Fanfics Brasil - Capítulo 28 - Despedida =( Lua das Fadas

Fanfic: Lua das Fadas | Tema: Vondy-Adaptada


Capítulo: Capítulo 28 - Despedida =(

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               "E assim é o destino... doce e cruel"  {#emotions_dlg.cry}{#emotions_dlg.cry}

 

 

 

Assim que chegaram na vila, sinos tocaram anunciando visitantes.

Christian e Maite logo surgiram e correram ao seu encontro. Eileen correu e

saltou no colo de Chris que a rodou no ar. Todos os receberam felizes e

avisavam para os outros que Dulce e Chris estavam vivos.

 

 A notícia se

espalhou com rapidez. Chris e Dulce receberam os abraços de Christian e

Maite, que os julgavam mortos, o que deixou todos inconsoláveis até

aquele momento.

 

– Como estão as coisas? – perguntou Chris, preocupado com possíveis

perdas no ataque.

 

– Graças a vocês, não tivemos nenhuma baixa – respondeu Christian.

 

– E os nossos grifos? – perguntou Dulce.

 

– Quais? Aqueles?

 

E dois grifos pousaram bem ao lado deles, fazendo algo parecido

com uma festinha, empurrando suas cabeças contra eles pedindo carinho, o

que prontamente receberam. Foram até a casa de Christian, onde se sentaram à mesa.

 

– Vocês estão com fome? Sede?

 

Eles pediram um pouco de água e Maite e Christian perceberam que

Dulce estava bebendo também.

 

– Parece que resolveram aceitar o presente das asrais – disse

Maite.

 

– Não foi bem uma opção... – respondeu Chris.

 

– Bem, talvez queira conferir se elas estavam lhes pregando uma

peça ou não.

 

– Como?

 

– Se a comida na sua mochila continuar se renovando, é porque elas

disseram a verdade.

 

Chris e Dulce se olharam.

 

– Bom, sobre isso... – disse ele. – Perdemos a bolsa...

 

– Qual? Essa aqui?

 

E Maite ergueu a boa e velha mochilinha-cabe-tudo de Dulce, que

imediatamente pulou da cadeira e correu até ela aos saltos.

 

– Eu não acredito! Vocês acharam! Vocês acharam!!!

 

Christian e Maite lhes contaram como ficaram desesperados quando

viram a Corte levá-los. Os grifos lutaram bravamente contra os goblins que

os atacaram, matando todos, mas não conseguiram alcançar a Corte antes

que ela desaparecesse em seu covil, que ninguém sabe onde fica e ninguém

também quer descobrir. Chris e Dulce contaram, resumidamente, como

conseguiram fugir e como a Corte Unseelil provavelmente não seria vista

novamente tão cedo. 

 

Dulce omitiu a complicada história da família

disfuncional de Chris, embora não tivesse conseguido omitir que ele era um

anjo, coisa que já tinha dito à Maite. Ninguém ali pareceu surpreso.

 

Disseram que Chris era um anjo escondido com a asa de fora.

Então, chegou a hora da verdade. Dulce retirou da mochila o

sanduíche eterno de queijo e entregou para Chris. Enfiou a mão de novo e

lentamente puxou... outro sanduíche de queijo! Ela e Chris comemoraram e

pularam juntos.

 

– Nunca fiquei tão feliz com um sanduíche de queijo! – disse ele.

 

Eileen entrou correndo e pulou em Dulce.

 

– Eu tenho uma coisa pra mostrar! – disse a menina.

 

Então ela saltou no meio da sala e levantou os cabelos. Como estava

usando um vestidinho de costas nuas, puderam ver pequenas asas de fada

nascendo. Chris não acreditou e precisou ver de perto. Eileen se virou para

Chris.

 

– Você disse que se eu me divertisse bastante, e risse bastante, e

fosse muito feliz, minhas asas iam nascer de novo! Viu? Nasceram! – e ela

deu um beijo nele. – Obrigada!

 

Dulce não sabia que Chris tinha dito isso para a fadinha. Ficou feliz ao

ver os olhos dele se encherem d’água com a notícia. Chegou perto dele e

sussurrou:

 

– A redenção é assim mesmo... Começa com asas pequenas que vão

crescendo...

 

Claro que a Vila queria fazer uma festa para eles. Havia uma coisa no

Mundo Encantado. Todos queriam fazer festa o tempo inteiro. Parecia o

Brasil. Mas, dessa vez, Dulce e Chris se desculparam e se limitaram a ficar

para o almoço. Foi uma grande mesa, com muitos amigos e risos, e Dulce

quis gravar aquilo em sua memória e nunca mais esquecer.

