Fanfic: Uma proposta de amor [Adaptada] - terminada
Sem se dar conta, Annie apertou os braços da poltrona com força, até os nós de seus dedos ficarem esbranquiçados.
Parte dela queria sair correndo dali e dizer a Angelique que estava fazendo um julgamento equivocado. Contudo, o bom senso lhe pedia para ter cautela. Afinal, aquele não era assunto seu.
Além do mais, o dr. Patton era um tipo forte e discreto, e na certa não iria gostar de sua interferência, por mais bem-intencionada que fosse.
Annie esperou por vários minutos, atenta a qualquer sinal da presença de outra pessoa no salão. Não ouvindo nada, enfim levantou-se depois de calçar os sapatos e começou a caminhar em direção à porta. Poucos passos depois, estacou. Viu o dr. Herrera sentado numa cadeira de espaldar alto, com uma expressão circunspecta e até mesmo vulnerável.
— Ah, desculpe-me! — Hesitante, encarou o olhar surpreso do médico. — Eu... bem... não quis ouvir, mas estava lá no canto quando você e sua... companheira chegaram. Tentei não escutar o que diziam.
O ceticismo dele era aparente.
— Sinto muito, não foi minha culpa. E, se isso lhe serve de consolo, sei como está se sentindo.
Poncho fitou-a por um longo momento.
— É mesmo?
— Sim. Desmanchei meu namoro há algumas semanas.
— Nesse caso, diria que você deve entender melhor o que Angelique está sentindo do que o que eu estou sentindo.
As feições dela endureceram diante do sarcasmo daquele comentário.
— Na verdade, foi ele quem me deixou.
A descrença de Poncho era óbvia, e Annie sentiu-se obrigada a explicar. Acomodou-se ao lado dele e cruzou as pernas. Porém, de súbito percebeu que a fenda de seu traje proporcionava uma visão provocante, revelando grande parte de suas coxas, e decidiu colocar de novo os dois pés no chão.
— Nós ainda estaríamos juntos se meu namorado não tivesse me dado um ultimato. Eu deveria escolher entre ele e minha família.
— E vejo que sua família venceu.
— Não era um concurso. — Ofendida pelo comentário, Annie levantou-se. — Mas não se incomode. E uma longa história, e você não iria se interessar.
— Para ser franco, ainda estou tentando entender como você poderia saber o que me vai no íntimo.
— Meu irmão teve problemas disciplinares na escola desde o começo do último período letivo, no outono. — Voltou a sentar-se. — Nada muito sério, mas meu tio começou, de uma hora para outra, a interessar-se muito pela conduta de Kevin.
Annie fez uma pausa, e então ergueu a cabeça para encarar Poncho.
— Tio Bert vive em Dallas, e está tentando entrar para a política local com uma plataforma que diz: "Vamos cuidar dos criminosos juvenis". Titio acredita que, cuidando de Kevin, vai fortalecer a própria imagem diante do eleitorado. Crê que meu irmão precisa da mão firme de um homem, e por isso pretende requisitar a guarda de Kevin na Justiça.
Ela deixou escapar um suspiro profundo.
— Meu advogado acha que vovó e eu teríamos uma chance melhor de lidar com a situação se eu fosse casada. Estive saindo com Rodrigo por mais de um ano, por isso ele era a escolha lógica.
— Mas o rapaz não concordou com seus planos.
— Temo que não. Você pediu mesmo Angelique em casamento porque o dr. Moore lhe ofereceu sociedade?
— Sempre faz perguntas tão pessoais assim?
Annie endireitou-se.
— Apenas se for algo que preciso saber.
— Tem certeza de que não se trata de simples curiosidade? Talvez até... bisbilhotice.
— Não é nada disso. É importante. Apenas não posso explicar por quê. Pelo menos não ainda.
— Bem, ser casado não é uma condição indispensável para se tornar sócio. Conheci Angelique há mais de um ano, e me parecia o tempo certo para fazer a proposta.
— Entendo.
Contudo, Poncho não precisava de uma esposa tanto quanto ela de um marido.
Os olhos dele estreitaram-se.
— Aí está sua resposta. Agora é minha vez. Por que queria saber isso?
Annie deu de ombros, como se considerasse aquela conversa insignificante.
— Porque pensei que, se o comentário de Angelique fosse verdadeiro, poderíamos nos ajudar um ao outro.
— É mesmo?
Para dissimular sua exasperação, Annie continuou, no tom mais casual que pôde encontrar:
— Não consideraria a hipótese de casar-se comigo, não é?
Annie jamais esqueceria a expressão surpresa no semblante de Poncho, nem em cem anos. Os olhos esverdeados encheram-se de pânico, como se ele não soubesse como lidar com aquela oferta inusitada.
Sabendo que não poderia suportar a rejeição polida dele, Annie antecipou-se, erguendo-se.
— Olhe, doutor, você perguntou e eu respondi. Esqueça o que lhe disse. Foi algo impróprio, e peço perdão por colocá-lo nessa posição.
Desejando escapar, Annie deu-lhe as costas e dirigiu-se para a saída. Dois passos mais, no entanto, e a mão firme de Poncho em seu ombro a fez estacar.
— Não é porque não acredito que você poderia ser uma esposa maravilhosa. Não tenho dúvida de que seria. É que... — Poncho não terminou a sentença, observando a confusão dela, como se procurasse pela frase certa.
Annie não queria demonstrar o quanto estava ferida por dentro.
— Eu sei. — Esforçou-se para sorrir. — Ouvi os comentários de Angelique. Você quer alguém igual a ela, que é filha de um senador. Alguém com projeção, que possa ajudá-lo a chegar ao topo.
— Quando diz isso, faz com que me pareça uma pessoa sem escrúpulos nem coração.
— Estou apenas parafraseando Angelique. Mas se quer alguém que seja toda seda e cetim, lhe garanto: pode procurar em outro lugar.
— O que pretende fazer?
— Enfrentar o blefe de meu tio. Seja como for, não se preocupe, posso cuidar de tudo. — Desejando sumir dali antes de perder a compostura, Annie emendou: — Agora, se me permite, tenho de encontrar minhas amigas antes que elas achem que fui raptada. Além disso, prometi uma dança a alguém.
Annie virou-se, mas não antes de olhar de relance para Poncho. Ponderou se seria correto deixá-lo ali sozinho, e a compaixão a impulsionou a convidar:
— Quer se juntar a nós?
Poncho fez menção de recusar, porém assentiu:
— Claro. Por que não?
— Ótimo.
Autor(a): narynha
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Estendendo o braço e tocando-a nas costas nuas, o dr. Herrera conduziu-a adiante. Até aquele momento, Annie não percebera quão alto ele era. Devia ter quase vinte centímetros a mais que ela. O vestido justo agora parecia expô-la demais, revelando detalhes de sua figura muito feminina. Juntaram-se ao grupo e ficaram alguns minuto ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 135
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jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:41
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:37
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:33
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:28
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:23
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:19
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
jl Postado em 15/02/2011 - 10:17:15
AAAAA acabei de ler *-*
Meio tarde mais li
hihihi
Muito boa essa adaptação, parabens *-*
Adorei *o* -
kikaherrera Postado em 19/03/2010 - 02:55:30
Linda essa web o final então melhor ainda
AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII -
rss Postado em 18/03/2010 - 13:29:06
eu tou lendo agora pena que já terminou.
besossssssssssssssss -
rss Postado em 18/03/2010 - 13:29:06
eu tou lendo agora pena que já terminou.
besossssssssssssssss