Fanfic: A nova Seleção - Com participações | Tema: A seleção

O grande estúdio já encontrava-se iluminado quando eu entrei. Jenevieve e Jerome corriam insistentemente entre as cadeiras, apesar dos protestos de Robert.

Minha mãe parecia aflita, e era consolada por meu pai, que a fitava com tanto carinho quanto eu me lembrava, desde que me conheço por gente. Era estranho saber que a história deles começara assim, da mesma forma que acontecia agora comigo. Parecia impossível que uma garota, escolhida pelo acaso, pudesse se tornar o amor da minha vida. Ainda mais na frente de toda essa gente. Eu não poderei ser eu, mesmo que meu pai fale que é assim que eu devo agir. Eu não poderei ter os meus momentos, ficar com raiva, ou agir como um idiota. Entenda, não é fácil ser um futuro rei. As coisas não andam tão bem quanto era imaginado. Eu posso ver as rugas ao redor dos olhos de meus pais.

Gavril, apoiado em sua bengala caminhou na minha direção. O sorriso, pesaroso, mas ao mesmo tempo orgulhoso iluminava seu olhar.

- Meu querido, o pequeno rei de Illéa, como você está? – perguntou ele. Eu sabia que seu contrato deveria ter acabado no fim do ano passado, quando ele se aposentaria, mas que ele trocara a paz e o descanso para apresentar uma última seleção.

- Ansioso – respondi, sincero.

- Eu imagino, mas se serve de algum consolo, seu pai estava ainda mais nervoso que você, e olhe para eles agora.

Bem, não servia de consolo, eu já ouvira aquela frase milhares de vezes no último mês. Mas o fato é: eu não sou meu pai, eu não vou me apaixonar por uma garota desta forma, eu não posso jurar fidelidade a alguém, se eu sei que não cumprirei. E, o por de tudo, não é apenas o meu futuro que está em jogo, é o futuro do meu país.

Os produtores começaram a indicar nossos lugares, e, em poucos minutos o hino de Illéa começou a tocar no estúdio.

- Boa noite meus queridos expectadores de Illéa! – anunciou ele, animado – Hoje é um grande dia para a nossa nação. O nosso pequeno Ed, agora não tão pequeno, sorteará as selecionadas de cada província.

O plateia riu educadamente. Fazia tempo que ninguém mais me chamava de pequeno.

Meu pai foi chamado para dar os avisos, e eu vi sua expressão se agravar. As revoltas que começaram há mais de vinte anos ainda não cessaram, os rebeldes sulistas atacavam com cada vez mais frequência. O que agravara a situação fora o fato deles mudarem o foco da revolta, que agora tinha o propósito de impedir a dissolução das castas. Acreditamos que esses rebeldes sejam patrocinados por milionários de casta 2.

Quando meu pai terminou e Gavril me pediu para ir ao centro do palco, senti minhas pernas tremerem. Seria engraçado ver os rostos animados da plateia, os aplausos, os risos, se Aquiles detalhes não me causassem tanta vertigem.

- Como você se sente sabendo que nas próximas semanas o castelo será invadido por garotas que disputarão pelo seu tempo e seu amor? – perguntou Gavril.

Eu ri, tentando não parecer tão assustado com aquela imagem. Já seria ruim o bastante que o palácio fosse invadido por dezenas de garotas, pior então que todas elas estivessem interessadas em mim, no meu dinheiro ou na minha coroa.

- Bem, eu me sinto lisonjeado, é claro, Gavril, mas eu acho que a minha futura esposa não precisará lutar. E é isso que eu peço as garotas desde já, sejam vocês mesmas. Nenhuma de vocês tem a obrigação de mudar para me agradar. Eu tenho certeza de que todas você são maravilhosas, e todas encontrarão o companheiro perfeito.

- Desse jeito as garotas vão lamber os pratos na sua frente, alteza – brincou Gavril.

Nesse instante o palco foi invadido pelas assistentes que carregavam os trinta e cinco cestos que continham os nomes das garotas.

Eu tirei o nome de cada uma deles, quase que mecanicamente, eu via quando cada rosto aparecia no monitor, e lutei para continuar de pé.

Corre lá, ainda dá tempo de se inscrever --> http://goo.gl/forms/Dpb0pELly2