Fanfic: ♥ DE REPENTE PAI ♥ Vondy - TERMINADA

Sabia como o cérebro de Christopher funcionava: a velha ladainha de “o que é meu, eu protejo”. Fora exatamente isso o que ele fizera durante os três últimos anos: mantivera a esposa e a criança no luxo e no conforto esperados de um homem de sua posição social.

Portanto, quando Dulce adoecera com uma forte gripe, alguns meses antes, Anahi, a babá, aparecera para cuidar de Roberta, por determinação de Christopher. E agora a garota fora banida por não ter tomado a primeira providência esperada: comunicar o seqüestro a Christian, o motorista da casa.

Christian era também o guarda-costas de Dulce. Fora contratado para cuidar de um dos “bens” de Christopher Uckermann: sua esposa.

A porta da sala de refeições se abriu e a sra. Perroni entrou, com chá e algumas fatias de pão integral torrado. Sorriu para Christopher, nervosa, e contemplou Dulce com carinho.
- Coma um pouco de torrada - ordenou num tom severo, enquanto colocava a refeição diante da patroa. - Não quer que eu fique montando guarda para ver se vai comer, quer?

- Não se preocupe - Dulce murmurou com os olhos molhados, emocionada pela afeição da mulher. - Obrigada.

- Oh! - disse a governanta ao ver as lágrimas. No instante seguinte, Dulce foi envolvida por um caloroso abraço. - Vamos, chore - murmurou a sra. Perroni, para consola-la. - Está precisando chorar. Pensando bem, quem não está? A princesinha estará de volta quando menos imaginar. A senhora verá.

- Sim, claro. - À custa de muito esforço, Dulce empertigou o corpo. - Sinto muito. Foi apenas...
- Sei exatamente o que está sentindo - suspirou a sra. Perroni. - Não precisa me explicar nada, madame. Nada...

Deu um tapinha encorajador no braço de Dulce e saiu, deixando-a a sós com Christopher, que acompanhara a cena silenciosamente.

- Parece que todos gostam muito de você - ele comentou, por fim. - Christian já veio perguntar como está se sentindo e o sr. Perroni me parou no jardim pelo mesmo motivo.
- Está surpreso? - ela indagou secamente enquanto segurava o bule com mãos trêmulas. - Estranha que possam ter carinho por alguém como eu?

Ele levantou-se e parou, tenso, diante da janela.

- Não - respondeu.

Durante o silêncio que se seguiu, Dulce serviu-se do chá e pôs-se a toma-lo. Christopher não voltou à mesa. Depois de alguns minutos, perguntou:

- Ela é, como todos dizem... uma princesinha?

Dulce contemplou as costas largas do marido com raiva. Como podia fazer tal pergunta se, na noite anterior, virtualmente a impedira de falar sobre a criança?

- Vá para o inferno! - desabafou antes de sair da sala.

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