 

À tarde, despediram-se com abraços de seus anfitriões. Eileen

correu e saltou no colo de Dulce.

 

– Fica! – pediu ela.

 

– Ah, meu bem... – Dulce nunca foi dada a instintos maternos, mas

aquela menininha tinha algo que fazia seu sino tocar. – Eu não posso...

 

Eileen fez a carinha mais triste que pôde e então abraçou-a

fortemente. As crianças levaram-lhes flores enquanto cantavam para eles.

 

Foi uma despedida bela e Dulce não queria, mas seu coração estava se

entristecendo em dar adeus a tantas pessoas queridas no mesmo dia.

Quando já estavam longe, Eileen correu até eles e puxou Dulce de novo.

Ela achou que era para um abraço final, mas a menina queria dizer-lhe algo

no ouvido, como se fosse um segredo. Quando terminou, correu de volta

para Maite e Christian, que, junto com os outros, lhes acenavam adeus.

 

– O que ela disse? – perguntou Chris.

 

– Uma coisa engraçada... – disse Dulce, rindo. – Disse que gostaria

de ser nossa filha.

 

Eles sorriram, olhando-se longamente, cada qual imaginando como

poderiam ser as coisas se não houvessem tantas coisas entre eles.

 

E assim, a Vila das Fadas D’Água ficou para trás. Entraram no

bosque e caminharam em silêncio por algum tempo.

 

– Está acabando... – disse ela.

 

– Sim, está...

 

– Eu não queria que acabasse...

 

– Sua história não acabou. Vai continuar, só que em outro mundo.

 

Veja, chegamos...

 

Dulce não acreditou que já tinham chegado. Na verdade, tinha

torcido para algo acontecer, caírem num buraco, irem parar na Caverna do

Dragão ou qualquer coisa que atrasasse o fim. Queria voltar pra casa. Mas

não queria deixar Chris. E lá estava o círculo de fadas, um círculo de pedras

brancas na relva marcada.

 

– E o que acontece com você? – perguntou ela.

 

– Eu volto para o meu mundo, para uma próxima missão.

 

Dulce olhou-o longamente, tentando lembrar de todos os detalhes

de seu rosto.

 

– Vai me esquecer? – perguntou ela.

 

– Isso será muito difícil! – respondeu ele com um grande sorriso. –

 

Afinal, você foi minha primeira missão.

 

Dulce desfez o sorriso. Não era bem isso que esperava ouvir. Então,

ela achou que não devia mais prolongar o sofrimento.

 

– Tome... – ela lhe entregou a foto em que ela sorria com sua família.

 

– Pra que você não se esqueça de mim.

 

Ela olhou-o longamente.

 

– Porque eu nunca vou me esquecer de você... – finalizou ela.

 

Deu-lhe um abraço apertado, os olhos cheios d’água, sentindo pela

última vez o cheiro de maçã. Então, ela se virou e entrou no círculo das

fadas, sem olhar para ele de novo, porque não queria que ele a visse

chorando.

 

Um inesperado puxão em seu braço a trouxe de volta para ele, que

lhe deu um longo e inesperado beijo. Suas asas se abriram e se iluminaram.

O beijo dele era doce e suave e ela não queria que terminasse nunca mais.

Soube, naquele momento, que quantas vezes ele a beijasse, seria para ela

como a primeira vez.

 

 Sentiu as mãos dele em sua cintura e em seus cabelos,

e puxou-o para si, sentindo os pés saírem do chão. Estavam voando, acima

das árvores, no céu azul da tarde. Quando seus lábios se separaram

finalmente, ele a olhou com olhos brilhantes.

 

– Eu lhe disse que ainda iríamos voar de novo...

 

Desceram suavemente e ele a empurrou levemente para o círculo,

embora não quisesse soltá-la.

 

– Eu posso ficar! – disse ela.

 

– Você tem para quem voltar...

 

– Você pode vir! – respondeu ela.

 

– Talvez um dia, quando eu merecer ter suas asas...

 

E então ela entrou de costas no círculo, enquanto suas mãos ainda

estavam unidas. Ela sentiu-se flutuar levemente e seus dedos finalmente

deixaram de se tocar.

Uma sombra escura bateu nele com violência, jogando-o no chão.

 

– Não!

