Fanfics Brasil - O estranho no bar Saga - Lua Rosa

Fanfic: Saga - Lua Rosa | Tema: Original-Magia


Capítulo: O estranho no bar

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O estranho no bar


 


Depois de um dia inteiro de aula, a única coisa que eu queria era ir para casa. Estava mentalmente e fisicamente cansada, as provas estavam se aproximando e eu precisa tirar boas notas; para ser o orgulho da mamãe. Não queria cursar medicina, direito, muito menos engenharia. Minha mãe fazia questão que eu fosse a melhor da escola; a melhor em matemática, em português, inglês, a melhor no Ballet. E eu, é claro, já estava a ponto de explodir com tantas cobranças.


— Você escutou o que eu falei? _ perguntou minha amiga, se colocando na minha frente e me dando um tapinha na testa, me fazendo parar de andar e pensar nas cobranças.


— Desculpa, amiga. Não escutei. Estava pensando na vida perfeita, que minha mãe quer que eu leve. Mas o que você estava falando? _ perguntei a meia voz segurando em seus braços.


Ter Michele como amiga, era a parte boa de ir para o colégio. Ela não era muito fã de regras, fazia piada com tudo e sempre tirava ótimas notas.


— Vamos para o República Virtual, metade da nossa turma está lá esperando pela gente, e a outra metade só vai se nós formos. Então o que você me diz?


— São sete horas da noite de uma sexta feira, e vocês querem ir para um bar encher a cara? Eu não sei você, mas eu estou extremamente cansada, só quero minha casa, um banho quente e minha cama.


— Sarah, há quanto tempo à gente não sai? Estamos estudando para carreiras dos sonhos, de nossos pais, não nossos. Você já se perguntou o que você quer? _ perguntou Michele, olhando nos meus olhos.


— Na verdade, quero férias. _disse voltando a caminhar, pelas calçadas da Rua dos Lustres. Férias dessa vida que eu levo, férias das reclamações da minha mãe; sobre o fato do meu pai não parar em casa, férias do colégio. Quero viver a minha vida. Sim, quero ir para o República Virtual beber, rir, e não me preocupar com as provas. _ respondi com um meio sorriso no rosto.


— Vai ser ótimo, vamos nos divertir muito. _ disse ela batendo palminhas com um largo sorriso no rosto.


— Só acho que devemos trocar de roupa. Sapato boneca, meia três quartos, saia de prega e camisa social, não é a roupa mais adequada para ir a um bar. Já te falei o quanto que acho esse uniforme antiquado? _ perguntei segurando o blazer do uniforme.


— Parece que somos bonecas. Uniforme, mochila tudo igual. Poderiam deixar a gente usar um cachecol e luvas diferentes. _ completou Michele, rindo.


Caminhamos cerca de quinze minutos até chegar a Rua dos Escandinavos, onde ficar o bar mais famoso entre os estudantes do Instituto de Educação Realeza. Antes mesmo de chegarmos à frente do bar vimos Caio, Mariana e Eduardo, nossos amigos do colégio, todos assim como nós, estavam de luvas e cachecol , a medida que a noite chegava o frio ficava mais intenso.


Eduardo era o caso antigo da Michele, eles se conheceram no primeiro ano ginasial, e desde então vivem juntos e separados ao mesmo tempo. Caio é o amigo mala, do Eduardo, que troca de namorada como quem troca de roupa. Ele é lindo, isso ninguém pode negar, mas é o tipo de garoto problema. Mariana é louca para ficar com ele, mas quanto mais ela se aproxima, mais ele se afasta. Ela é nova no nosso grupo, chegou ao colégio há dois anos, e foi chegando de mansinho, para poder andar com a gente, ser de fato do nosso grupo. Eu fiz convite para ela sentar com a gente, mas alguns meses depois me arrependi, porque fiquei sabendo que ela contava tudo que acontecia em nosso grupo para Elena. Que faz um esforço enorme para ser o centro das atenções, para ser a popular. Eu nunca achei legal essa coisa de ser popular, quem adora isso é a Michele. Ela sim faz disso tudo um circo.


— Então, vamos entrar? _ perguntou Caio, colocando a mão na minha cintura.


— Estou esperando a Michele, pode ir você. _ Delicadamente tirei sua mão da minha cintura e apontei para a porta do bar.


O bar fica no subsolo de um centro comercial. Uma escadaria de mármore leva a gente para o salão principal, onde um grande balcão em forma de "L" toma toda a parede do lado direito. Mesas de madeira com assento de couro deixam o lugar mais aconchegante.


Descemos a escada e achamos um lugar perto da mesa de sinuca, coloquei minha mochila no canto do banco e fui até o bar pegar uma bebida, enquanto Michele discutia relação com Eduardo.


— Um Dry martini, por favor! _ pedi ao simpático homem que estava no bar, estendendo o dinheiro.


— Só se for por minha conta! _ falou um homem que estava ao meu lado esquerdo. Olhei no fundo dos seus olhos azuis e disse.


— Não mesmo, tenho dinheiro o suficiente para pagar pela minha bebida.


— Ah sim, é claro que tem. Estudante da Realeza, tenho certeza que o que não falta é dinheiro. Idade com certeza falta e é claro, diversão. _ sussurrou ele no meu ouvido.


Respirei fundo e mordi os lábios para não dar outra resposta para ele. Mas ele apoiou a cabeça na mão e continuou a me olhar com um sorriso debochado no rosto. Parecia estar se divertindo, me olhava como se ele fosse o predador e eu a presa.


