Fanfic: Uma proposta de amor [Adaptada] - terminada
Annie tentou analisar o comportamento de Poncho.
As feições dele permaneciam impassíveis, e nos olhos escuros havia uma indagação silenciosa. Apenas um leve arquear de uma sobrancelha indicava sua expectativa.
Toda a cena lhe lembrava a situação de uma criança apanhada pelo pai no meio de uma travessura, quando ele sabia de toda a verdade e estivesse esperando pela admissão da culpa.
Annie engoliu em seco.
Poncho inclinou-se para a frente.
— Por que não tentamos assim: eu lhe faço as perguntas, e você pode responder apenas sim ou não.
Diante do gesto de assentimento de Annie, Poncho prosseguiu:
— Está grávida, Annie?
Os ombros dela encolheram-se ao observar as próprias mãos por um longo momento. Então, erguendo a cabeça, encontrou o olhar quente e penetrante de Poncho.
— Sim.
O dr. Herrera se manteve impassível.
— E ia me contar?
— Ia.
— Quando?
— Hoje.
— Desde quando você sabe?
— Desde ontem.
— E mesmo assim não aceitou meu convite para jantar? Teria sido a oportunidade perfeita para...
— Sim, teria sido, Poncho. Acontece que só fiquei sabendo quando vi o dr. Ferguson, depois que saí do hospital. E precisei de algum tempo para pensar.
— E em que esteve pensando?
Uma súbita apreensão parecia ter tomado conta de Poncho. Annie respirou fundo, lendo nas entrelinhas da questão que ele fizera.
— Pretendo receber bem o bebê em minha casa, e tenho certeza de que minha família fará o mesmo.
A satisfação fez as pupilas dele faiscarem.
— Pode não se importar com minha decisão, Poncho, por isso...
— Para ser franco, estou muito feliz.
Annie encarou-o, surpresa.
— Está?
— Estamos falando sobre meu filho. Ou filha.
— Então não tem o menor medo de que a criança não seja sua?
Annie imaginara que Poncho teria aquela dúvida, na véspera, e isso ainda a atormentava.
Os lábios dele se abriram num sorriso.
— Recordo-me daquela noite muito bem, incluindo cada pequeno detalhe físico. Sou o pai. Tenho absoluta certeza disso.
Annie corou diante da insinuação. O "pequeno detalhe físico" era que, na verdade, Alfonso Herrera fora o primeiro homem com quem dormira.
— Mesmo assim, não estivemos juntos nessas oito semanas...
— Mas sei que não saiu com ninguém desde então, Annie.
— Como pode saber?
— Andei me esforçando nesse sentido.
— Esteve me espionando?
— Apenas fiz algumas poucas perguntas, bem discretas.
Irritada, Annie levantou-se e começou a caminhar de um lado para o outro.
— É mesmo? — zombou, com desdém. — E o que foi que descobriu?
Annie começou a brincar com a ponta dos dedos dela.
— Que é solteira, vive com sua avó e seu irmão. Depois da morte de seus pais, quando tinha dezoito anos, você e sua avó foram nomeadas tutoras de Kevin, que, na ocasião, era um lindo bebê. Trabalhou durante toda a faculdade e o treinamento de enfermeira, e também em Dallas, antes de se transferir para Crossbow. Veio para o departamento de obstetrícia há onze meses, quando surgiu uma vaga.
Annie levou as mãos à cintura.
— Meu Deus! Parece que tem um dossiê mais completo do que o FBI, Poncho!
— Tem alguma coisa que você não me contou? Talvez seja uma mulher procurada em três Estados e eu não saiba...
— Não faça piadas, Poncho. Sabe o que quis dizer. De qualquer forma, não parece tão surpreso quanto achei que estaria.
— Iria preferir que eu perdesse a cabeça e estragasse as coisas?
O comentário a fez lembrar-se de um comentário que ele fizera a Angelique. Talvez aquela moça o conhecesse melhor do que Annie acreditava.
— Esteve falando com o dr. Ferguson, Poncho?
— E você?
— Claro que sim! Ele o indicou para cuidar de meu caso, e tive de explicar por que a sugestão era inviável.
Houve um silêncio durante o qual Poncho encarou-a como se considerasse o que ouvira.