 

Dulce se jogou para fora do círculo e caiu, pois já estava meio metro

acima do solo. Cinco goblins com marcas de queimaduras atacavam o anjo

caído no chão. Dulce correu para ele, mas o anjo gritou:

 

– Vá embora, Dulce! Não chegue perto deles!

 

Ela não obedeceu e um sexto goblin a pegou por trás, impedindo-a

de chegar no anjo. Dulce virou-se, tentando chutar quem a segurava, mas

congelou ao ver a carranca de órbita vazia encarando-a com ar de vitória.

Os goblins seguraram o anjo, imobilizando-o.

 

– Você... – rosnou o rei sem reinado para o anjo de joelhos no chão. –

Você destruiu tudo o que eu tinha! Agora... Eu vou destruir tudo o que você

tem!

 

Ele mostrou a garota para o anjo, que se agitou, mas não conseguiu

se soltar dos cinco monstros que o seguravam.

 

– Não se preocupe, irmãozinho... Você não a verá morrer, porque

esse privilégio eu não vou lhe dar. Bem, vamos ver... Por onde começo a

destruir aquele que me tirou tudo? Pelo óbvio! ARRANQUEM ESSAS ASAS!!!

 

Dulce gritou ensandecida, sem conseguir se soltar do monstro.

Horrorizada, ela viu Chris se debater enquanto dois goblins o seguravam e os

outros três o atacavam com mordidas e garras, arranhando e mutilando

suas asas.

 

 O anjo gritou de dor e pássaros voaram quando sua asa direita

foi covardemente arrancada, esguichando sangue nas feras que

gargalhavam com a cena dantesca. Dulce gritava e implorava para

pararem, prometeu qualquer coisa, mas o monstro apenas a olhou

friamente.

 

– A época das negociações acabou – respondeu ele friamente.

 

A segunda asa foi arrancada, e mais sangue jorrou. Os goblins

erguiam as asas ensanguentadas como se fossem troféus enquanto o anjo

gritava de dor e as lágrimas desciam pelo seu rosto. 

 

Os goblins que o

seguraram o soltaram, deixando que ele caísse com o rosto no chão. Dulce

parou de se debater. Procurou algo que pudesse fazer, qualquer coisa. A

única coisa que lhe ocorreu foi o encanto que Eileen lhe ensinara e que ela

nunca usou. Engoliu os soluços e gritou o encantamento.

 

Ventos dos Ventos, bons ventos que ventam,

Apóiem as asas que voam nessa hora,

Que a praga assole os que me atormentam,

E asas...

 

Precisava lembrar! Precisava lembrar!

 

– Arranquem-lhe a língua agora! Esses gritos me incomodam! E

depois, depois vamos arrancar os olhos! – gritou o monstro que a segurava.

Ergueram o anjo do chão e puxaram seu rosto, forçando-o a abrir a

boca.

 

E ASAS EM MEU SOCORRO VENHAM AGORA! – gritou ela.

 

Os monstros pararam ao ouvir o grito, percebendo que era um

encanto. Então, começaram a rir.

 

– O que você acha que esse encanto de crianças pode fazer, sua

garota estúpida? O que você acha que vai acontecer agora? Borboletas e

joaninhas virão nos atacar?

Eles gargalharam enquanto o sangue tingia o chão de vermelho.

 

Voltaram a tentar pegar a língua do anjo, quando ouviram um som.

Pararam, esperando alguma coisa, mas era apenas um monte de besouros e

borboletas, tal como o rei sem reinado tinha previsto. Eles voltaram a rir.

Quando iam pegar a língua de Chris de novo, um vulto enorme passou e levou

um goblin para longe.

 

Antes que pudessem compreender o que estava acontecendo,

dragões passaram por eles e os agarraram com dentes e garras,

arrancando-os do chão e levando-os para o ar, onde eram divididos em

duas ou mais partes, dependendo da disposição do dragão. Foi tudo muito

rápido. Quatro dos cinco goblins foram levados e destruídos em segundos.

 

O quinto tentou correr, mas logo foi pego também e levado. O anjo,

enfraquecido e se esvaindo em sangue, caiu por terra. O rei virou Dulce

para si mesmo com o rosto contorcido de ódio e apertou seu pescoço.

 

– Você! Você nunca mais vai...

 

E ele não terminou a frase, pois um último dragão passou e o levou,

mastigando-o no ar e cuspindo os restos. Dulce caiu no chão com a mão no

pescoço, tossindo para recuperar o ar. Então se arrastou rapidamente para

onde estava Chris. O belo vestido lavanda manchou-se de vermelho quando

ela segurou o rapaz nos braços. Retirou a mochila das costas e pegou a

garrafa prateada.

