaria o conde.

— Não. Está cansado de ficar aprisionado, entretanto. Quem são aquelas pessoas com seu primo?

Apontando cada um enquanto os nomeava, Dulce acrescentou:

— Vieram me ajudar. Creio que posso provar que Christopher não poderia ter matado Gastão pois estava em outro lugar quando o assassinato foi cometido. — Ela olhou para Peter. — Você chegou à cabana ao entardecer?

— Sim—respondeu Peter. — Voltamos depressa para cá antes que escurecesse.

— E o sangue ainda estava fresco?

— Estava mais fresco que seco.

— E já que Fuzz lhe contara que vira Christopher matar o tio, isso significa que o homem foi morto depois do meio-dia.

— Sim, isso seria o mais provável — retrucou o conde.

— Então Christopher não poderia ter cometido o assassinato pois estava à procura de sir Memo Ochoa, em Dunspier, para ver se ele poderia ajudá-lo a descobrir quem tentara me matar. Dali, foi atrás de sir Mike Biaggio, em Aberwellen, para ver o que ele sabia. Depois, tomou o rumo de Deilcladach e mandou Christian e Encaroçado continuarem em frente enquanto ele passava na cabana para conversar com Fuzz e talvez com o tio, duas pessoas que agora sabia serem as culpadas. Eu trouxe sir Memo e sir Mike comigo, pois eles se ofereceram gentilmente para atestar tudo que acabei de dizer.

Dulce ficou sentada enquanto o conde ouvia os dois cavaleiros. Memo e Mike não apenas confirmaram o que ela dissera, mas também deixaram claro que não acreditavam que Christopher pudesse ter matado sir Gastão. Quando o conde os dispensou, Dulce percebeu que o conde acreditava na inocência de Christopher. Podia lhe sentir o alívio por poder declará-lo inocente.

— Muito bem pensado, milady — disse o conde. — Eu jamais julgaria que uma mulher fosse capaz de perceber a importância de o sangue estar ou não seco.

— Ah, ora, venho de uma família abençoada com muitas curandeiras experientes — ela retrucou. São pequenos detalhes que se observa ao aprender tais habilidades.

— Não seja modesta, milady. Foi uma bela defesa, precisa e sem deixar dúvidas. Suponho que pretenda me apresentar o verdadeiro assassino agora.

— Sim, mas acho que o senhor já sabe quem é. — Olhou para os companheiros. — Podem trazê-las agora, por favor?

O conde suspirou e meneou a cabeça.

— As mulheres, é claro. Aquela de nome Fuzz?

— Sim, milorde. As outras duas mentiram por ela, porém estavam com muito medo. Há loucura brilhando nos olhos de Fuzz, milorde, e eu posso entender porque as mulheres a temiam e faziam o que ela dizia, principalmente ao se verem às voltas com o assassinato de um cavaleiro. Contudo tais mentiras mancharam o nome de meu marido e poderiam mandá-lo para as galés. E elas não contaram a verdade de boa vontade ou apenas porque era o certo, mas por medo. Eu as defrontei com uma ameaça maior e mais imediata. Portanto, receio que eu não possa resolver o que fazer com elas.

— Se não empunharam o punhal ou tramaram o assassinato, não as mandarei enforcar.—Ele sorriu quando Dulce suspirou de alívio.—Porém, o mais depende de quanta culpa compartilham com a líder. Pelo amor de Deus — exclamou, ao olhar de olhos arregalados para a porta.

Dulce encolheu-se ligeiramente quando Christian e Angus arrastaram Fuzz até diante do conde, com Memo e Mike a acompanhar Peg e Belinda, extremamente abatidas. Amarrada e amordaçada, a se debater na mão dos captores, a cabeça raspada evidente, era uma triste figura, realmente. Seu olhar, contudo, e os sentimentos de ódio e abominação que Dulce ainda sentia nela, diziam que qualquer simpatia que sua aparência pudesse despertar logo seria dissipada quando a mordaça fosse retirada.

O conde mostrou-se firme quando falou com Belinda e Peg. As duas mulheres contavam a verdade agora, encolhendo-se entre Memo e Mike quando Fuzz a fitava com um olhar malevolente.

Feliz Natal!!!

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