- Esta... esta casa. Por mais bonita que seja, não é... familiar, aconchegante. Aceito o fato de que, com seu pai doente, tenhamos que morar aqui, mas...

Ele acariciou ternamente a face rosada da esposa.

- Mas...?

- Mas pretendo ter meu próprio espaço. Quero uma cozinha só pra mim, onde possa preparar as comidas de que gosto. Quero uma sala de jantar, uma sala de estar, quartos que não pareçam um hotel e...

Ela se calou quando um dedo sob seu queixo a fez encarar os olhos castanhos e intensos.

- Concordo. Pode ter tudo isso. Faça o que quiser da ala de recreação e de hóspedes. Algo mais?

“Oh sim”, ela pensou, com um aperto no coração. “Quero que você me ame. Que me leve para a cama e que faça amor comigo até não ter mais forças para levantar”.

A imagem foi tão poderosa que Dulce precisou fechar os olhos, o rosto enrubescido.

- Jamais imaginei que a veria corar outra vez - ele provocou. - Em que está pensando, cara?

- Preciso... cuidar do chá de Roberta - ela murmurou, levantando-se abruptamente.

Christopher também se levantou, sem pressa e sorrindo. Parou atrás de Dulce e segurou-a pela cintura.

- Eu não estava pensando nisso, sabe? - sussurrou, insinuante. - Imaginei-me na cama, nu, e você sobre meu corpo, murmurando palavras que deixam este siciliano com o sangue fervendo! - Deslizou as mãos para os seios fartos e prosseguiu, falando-lhe ao ouvido: - Quero que volte a sorrir para mim como antes, como se vivesse para esses momentos.

- Oh, Chris! - Ela se virou para abraçá-lo. - Você... você...

- Por que está gaguejando? Você só gagueja quando está com medo.

Ela conseguiu sorrir.

- Ou quando quero... - sugeriu, provocante.

Christopher segurou-a pelo queixo e beijou-a com sofreguidão.

Acima deles, no último terraço, uma cabeça grisalha acompanhava a cena, os olhos frios. Quando eles se separaram, Luis afastou-se do terraço, seguro de que não fora visto.

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