Peguei minha bebida, e dei as costas sem olhá-lo de novo.


Todos estavam se divertindo, jogando sinuca, escolhendo músicas na jukebox e bebendo.


— Essa rodada é por minha conta! _ disse Eduardo que se preparava para uma queda de braço com Caio.


— Enquanto eles fazem questão de exalar testosterona, vamos beber e fofocar! Garçom, dois dry martini por favor! _ pediu Michele que acabara de sentar ao meu lado.


— Sabe o que eu percebi, que aquele moreno de olhos azuis ali no bar, não tira os olhos de você. _ disse Michele apontando com a gravata, para o estranho que se ofereceu para pagar minha bebida.


— Não estou interessada. Ele se ofereceu para pagar a minha bebida, você acredita?


— E ela recusou. Você acredita? _ continuou ele, que acabara de chega a nossa mesa, com a minha taça de martini em uma mão e uma garrafa de cerveja em outra. Posso me sentar com vocês?_ perguntou ele me olhando nos olhos.


— Não. _ respondi de imediato.


— Pode. _ respondeu Michele, com um sorriso idiota no rosto.


— Tudo bem, eu vou sentar. Mas vocês prometem que não vão brigar por mim? _ perguntou ele com o mesmo ar de deboche de antes.


Virei a cara para a parede, e procurei ignorá-lo.


— Ela é sempre assim? _ perguntou ele para Michele.


— É.


Olhei para Michele, para ela calar a boca, ela sorriu e respondeu.


— Não.


— É, não é. Qual a verdadeira resposta? Ela sempre fica na defensiva? _ continuou ele me provocando.


Não. Só com caras idiotas, como você que se acham a última garrafa d`água do deserto. _ respondi com o mesmo ar de deboche.


— Talvez eu seja mesmo, uma água que você vai amar beber.


— Quem é esse cara, Michele?_perguntou Eduardo.


— Um amigo da Sarah._Respondeu ela prontamente.


— Exatamente! Um amigo da Sarah. _ exclamou ele apertando a mão do Eduardo.


— Que já estava de saída. _falei olhando para a cara do intruso, falso amigo.


— Vamos lá em cima, quero conversar com você! _ disse Eduardo olhando para Michele.


— Cadê todo mundo?_ perguntou Michele ao se levantar.


A conversa aqui estava tão boa, que você nem reparou que a galera já foi embora.


Eduardo parecia estar muito aborrecido, eu só não sabia com exatamente o que. Michele cambaleou um pouco, mas com a ajuda de Eduardo conseguiu andar ereta até a porta do bar, então eles sumiram do meu campo de visão.


— Então, só restou eu e você?


— Por hora.


— Quer que eu te leve para casa, SARAH?


— Não, já tenho carona. Vou com a Michele e o Eduardo. _respondi de má vontade.


Olhei para o meu relógio e marcava meia noite e cinco. "Nossa como a hora dentro de um bar passa rápido!" pensei.


— Vai virar abóbora?_ perguntou ele rindo.


— Não. É porque não vejo a hora de ficar longe de você. _respondi com rispidez.


— Uau, adoro garotas como você!


— Garçom, outro martini por favor!


— Se quer ficar bêbada, vai conseguir. Se quer ficar bêbada para me agarrar, não precisa.


— Ou talvez, eu queira ficar bêbada, para vomitar em cima de você.


— Que desejo mais esquisito. Olha que eu já vi de um tudo. Mas tudo bem, eu topo.


— Você é nojento!_ disse com raiva.


— E você, é linda! Pele branca, cabelo preto, olhos azuis, sorriso perfeito. Um corpo de tirar qualquer homem do seu perfeito juízo.


 Forcei um sorriso irônico e me levantei.


— Licença, preciso ir ao toalete.


Dei as costas e atravessei o bar, mesmo sem me virar, senti que ele não tirava os olhos de mim, assim como outros homens que estavam ali.


Apoiei minhas mãos na pia e respirei fundo. Estava cansada, o martini me deixou sonolenta e esse cara lindo e convencido não me deixava curtir a noite como eu queria. Pela demora a Michele estava aos beijos com Eduardo, ao lado de fora do bar.


"Por hoje chega, preciso dormir!" pensei ao sair do banheiro.


Peguei minha mochila sem olhar para o lindo intruso falso amigo, que continuava sentado a minha mesa. Virei de costa e comecei a andar em direção a saída. Ele continuava a me olhar.


Para minha surpresa, a rua estava deserta, nem sinal da Michele ou até mesmo do Eduardo.


Atravessei a rua, e fui andando pedindo aos deuses, que aparecesse um táxi vazio. A orla também estava vazia, o frio fazia com que as pessoas ficassem em casa, ou em algum lugar fechado.


No meio da escuridão e do frio intenso pude ver sete homens de roupas pretas com capuz, na areia da praia, eles estavam em volta de uma mulher de cabelos loiros. Uma cena um pouco estranha, continuei andando na direção deles, fingindo que eu não tinha os visto. Abaixei a cabeça, de um modo que ainda dava para ver o que estava acontecendo ali. Em um segundo começou a chover e ventar muito, trovões cortavam o céu. E os sete homens ali parados, pareciam não se importarem com o clima, quando pude olhar melhor, percebi que a ventania, a chuva nem mesmo os trovões poderia atingi-los. Um campo de força os protegia, fiquei incrédula. Com nó na garganta.


"Como aquilo era possível?" Foi a única coisa que me perguntei, antes do clarão me atingir.



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Autor(a): A.M.Wamy

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