— Para ser franco, não tenho falado com Emmett. Pelo menos não a seu respeito. Mas para responder ao que perguntou, notei que parecia cansada e menos vivaz, e tentei adivinhar qual seria o motivo.
— Desde quando?
— Algumas semanas.
— Foi por isso que começou, de uma hora para outra, a me convidar para sair?
— Mais ou menos.
— Se queria saber se eu estava grávida, por que não foi direto ao assunto?
Ora! Para que todos pudessem ouvir?
Annie sentiu-se um pouco culpada por tê-lo evitado tanto, mesmo assim, estava aliviada pelo comportamento discreto dele.
— De qualquer forma, tive mais tempo do que você para ajustar-me à realidade de ter um filho.
— Isso é ótimo, Poncho, porque as notícias me pegaram desprevenida. Achei que nós... tivéssemos sido cuidadosos.
— Acidentes acontecem. O único método a prova de falhas é a abstinência completa.
— Bem, agora que já sabe, não precisa se preocupar com nada. Pretendo me manter fiel a nosso acordo inicial. Não vou lhe fazer nenhum pedido.
Poncho deixou escapar um suspiro desanimado.
— Já que tudo foi conversado, doutor, tenho de voltar para o serviço agora.
Annie girou sobre os calcanhares e começou a dirigir-se para a saída, mas Poncho colocou-se em seu caminho, impedindo-a de prosseguir.
— Nada está concluído, Annie. Sente-se.
— Pare com isso! — Annie não conteve a irritação com a conduta dele. — Se eu ficar aqui mais tempo, vou acabar perdendo meu horário de almoço.
— Você não anda se alimentando direito. — Poncho examinava a silhueta esguia de Annie. — Aliás, tem estado bem enjoada.
— Mas...
— "Mas" coisa nenhuma. Vou falar com sua supervisora e explicar as circunstâncias.
— Não!
— Ela vai acabar descobrindo, de qualquer maneira. Sua condição ficará bem óbvia antes do que imagina.
Annie ponderou por um instante nas situações agravantes.
— Quero lhe pedir que não diga nada a ninguém, Poncho. Pelo menos por algumas semanas. Vamos nos encontrar hoje à noite para que eu lhe explique tudo. Marque o lugar.
— E devo me arriscar a deixá-la aparecer? Não, Annie. Você esteve fazendo seu jogo, fingindo que éramos estranhos, mas isso acabou.
— Esse foi o arranjo! Concordamos que seria apenas um encontro, e nada de compromisso.
Poncho cruzou os braços e estacou.
— Acontece que agora nós temos algo que nos compromete um com o outro. Portanto, tudo mudou, e agora é hora de rever nossas posições.
Annie estreitou os olhos, desconfiada.
— É?
— Sim, e é sobre isso que precisamos conversar, o quanto antes.
— Não agora. Estou em horário de trabalho.
— Então, peça demissão.
— Grande! Ao contrário de você, doutor, preciso de cada centavo de meu pagamento.
— Por falar nisso, temos de discutir sobre as necessidades da criança.
— Mas isso não precisa ser feito agora, não é? — Annie consultou o relógio de pulso e calculou quanto tempo lhe restava. — Posso lhe dar mais quinze minutos. O que não tiver sido resolvido até então terá de esperar até mais tarde.
—Combinado. Agora, sente-se, por favor.
Autor(a): narynha
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Annie sentou-se, e Poncho permaneceu em pé. — Pela maneira como vejo essa situação, só nos resta uma escolha lógica, Annie. — Qual? — Devemos nos casar. Providenciarei a licença e arrumarei tudo para o próximo sábado. Annie cruzou os braços. — Não aceito. Poncho a fitou, ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 135
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jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:41
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:37
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:33
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:28
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:23
AAAAA acabei de ler *-*
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hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:19
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hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:15
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
kikaherrera Postado em 19/03/2010 - 02:55:30
Linda essa web o final então melhor ainda
AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII -
rss Postado em 18/03/2010 - 13:29:06
eu tou lendo agora pena que já terminou.
besossssssssssssssss -
rss Postado em 18/03/2010 - 13:29:06
eu tou lendo agora pena que já terminou.
besossssssssssssssss