Fanfic: Nos Braços de Um anjo ♥ ( Vondy)

Eu fui criada para salvá-lo, eu existi para ele, a sua imagem no céu!

Eu me lembro que estávamos em multidão, eu e meus irmãos celestes, meu cabelo ondulado e de finos fios solto, voava com o vento suave e meus pés calçados por um tênis baixo, pisavam o chão terrestre.Minhas mãos que balançavam conforme eu andava, batiam na saia sob a fina calça grudada em meu copo celeste.

Nos caminhavamos entre eles, e algum dos meus irmãos ficavam para traz.

- Achei o meu - Mai me disse, e eu a olhei, a vi se afastar, eu sorri em despedida, o ser vivente dela era louro e tinha os cabelos compridos, esta sentado em um banco de um lugar onde eles chamavam de praça.

Eu ainda continuei andando por um bom tempo ao lado de Christian, até ele tambem achar o seu ser vivente.

- Adeus, Dulce! - ele me disse.

- Adeus!

Agora restavam poucos de nós e o sol estava se pondo, eu subi as escadas do lugar escuro, era apertado e solitário, eu estava sozinha ali, mas a minha volta tudo era luz, eu sentia que estava me aproximando dele, porque eu sentia seu calor, era bom sentir aquilo, eu sorri, entrei pelo corredor, havia pouca luz, mais conforme eu andava ia iluminando tudo.

Parei em frente a grande porta de madeira , fechei os olhos, o calor do vivente vinha dali, abri a porta devagar e entrei, o lugar estava bagunçado e havia algumas latas de cerveja no chão, eu parei junto a mesa descansando minhas mãos nela, e então eu olhei para o lado, foi quando eu o vi, vi pela primeira vez o meu ser vivente.

Ele estava jogado no sofá e derramava lágrimas, elas caiam dos seu olhos mesmo estando fechados, pingavam do seu rosto e iam até o tapete empueirado, e de repente eu soube de tudo o que lhe afligia. 

Caminhei até o seu lado no sofá e o olhei mais de perto, tinha uma aparência cansada, seu rosto estava coberto por barba, não a fazia um bom tempo, seus cabelos estavam compridos, diferente do ser vivente da Mai o cabelo comprido dele não o deixava muito bonito, mas mesmo assim aquilo não tirava totalmente a sua beleza.

Eu me sentei no tapete na altura do rosto dele e olhei para sua face, ele era tão branco quanto eu, e seus cabelos agora mais de perto tinham um tom castanho.

Levantei uma das minhas mãos e recolhi a gota de lágrima que caiu dos olhos dele, fiquei ali até todas as lágrimas cessarem.

Sua alma estava inquieta e seu coração ferido, sua mente perturbada não o deixava dormir. Christopher não queria mais viver.

Quando as lágrimas cessaram eu fechei as mãos onde tinha guardado todas e quando abri a mão novamente, elas já não estavam mais la, continuei olhando ele e seus olhos começaram a abrir devagar, provavelmente porque estranhava a diferença de luz no local, ele parecia me olhar, porem eu sabia que ele não podia me ver, provavelmente ele sentira paz e parara de chorar. Reparei quando ele se esforçou para levantar e se sentar no sofá, e eu rapidamente sentei ao seu lado descansando a cabeça dele no meu ombro e no sofá. Foi a primeira vez que eu o toquei, senti o calor dele nas minhas mãos, era como tocar o vapor quente das nuvens do céu.

Eu sabia tudo o que tinha que fazer agora, tinha que consolá-lo, o que não é uma tarefa tão fácil quando um ser vivente não pode te ver.

Seres viventes são assim, só acreditam no que vêem, tem pouca fé, pouca esperança, ainda mais no estado em que Christopher se encontrava, ele não demorou a dormir e no meio da madrugada eu o levei para a cama, ele foi resmungando, estava meio bêbado mais foi, eu guiei as pernas dele com as minhas e mesmo ele estando de olhos fechados os meus olhos viam por ele.

Fiquei vigiando o sono dele o resto da noite.