Fanfic: Mestre do Prazer - adaptada - TERMINADA

Carlo os amara profundamente, mas quando ficou doente não conseguia conviver com duas crianças cheias de energia por mais que alguns minutos. En­tão, ela havia se colocado como pára-raios entre os fi­lhos e o marido, desejando proteger ambos da dor emocional por parte dos filhos e física por parte do marido frágil.

— Podemos pescar hoje à tarde? — perguntou Nico ansioso.

Pescar era uma nova paixão e quase todos os dias os três passavam um tempo sentados nas pedras, es­perando os peixes morderem a isca que Dulce lhes ensinara a colocar no anzol.

Mas Christopher respondeu antes dela, calmo:

— Há alguns assuntos a discutir com a mãe de vocês, então precisamos voltar para o hotel. Mas tal­vez essa tarde eu possa mostrar o melhor lugar para pescar.

Ele estava seduzindo os filhos com a mesma faci­lidade com que a seduzira, reconheceu Dulce, en­quanto os gêmeos pulavam de alegria ao lado dele, esquecendo-se dela quando voltaram para o hotel.

— Você sabe jogar futebol? — ouviu Nico per­guntar, encabulado, a Christopher.

Imediatamente Christopher parou de andar e olhou o rosto sério voltado para o seu.

— Peixes nadam? — provocou, acrescentando com um sacudir de ombros: — Sou italiano, não sou?

— Sam torce pelo Chelsea, mas meu time é o A. C. Milão — disse Nico.

— Eu torço pelo Chelsea porque somos metade in­gleses — informou Sam, sério. — Qual o problema?

Seus filhos estavam tão envolvidos na conversa sobre futebol com Christopher que parecia que ela não es­tava ali, pensou magoada.

— Você precisa limpar essa perna. — Eles tinham chegado ao hotel e a ordem sucinta de Christopher fez com que Dulce comprimisse os lábios.

— Ah, por favor. — A voz destilava sarcasmo. — Não tente fingir estar preocupado. Gestos bondosos não combinam com você, Christopher. Além disso, am­bos sabemos que você não tem compaixão pelo sexo feminino em geral, e por mim em particular.

Virou-se para olhar os filhos que vinham correndo atrás deles, mas não os tinham alcançado.

— Meninos, entrem e vão se lavar, por favor. De­pois, para a cozinha, almoçar.

Dulce acreditava em criar os filhos com amor, mas com rigidez. Ela valorizava a importância de boas maneiras, mas isso, em sua opinião, era uma pista de mão dupla. Se esperava bom comportamento dos fi­lhos, e que compreendessem a importância das boas maneiras, também mereciam ser tratados da mesma forma. Até agora — com o respaldo, felizmente, da escola, — eles estavam desenvolvendo um satisfató­rio uso de "Por favor" e "Obrigado", automatica­mente acompanhado pelo comportamento natural de meninos e ocasionais esquecimentos.

— Que belo exemplo de mãe zelosa! — disse Christopher, logo que os meninos subiram e não podiam ouvi-los. — Você é bem esperta em não gastar todo o tempo cuidando desses dois. Carlo jamais teria con­cordado com isso, como ambos sabemos, mas você, obviamente, deixou claro que não queria muita res­ponsabilidade com os cuidados diários.

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bjix da Naty