Fanfic: O Destruidor de Corações | Tema: Vondy
— Eu quero uma vodca cranberry. Diet, por favor. — Olho para Pablo e noto que seu copo já está vazio. Eu sorrio por dentro, pensando em como eu conheço esse homem bem. Ele havia tomado a única dose de bebida que ele se permitia beber, uma vodca com tônica. Aquela dose habitual durava meia hora e então ele mudava para água.
— Só água para mim, obrigado — Pablo sorri para a garçonete e ela brilha com sua atenção. Pablo Lyle é um homem bonito. Você teria que ser cego para não enxergar a sua beleza. Alto, olhos azuis, cabelo loiro perfeitamente arrumado, e sempre vestido como se tivesse acabado de sair de um ensaio da revista GQ. Seus dentes são brancos, perfeitamente retos e deslumbrantes em seu sorriso perfeito. Ele vem de uma família respeitável e, com apenas vinte e sete anos, já é sócio da firma de advocacia de seu pai. Então por que, nesse momento, enquanto ele fala, eu vejo seus lábios se moverem, mas eu não consigo ouvir uma palavra do que ele está dizendo?
— Dulce, você está bem? — Pablo percebe a minha distância e sei que a preocupação em sua voz é genuína. Ele realmente é um ótimo cara, um bom partido, como dizem.
— Oh, eu sinto muito — finjo ter saído do transe. — Minha cabeça ainda deve estar no caso que eu estava trabalhando — minto.
A resposta parece satisfazê-lo. — Que tipo de caso?
Não demorou muito para que nós começássemos a conversar sobre trabalho; era sempre assim. Eu deveria ficar feliz porque tínhamos o trabalho em comum e ele entendia o que eu faço, mas nós praticamente só falamos sobre isso.
— É uma rescisão ilegal de contrato de trabalho — eu cito o primeiro caso que vem à minha mente. Felizmente, a garçonete volta, entrega nossas bebidas e pergunta o nosso pedido, dando-me mais tempo para pensar em algo interessante sobre o caso maçante que eu disse a Pablo que estava pensando.
A garçonete se afasta e um casal mais velho se aproxima de nossa mesa. — Você é Bill Daniel Lyle López , certo? O filho de Bill? — O cavalheiro estende a mão com um sorriso amigável.
— É Pablo, mas, sim, eu sou Pablo Daniel Lyle López. — Eu o ouvi corrigir dezenas depessoas no decorrer dos últimos anos. Eu sempre me perguntei por que ele se incomodava tanto ao ser chamado de Bill ou Billy, ao ponto de sentir a necessidade de corrigir as pessoas. Afinal, quando alguém usa um apelido está querendo ser amigável, não é? Pablo tem um jeito educado de corrigir as pessoas sem ser grosseiro. O engraçado é que eu me pergunto por que isso o incomoda, mas nunca perguntei.
Os dois homens conversam por um tempo e, em menos de dez minutos, Pablo dá um cartão ao homem, sugerindo que ele faça contato e o homem promete ligar para o escritório no dia seguinte. A maneira como ele faz isso não é desprezível como se fosse um trem de carga. Pablo é suave e profissional. Isso, provavelmente, é natural para ele, já que seu pai, avô e irmão também são advogados.
Nós terminamos nosso jantar sem mais interrupções e nossa conversa é fácil e natural.
Autor(a): maryuckermann
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