Fanfic: Lua das Fadas | Tema: Vondy-Adaptada
Ouviram o som de água, revelando que atrás de algumas árvores havia um córrego de água pura e limpa. Dulce nunca tinha visto água tão cristalina, onde era possível ver os peixes coloridos e flores d’água entre as pedras. Uma pequena cachoeira fazia o som que ouviam.
- Você era uma sereia, não era?
- Sim...
- Não foi triste abrir mão de todo o seu mundo para andar em duas pernas?
Maite suspirou e se abaixou, tocando a água com a longa mão branca.
- Foi...Mas eu não poderia mais viver sem Christian.
Maite olhou para Dulce com um sorriso tranquilo , o brilho do sol na água refletindo em seu rosto, deixando-a ainda mais bela.
- O amor move mundos.
Dulce pensou sobre o que ela disse, imaginando se teria coragem de fazer o mesmo e, não tendo, se seria merecedora de um amor de verdade.
Olhou para a água e viu pequenas e delicadas mulheres nadando junto com os peixes. Abaixou-se para ver melhor, encantada com a visão.
- Essas são as asrais – explicou Maite.
Curiosa, Dulce tentou pegar uma, mas ela imediatamente virou uma poça d’água,
- Ai, meu Deus! Eu a matei?!
- Não, não se preocupe! Olha lá ela de novo!
A pequena nereida acenava sorrindo de dentro da água. Fez-lhe um salto gracioso e, no meio do ar, ao atingir a luz do sol, virou novamente uma poça d’água que caiu no riacho em milhares de pontos de luz refletida.
Era uma visão linda e ficaram apreciando a dança das asrais por algum tempo, sem nada dizer. Tocando a água, Dulce acalmou seu coração, sentindo que as asrais tinham alguma contribuição em seu súbito consolo. Agradeceu em pensamento e notou que quando fez isso, elas brilharam, espalhando seu brilho pela água.
Maite riu.
- Elas disseram ‘‘De nada’’ .
Dulce ficou surpresa em como um simples sentimento podia refletir em tudo o que existia.
- Elas também querem lhe dar um presente... – continuou Maite.
As pequeninas ninfas d’água saltaram em círculos por três vezes, fazendo a água saltar no rosto das duas. Então, de mãos dadas, fizeram um cículo que se transformou em luz platinada, o sol refletindo-se bem no meio deles.
- Pegue agora um pouco dessa água e beba – instruiu Maite.
Dulce se lembrou de todas as instruções de Chris sobre comer ou beber algo naquele mundo, sobre como isso poderia prendê-lá ali para sempre e impedi-la de voltar para casa. Olhou para Maite. Ela parecia muito sábia e confiável. Deveria saber o que estava fazendo. Mergulhou as mãos em concha e encheu-as de água, levando-as aos lábios e bebendo. Era água mais deliciosa que já bebera. Sentiu-se refrescar por dentro, além de se acalmar completamente.
- Pronto! – disse Maite – Agora voc ê está livre.
- Livre do quê? – perguntou Dulce, esperando não ter cometido um erro sem volta.
- Da regra do Mundo Encantado que a prende aqui para sempre se comer ou beber algo do Reino. Pode comer e beber a vontade, do que quiser. As asrais lhe deram esse presente. Lembre-se, isso não elimina as regras do tempo. Mas ao menos, poderá comer e beber algo que esteja fora de sua mochila...
Dulce sorriu, feliz com o presente inesperado. Foi quando uma asrai saltou repentinamente e lhe deu um beijo nos lábios, virando imediatamente uma poça brilhante de água que caiu novamente no riacho.
- E já pode beijar também! Isso é um verdadeiro passe livre! As asrais não fazem isso com qualquer um!
- E porque estão fazendo isso por mim? Eu não fiz nada!
- Não sei...Elas podem ver além do tempo. Podem estar agradecendo por algo que você ainda vá fazer. Não questione seus presentes, menina! Aqui no Mundo das Fadas, é uma gafe.
- Desculpe. Eu agradeço, pequeninas! Mesmo!
