Zach estava dentro de uma mercedez branca, de longe o carro mais simples de Dulce. Ele não queria chamar a atenção. Estava tranquilo, sabia onde tinha que ir, e o que tinha que fazer. Era bom manipulador - no bom sentido da palavra.
Depois de ser enxotado de Miami, pensou que sua vida estava destruída. Não veria seus pais em muito tempo. Jamais teria o amor de Anahí. Ela era linda, simplesmente perfeita. Na verdade, ele nem sempre fora apaixonado por ela... mas o seu outro alvo era ainda mais impossível do que Annie. Mas não importava, elas nunca se importariam com ele.
No entanto, parecia que a França era exatamente o seu lugar. Thierry Pelletier foi como um pai, para ele, para Julian, para Louis, para Andrew e para as meninas. Era rígido, mas tinha um coração maravilhoso. Depois que Dulce estabeleceu seu império lá, ele se sentiu mais confiante, e após algum tempo, aqui estava, namorando Anahí Giovanna Portilla. Ele a amava.
Sabia que era uma loucura pisar em Miami novamente. Soube desde o começo. Mas tinha que fazer isso; uma aliança com a máfia chinesa traria lucros inimagináveis para Dulce, e depois de tudo que ela havia feito por ele, isso era mínimo. Ele tinha que se arriscar. Por ela.
Ele amava Dulce, de um jeito diferente. Quando ele a olhava, sentia que ela era sua protegida. Ele a amava como uma irmã mais nova, só ele sabia o ódio que sentia de Christopher por ele ter a feito sofrer tanto, e toda vez que ele se lembrava que foi ele quem estava ao seu lado quando os seus gritos de dor no parto de Drew eram nada menos do que angustiantes, quando na verdade Ucker deveria estar, seu ódio aumentava drasticamente.
Ele estava totalmente concentrando na estrada, e ele passou perto de uma entrada onde ele sabia que haviam dois atalhos. Ambos levavam ao mesmo lugar, mas um deles levava à uma parte mais à sul, à área de Ucker. Ele teve de se controlar muito para simplesmente não entrar ali, e ir direto para a mansão de Christopher lhe matar com as próprias mãos. Mas ele não faria isso. Por Drew. Por Dulce.
Então ele continuou seu caminho, sem entrar nos atalhos. Por pouco tempo. Logo mais a frente, uma blitz policial parava todos os carros que passavam por aquele trecho.
- POR·RA! - Ele xingou aborrecido e fez uma manobra que passou despercebida pelos policiais, para dar meia volta.
Seu sangue estava bombeando em seus ouvidos, ele estava muito, muito irritado. Olhou no relógio, não tinha muito tempo até a reunião com a máfia chinesa. Então ele entrou no atalho. Mas, pelo seu bom-senso, pegou o atalho mais à direita, o mais longe possível da área de influência Uckermann.
Mas houve um problema. Esse atalho também tinha uma blitz.
Maite sorriu afetada com a piada que Delilah, sua prima, lhe contou. Delilah, ou Lila, era uma loira exuberante. Tinha um corpo lindo, olhos castanhos escuros penetrantes, e uma pele bronzeada que deixava claro que vinha da américa central.
- Ah, Lila - Maite negou com a cabeça. - Você não muda!
- Claro que não, Teta - Ela sorriu afinada, mostrando sua bela carreira de dentes brancos.
- Que apelido terrível, francamente! - Maite gargalhou.
- Você gostava, quando éramos crianças. - A loira disse, sorrindo nostálgica.
- Verdade - Maite admitiu.
- E aquele moreno lindo? E o loiro gostoso? - Delilah indagou, fazendo Maite chorar de tanto rir.
- Poncho e Ucker? - Maite arriscou.
- São Alfonso e Christopher? - Delilah perguntou, Maite assentiu.
- Estão bem. Tão bem quanto sempre - acrescentou maliciosa - e solteiros.
Delilah sorriu e lambeu os lábios.
- Mas eles são cachorros. São como Jack - a morena advertiu.
- Você sabe como eu sou, teta - Lila sorriu - eu jamais ficaria com alguém comprometido, e eu também não quero nada demais. Diversão por uma noite, e só.
- Você é terrível e maravilhosa - Maite sorriu - Que tal assim? Vamos jantar hoje na casa do Ucker!
- Perfeito! - Delilah bateu palmas - Você é... uma maravilha de prima!
- Ah sua interesseira - Maite gargalhou e lhe tacou uma almofada.