Fanfic: Uma proposta de amor [Adaptada] - terminada

A distância, Poncho observou Annie deixar a festa. Embora estivesse sorrindo, parecia estranha, tensa.

A pergunta que ela lhe fizera na véspera ainda ecoava em sua mente: "Você quer manter fidelidade?". Ignorara sua vida pessoal por tanto tempo que não percebera como aquilo podia ter afetado seu casamento.

Quando a audiência riu de mais uma das piadas de Jacqueline, Poncho voltou a perceber a presença da moça a seu lado, pendurada em seu braço.

A comparação com Annie foi inevitável, e, no íntimo, ele sentiu-se feliz por ter se casado com a mulher certa. Precisou se controlar para chegar ao fim da apresentação sem em­purrar para bem longe aquela jovem inconveniente.

Mas, assim que a cerimônia terminou, Poncho deu-lhe as costas e quase pulou do palanque, caminhando até a mesa.

— Aonde Anahí foi? — perguntou à mãe de Jacqueline.

— Ela não disse. Acho que estava irritada. — A mulher lançou um olhar de desgosto para a filha.

Jacqueline insinuou-se mais uma vez, tocando Poncho.

— Poncho, ela deve estar descansando em algum lugar, e voltará logo. Vamos nos divertir.

Com toda a calma, Poncho se esquivou dela.

— Se você fizer isso mais uma vez, Jacqueline, não serei responsável pelos meus atos — avísou-a, frio, sem se importar com a presença dos pais dela.

Jacqueline encarou-o, espantada.

— Bem...

Poncho ignorou-a e afastou-se, para procurar por Annie Depois de uma busca infrutífera, viu Dulce, e correu em sua direção.

— Onde está minha mulher?

—  Como assim?

—  Vi vocês duas conversando. Aonde ela foi?

Dulce afastou-se um pouco.

— Annie queria ficar sozinha, para poder pensar melhor. Mas você é um tratante, fingindo estar preocupado com sua mulher depois de deixar aquela... imbecil se insinuar tanto, sabendo que Annie está tão insegura!

A culpa forçou-o a se calar.

— Annie nunca disse...

— Claro que não, seu tonto! Se você tivesse medo de não estar à altura da pessoa que ama não faria o mesmo?

Poncho passou os dedos entre os cabelos. A simples pos­sibilidade de ser abandonado por Annie o deixava aterro­rizado. Como pudera ser tão idiota?

— Para onde Annie foi?

— Não vou lhe dizer. — Dulce o fitou, impassível.

— Ellen sabe? Se eu chegar em casa sem Annie, Ellen ficará apavorada. Quer ter isso em sua consciência?

Dulce mordiscou o lábio inferior.

— Pelo menos há um telefone no lugar onde minha mu­lher está?

— Acho que sim.

— Pelo amor de Deus, Dulce, ela está no sétimo mês de gestação! E se acontecer algo?

Dulce hesitou.

— Eu perguntei a mesma coisa, mas Annie não quer vê-lo. Receia se machucar ainda mais.

— Não vou magoá-la, Dulce... Eu a amo! Por favor, onde Annie está?

Dulce arqueou as sobrancelhas.

— Se você feri-la, vou tornar sua vida um inferno!

— Nada do que possa fazer será pior para mim do que viver sem Annie.

— Tudo bem, eu desisto. Ela foi para sua antiga residência.

Poncho esboçou um leve sorriso e beijou Dulce no rosto.

— Muito obrigado! — E correu para o estacionamento logo em seguida.