Fanfic: ♥ DE REPENTE PAI ♥ Vondy - TERMINADA

O marido era oito anos mais velho e a diferença era evidente. Era moreno, enquanto ela era clara; duro enquanto Dulce era suave. Mesmo com tantos contrastes, ou por causa deles, Christopher gostava de tê-la a seu lado. A maneira como a fitava deixava todas as mulheres morrendo de inveja.

Mas, com o tempo, a novidade perdera o encanto, especialmente quando Dulce começara a dar provas de que não tinha estrutura para lidar com o ritmo de trabalho, com as ausências de Christopher. O medo que ela sentia de Luis atingiu um ponto insuportável e a fez pedir que fosse morar num lugar só deles.

- Aqui é nosso lar! - declarara Christopher. - Não basta ofendê-lo com suas atitudes ariscas?
- Ele não gosta de mim! Não sou o que Luis desejou para você. Seu pai não poderia deixar isso mais claro.

- Ele a provoca porque você é tímida, só isso. Não sei por que desconfia de tudo o que faz!

Essa era a prova de como Christopher estava cego em relação ao pai. Luis não fora apenas maldoso; fora destrutivo.

- Muito bem - disse Christopher, trazendo-a ao presente. -Fale.

Dulce assustou-se. Perdida em suas lembranças, esquecera-se até de que ele estava no quarto.

- De quê? - perguntou.

- Da criança - ele disse. - Do que está sentindo agora. Fale o que quiser.

Dulce não pôde disfarçar a melancolia quando sorriu.

- Você não quer ouvir.

- Se isso a ajudar, ouvirei. - Ele respirou fundo. - Como ela é?

Dulce o fitou, intrigada. Por que fingia estar se importando?

- Você viu a foto. Ela se parece comigo - respondeu, desejando poder mencionar ao menos uma semelhança física com o pai. Impossível. - Tem meu rosto, meus cabelos, meus olhos... - Poderia dizer que Roberta tinha o sorriso do pai, a mesma obstinação, o mesmo encanto. Mas isso não bastaria. - Ela demorou para falar, mas andou muito cedo. E gosta quando as pessoas sorriem. Se alguém a olhar com expressão zangada, chora... - Dulce engoliu um nó na garganta ao imaginar como aquelas pessoas impiedosas estariam tratando sua filhinha. - Christopher... - Suspirou, aterrorizada. -Estou com medo.

Ele se voltou, os olhos tão sombrios quanto a expressão.

- Eu sei.

- Se ferirem minha filhinha... - Novamente se calou, debatendo-se com o medo. – Eles machucariam um bebê? Teriam a ousadia de fazer isso?

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