 

– Calma, Chris! Você vai ficar bom! Nós vamos consertar isso!

 

Ela derramou uma parte de seu conteúdo em suas costas que

sangravam. Onde antes haviam asas, a água prateada-dourada

imediatamente lavou o sangue, cicatrizando os ferimentos. Chris se agitou e

tentou se virar. Dulce o virou e ele ficou no seu colo. Ela tentou lhe dar a

água, mas ele a afastou.

 

– Não... – disse ele com esforço. – Você precisa disso!

 

– Não, eu preciso de você! Beba isso! Depois conseguimos mais!

 

Ele segurou as mãos dela com a garrafa no meio. Naquele momento,

já não passavam dragões, besouros ou borboletas. Havia apenas silêncio e

algo quase concreto que Dulce pôde sentir.

 

Há um momento, um momento fugidio e eterno, que dura um

segundo e uma vida inteira, em que você finalmente vê a verdade. Nesse

momento, você percebe que não há mais nada que possa fazer para mudar

o rumo das coisas.

 

 O que está feito, está feito e “passo dado não se volta

atrás”. Não se pode voltar para a porta anterior, não se pode desfazer, não

se pode desdizer, não se pode desaprender, não se pode des-saber... Não se

pode... não se pode fazer nada. Algumas pessoas lutam contra esse

momento e acabam perdendo a chance de dizer adeus. Dulce viu esse

momento. Viu nos olhos dele, viu no sangue a sua volta, viu nas asas

partidas, viu no silêncio ensurdecedor que os envolveu naquela tarde de

céu azul.

 

Ele olhou para ela, as lágrimas banhando o rosto. Era um olhar de

despedida e naquele momento ela soube que não havia nada a fazer. Suas

lágrimas caíram sobre ele.

 

– Não se engane nem por um minuto... – disse ele com dificuldade,

tocando o rosto dela. – Eu faria tudo de novo...

 

E então, seus olhos azuis perderam o brilho e se cerraram

lentamente. Dulce continuou segurando-o, de joelhos num grande círculo

vermelho, com asas partidas ao seu redor. Seu choro virou grito e então,

lentamente, enquanto ela ainda o abraçava, não conseguiu mais segurá-lo.

 

Seu corpo virou luz e simplesmente partiu, deixando-a sozinha com sua

dor, enquanto seu pranto ecoava pela floresta silenciosa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

{#emotions_dlg.cry} "Que suas lágrimas consigam consolar seu coração..."

 

 

 

 

 

 

 

 


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Autor(a): vondynatica

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    Não sabe quanto tempo ficou ali. Mas ficou até o pranto lhe dar uma chance de respirar de novo. Estava de joelhos no sangue de Chris que a terra tomava para si, paralisada, destroçada, sem rumo. Não se movia, apenas olhava para o vermelho que manchava seu vestido. Então, o vento levou uma foto amassada até ela. A ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 49



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  • vondy_170 Postado em 25/01/2017 - 05:00:54

    Livro 2 - Continuação- https://fanfics.com.br/fanfic/55332/o-trono-sem-rei-vondy-adaptada

  • vondy_170 Postado em 25/01/2017 - 04:55:32

    Livro 2 - Continuação https://fanfics.com.br/fanfic/55332/o-trono-sem-rei-vondy-adaptada Livro 3 - Continuação https://fanfics.com.br/fanfic/55691/a-cancao-dos-quatro-ventos-vondy-adaptada

  • candy1896 Postado em 03/12/2016 - 21:58:10

    CONTINUA

  • candy1896 Postado em 13/11/2016 - 21:12:15

    Continua

  • mky Postado em 20/07/2016 - 15:58:32

    Continua

  • tay_Vondy Postado em 16/07/2016 - 18:13:00

    Continua

  • pacheco_vondy Postado em 15/07/2016 - 16:09:45

    Pena que não rolou beijo!!!

  • pacheco_vondy Postado em 15/07/2016 - 15:13:56

    Fudeu!! Se correr o Jack pega e Se ficar o Jack come!!

  • pacheco_vondy Postado em 07/07/2016 - 21:00:45

    Continuaaa!!!

  • pacheco_vondy Postado em 05/07/2016 - 21:47:10

    Bom, pelo visto eu ganhei esse capítulo completo, como um presente por ser leitora nova!!!mesmo q não intencionalmente!!!


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