As pequeninas ninfas continuaram a sorrir e dançar, até que subitamente, como se tivessem todas ouvido alguma coisa ao mesmo tempo, saíram a nadar o mais rápido possível para longe, até desaparecem. Os peixes também desapareceram e um vento mais frio balançou as copas das árvores próximas. O sol ficou momentaneamente escondido em uma nuvem, como se não quisesse ver algo. Dulce e Maite perceberam alguém do outro lado do riacho. Era uma mulher de longos cabelos escorridos escuros e um rosto pesado e triste. Suas feições eram estranhas, não parecendo muito humana, embora não fosse muito possível ver por causa do cabelo que lhe escondia quase todo o rosto. Era, certamente, um ser encantado. Suas vestes humildes a faziam parecer uma mulher muito pobre e ela estava lavando roupas com um olhar desolado. Não olhava para as duas moças. Estava concentrada em seu trabalho.
- Quem é essa?
- Bean-Nighl... – disse Maite, que tinha a expressão de quem recebera uma má notícia – É a Lavadeira... Um tipo de banshee.
O nome pareceu tocar um sino de alarme na cabeça de Dulce, que o reconhecia do livro que lera sobre fadas. Banshees nunca são portadoras de boas novas.
- Ela lava roupas manchadas de sangue daqueles que estão prestes a morrer – explicou Maite – São sempre mau agouro...
Dulce tentou ver que roupa ela estava lavando. Era, sem dúvida, uma roupa branca e estava muito manchada de sangue, que era levado pela água a cada mergulho. Dulce sentiu o coração gelar ao perceber que o que ela lavava parecia-se muito com uma camiseta branca. Camisetas brancas são a roupa mais comum que se pode encontar e ela poderia estar anunciando o destino fatal de qualquer um, naquele mundo ou em outro. Mas Dulce n ão conseguia deixar de pensar que Chris usava um jeans e uma camiseta branca.
Em certo momento, a banshee sacudiu a roupa que lavava, mostrando-a por inteiro. Dulce nem piscou para não perder nenhum detalhe e não ter nenhuma dúvida. Respirou aliviada. A roupa, manchada de vermelho e voando contra o ar em câmera lenta não era uma camiseta, mas uma camisa de linho, de manga comprida e detalhes na gola. Era uma roupa parecida com as que vira na vila. Um fio de ouro brilhou contra o sol no detalhe da gola, pois era uma daquelas camisas medievais com uma pequena abertura abaixo do pescoço, onde um fio grosso e dourado se cruzava num belo acabamento em bordado.
Maite a chamou para irem. Dulce a seguiu, olhando para trás mais uma vez. E dessa última vez, teve certeza que a banshee olhava para ela.
Isso não é bom... :-[
mky: Não, ela está bem. Sim. Nem um nem outro, infelizmente. Sim, enquanto estiveram no Mundo das Fadas, cuidarão da fadinha.
Autor(a): vondynatica
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 49
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vondy_170 Postado em 25/01/2017 - 05:00:54
Livro 2 - Continuação- https://fanfics.com.br/fanfic/55332/o-trono-sem-rei-vondy-adaptada
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vondy_170 Postado em 25/01/2017 - 04:55:32
Livro 2 - Continuação https://fanfics.com.br/fanfic/55332/o-trono-sem-rei-vondy-adaptada Livro 3 - Continuação https://fanfics.com.br/fanfic/55691/a-cancao-dos-quatro-ventos-vondy-adaptada
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candy1896 Postado em 03/12/2016 - 21:58:10
CONTINUA
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candy1896 Postado em 13/11/2016 - 21:12:15
Continua
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mky Postado em 20/07/2016 - 15:58:32
Continua
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tay_Vondy Postado em 16/07/2016 - 18:13:00
Continua
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pacheco_vondy Postado em 15/07/2016 - 16:09:45
Pena que não rolou beijo!!!
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pacheco_vondy Postado em 15/07/2016 - 15:13:56
Fudeu!! Se correr o Jack pega e Se ficar o Jack come!!
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pacheco_vondy Postado em 07/07/2016 - 21:00:45
Continuaaa!!!
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pacheco_vondy Postado em 05/07/2016 - 21:47:10
Bom, pelo visto eu ganhei esse capítulo completo, como um presente por ser leitora nova!!!mesmo q não intencionalmente!!!