Fanfic: Uma proposta de amor [Adaptada] - terminada
O tempo parecia passar cada vez mais depressa, e Annie logo atingiu o sétimo mês de gestação. As coisas entre ela e Poncho não haviam mudado, mas Annie esperava que, após a realização do banquete, na noite seguinte, tudo voltasse ao normal. Enquanto isso, também usava o trabalho para fugir de suas preocupações.
— Qual é o quadro?
Annie encarou Bernie, um dos enfermeiros da emergência, com muita seriedade, enquanto ele ajudava Poncho e Dulce a empurrar a maca para fora do elevador, dirigindo-a para a sala de parto.
— Uma mulher com deficiência mental, aparentemente sem histórico de cuidados pré-natais. Ela apareceu na emergência sem entender por que estava com dores terríveis na barriga. Sua bolsa se rompeu, mas não conseguimos ouvir nenhuma pulsação.
— Meu Deus! — Annie exclamou.
— Boa sorte. Vocês vão precisar.
— Obrigada, Bernie. Alguém encontrou um membro da família?
Bernie meneou a cabeça.
— Chamamos a assistente social, Annie, e ela está tentando localizar o namorado. Espero que ele esteja em condições psicológicas melhores do que Ramona, embora tenha minhas dúvidas.
Depois de dizer isso, o homem saiu pela porta, para voltar à rotina estressante de seu setor.
Um grito vindo da cama, seguido pela voz de Poncho em tom confortador, despertou a atenção de Annie, fazendo-a correr em seu auxílio. Poncho, todavia, tinha outras idéias.
— Você não devia estar aqui, Annie. A criança já está morta.
Annie deu de ombros.
— Não há mais ninguém.
As feições sérias de Poncho revelavam seu aborrecimento. Mesmo assim, ele assentiu.
— Ramona, Annie é uma de nossas enfermeiras, e será sua amiga enquanto estiver aqui.
A moça lançou um olhar assustado a Annie, e então voltou a chorar baixinho.
— Vamos colocar um monitor — Poncho planejou.
Dulce lhe entregou os equipamentos, e, enquanto Annie encorajava Ramona, Poncho posicionou o eletrodo no alto da cabeça do bebê.
Todos os olhares focalizaram a tela do monitor.
— Devemos fazer uma cesariana, doutor?
— Não, Dulce. E tarde demais.
Uma tristeza imensa fez o peito de Annie se apertar. Tomou a mão livre de Ramona nas suas e apertou-a bastante. Embora fosse desnecessário, deveria ficar ali prestando apoio moral à moça. O restante da equipe se concentrava na rotina médica.
— Apenas relaxe, Ramona, e empurre quando sentir seu estômago se contrair — Annie instruiu.
Os olhos da moça pareciam sem vida, demonstrando que estava espantadíssima com as mudanças em seu corpo. De qualquer forma, obedeceu as instruções de Annie, pelo menos até que o nenê fosse mencionado mais uma vez.
— Um bebê? Como uma criança foi parar em mim? Não comi semente de melancia...
Annie conteve um suspiro, imaginando como poderia responder àquela pergunta sem nexo. Encarou Poncho, que também não sabia o que dizer.
Naquele instante, outra contração fez com que Ramona esquecesse a dúvida.
— Faça isso parar! — ela gritou, contorcendo-se. — Quero ir para casa!
As duas enfermeiras tiveram de fazer certo esforço para segurar a garota.
— Ramona, fique deitada. Não poderemos fazer nada a respeito da dor se você não cooperar.
Ramona ignorou Poncho. Sua angústia lhe dava uma força sobre-humana.
Poncho deixou escapar um suspiro e se dirigiu a ela com rapidez:
— Não importa quem seja, Annie, mas traga outra pessoa para ajudar, e vamos levar Ramona para a sala de parto.
Jacqueline colocou a cabeça na fresta da porta naquele mesmo instante.
— Está tudo sob controle? — perguntou, num tom muito doce.
— Que bom que está aqui! Preciso que ajude Annie agora.
Jacqueline pareceu surpresa, como se jamais tivesse podido imaginar a possibilidade de Poncho aceitar sua oferta. De qualquer forma, entrou na sala com relutância, ajudando a transferir Ramona para uma maca.
Mais uma vez, Annie quis saber se a sofisticada Jacqueline se sujeitava a trabalhar naqueles casos dramáticos apenas para poder se aproximar de algum médico rico.
Os trinta minutos seguintes foram tensos. Com o grupo já instalado na sala de parto, Dulce e Poncho concentravam-se na tarefa de remover a criança, enquanto Annie e uma ineficiente Jacqueline tentavam estimular a jovem Ramona a colaborar.
Logo que o pequeno corpo surgiu nas mãos de Poncho, Annie apressou-se a ajudá-lo, deixando Jacqueline para consolar Ramona.
— Não pudemos fazer nada. — Poncho entregou a natimorta.
O cordão umbilical havia se enrolado em torno do pescoço, e, pelo estado da pele, a criança devia ter morrido vários dias antes.
Annie perguntava-se se aquele parto poderia ter sido diferente se a mãe tivesse recebido cuidados pré-natais. Bloqueando a própria melancolia diante da necessidade de ser objetiva, envolveu a pequena no cobertor e limpou-lhe as faces antes de aproximar-se de Ramona.
— Gostaria de vê-la?
Ramona lançou à filha um olhar desinteressado, sem fazer nenhuma menção de aceitar segurá-la. Depois de um breve momento, virou a cabeça e fixou-se na parede vazia.
Aquilo era de cortar o coração. Que triste pensar que nem mesmo a própria mãe pranteava aquele bebê...
Lágrimas amargas queimavam os olhos de Annie quando virou-se para colocar a menina na estufa. Tudo aquilo a fez pensar em como seria com seu filho.
— Annie, você está bem?
— Sim, claro, Poncho.
Ramona repousava em silêncio na mesa, muito mais cooperativa, já que a dor havia diminuído.
Antes que Poncho tivesse terminado o pós-operatório, Dulce sussurrou para Annie:
— Irei para o berçário.
Annie sabia que a amiga se referia à desagradável ocupação de cuidar da natimorta. Mas, por mais difícil que fosse, queria fazer aquilo sozinha.
— Não, Dul, eu cuidarei do bebê.
— Pelo menos deixe que eu o leve até lá embaixo, Annie.
Sabendo que "lá embaixo" era o necrotério, Annie assentiu.
Quando Dulce e Jacqueline se puseram a levar Ramona para um quarto particular, Annie apanhou o nenê e lavou-o com carinho maternal.
Terminado o serviço, saiu para o corredor pronta para entregar a menina a Dulce. Foi então que viu Poncho ao lado Herrera . Não achei que pudesse suportar...
Autor(a): narynha
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Annie observava horrorizada a rival chorar no peito de seu marido, insinuando o corpo para a frente, de maneira óbvia. Poncho a fitava com uma expressão estranha, e murmurou algo que Annie não pôde ouvir. Dulce aproximou-se. — O que está acontecendo? A voz da amiga tirou Annie do transe. Aquela altura, ir ao necrotério ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 135
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jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:41
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:37
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:33
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:28
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:23
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:19
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:15
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
kikaherrera Postado em 19/03/2010 - 02:55:30
Linda essa web o final então melhor ainda
AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII -
rss Postado em 18/03/2010 - 13:29:06
eu tou lendo agora pena que já terminou.
besossssssssssssssss -
rss Postado em 18/03/2010 - 13:29:06
eu tou lendo agora pena que já terminou.
besossssssssssssssss