Fanfic: Penumbra - Luz e Escuridão | Uckerroni

Londres, 1820.

A carruagem elegante seguiu pela rua enlemeada, enquanto adultos e crianças tentavam descobrir quem estava ali dentro. Quem seria?

As crianças começaram a seguir os cavalos, intrigadas. De repente, o cocheiro ordenou que os cavalos parassem em frente a uma humilde casa, de aspecto pobre. 

De dentro da carruagem desceu um homem de porte elegante, com um casaco pomposo. Tinha semblante frio, como se estivesse se sentindo superior àquelas pessoas.

As crianças, então, começaram a agitar as mãos, abrindo-as, pedindo dinheiro. O homem, puxando do bolso uma moeda de ouro, jogou-a na lama, enquanto as crianças brigavam, disputando quem ficaria com aquele presente.

O homem bateu na porta de madeira da casa pobre e um homem abriu a portinhola.

- Entre, meu senhor! - disse ele, ao ver o homem ali.

- Bom dia, Ryder. Meu quadro já está pronto? - indagou o homem, com uma certa soberba na voz.

- Sim, senhor Backyford. - respondeu Ryder. - Aqui está. - disse ele, puxando de um canto um quadro de uma mulher seminua.

- Quanto custa? - indagou o sr. Backyford.

- Cinco moedas de ouro. - respondeu Ryder.

- Não. Este custa mais.

Quem dissera aquilo? O sr. Backyford, junto com Ryder, começaram a procurar a dona daquela voz meiga. De trás de uma grande tela, surgiu uma menina de cabelos morenos, olhos negros usando um vestido surrado. 

- Maite, vá para o seu quarto! - ordenou seu pai, o sr. Ryder.

- Não, deixe-a. - interrompeu o sr. Backyford. - Qual é o seu preço, então, menina? - perguntou o sr. Backyford, com um olhar de astúcia.

- Dez moedas. - respondeu rapidamente Maite.

- Puxa, que quadro caro! - falou o sr. Backyford, dando uma falsa gargalhada.

- Sim. É a minha mãe que está nesse quadro.

De repente, ninguém disse nada. Ryder olhou para a filha, temeroso. O sr. Backyford olhou atentamente para Maite e disse, sem tirar os olhos dela:

- Jean, dê onze moedas a esta menininha. Gostei de você, Maite.- disse o sr. Backyfort. Maite não disse nada.

Maite recebeu a bolsinha de dinheiro e contou as moedas.

- Aqui tem onze moedas. - falou ela.

- Estou lhe dando uma de presente por ser tão inteligente. - respondeu o sr. Backyford.

Então, pegando o quadro, o sr. Backyford foi embora sem dizer mais nada, enquanto Maite sorria para o pai, feliz.