Fanfic: * * * A Noiva das Terras Altas * * * adaptada/vondy

— Você apenas a baniu — disse Dulce. — Foi muito misericordioso. Muitos outros lordes poderiam ter feito mais do que simplesmente mandá-la ir embora.

- Memo disse que não seria tão gentil. E ela me pareceu ter mais coisas do que tinha, quando partiu e, assim, suspeito que se pode somar o furto aos crimes que cometeu. Eu planejava colocá-la numa choupana bem rústica, porém ela está numa cabana na vila. Isso me fez sugerir a Belinda e Peg que se juntem a ela, lá. Sem a arrogância de Fuzz para protegê-las das outras mulheres, creio que aceitarão a sugestão.

— Acha que elas a ajudaram, que tiveram parte na traição?

— Penso que sabiam o que ela estava fazendo e não me avisaram. Isso é ruim do mesmo jeito. E resolvi que era injusto para as moças que davam duro e eram virtuosas terem de conviver com prostitutas a andar tão aberta e livremente pelo castelo. Aquelas mulheres podem cuidar de seus negócios na vila.
Christopher segurou Dulce pela mão e rumou para o salão. Ao entrarem, ficou um pouco surpreso ao encontrar todos prontos, a esperar. Era algo que se tornava a cada dia mais comum. Ele sentou-se e se serviu enquanto os demais ocupavam rapidamente os seus lugares à mesa.

— Como a comida foi servida assim que desci? — perguntou a Christian, vencido pela curiosidade. — Não ouvi nenhum sino ou algo parecido.

—Não precisava de sino—retrucou Christian. — Só esperamos pelo berro.

— O berro?

— Sim, o berro. Assim que ouvimos, sabemos que você descerá para jantar em meia hora. Ou, com mais freqüência, em quinze minutos.

Dulce sentiu as faces em fogo. Tentou convencer-se de que Christian não poderia estar se referindo ao que ela pensava que estaria, mas os olhares divertidos ao redor não permitiram. Soltou um gemido e pousou a testa na mesa, envergonhada.

Começava a rezar para que o chão se abrisse e a engolisse, quando um ruído estranho chamou-lhe a atenção. Então a sensação de alegria emanada pelos outros na mesa a cercou. Lentamente ela ergueu a cabeça e olhou para Christopher. E levou um minuto inteiro até perceber que ele estava rindo. Uma gargalhada sonora e contagiante.

—Um toque de clarim—Christopher disse, com a voz entrecortada, e riu de novo.

— Nós não precisamos tocar o sino desde que você começou a tomar seu banho no quarto—Christian disse e caiu na gargalhada.

— Não é alto assim — Dulce esbravejou.

— Não? Moça, você poderia derrubar as muralhas de Jericó — disse Afonso, entre risadas.

— Vocês todos estão se comportando como crianças — Dulce exclamou, pondo-se de pé. Pegou o prato e a taça. — Irei comer na cozinha. — Ao se afastar, percebeu que Anahí parava de rir apenas o tempo suficiente para pegar sua comida e segui-la.

Ao entrar na cozinha, Dulce praguejou baixinho e depois suspirou. Josy, Lupi e as duas cozinhas riam tanto que tinham lágrimas nos olhos. Sentindo-se extremamente constrangida, Dulce sentou-se à mesa apenas para constatar que seu apetite se fora. — Milady — disse Josy, a voz rouca de tanto rir—, isso não deve envergonhá-la ou magoá-la.

— É um assunto particular — resmungou Dulce.

— Os homens nem sempre pensam assim. — Josy levou a mão ao peito e tentou controlar o riso. — Oh, moça, o lorde está rindo. Rindo! Eu nunca mais tinha ouvido algo parecido desde as mortes.

— Não creio que algum dia tenha ouvido meu irmão rir—disse Anahí.

— Bem... isso certamente me deixa contente — admitiu Dulce. — Infelizmente os idiotas foram rápidos em me recordar sobre o quê estavam rindo. Foi humilhante. E detesto ser relembrada que posso ser escandalosa. Que maldição! Parece que posso convocar todos para jantar quando o safado de meu marido me dá prazer.

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