Dulce olhou Maite como se ela fosse louca.
- Pirou? - Perguntou assustada - Já foi esse imbecil quem me comprou.
- Mas como ele tem direito sobre você ele pode e vai te vender. Hoje, nessa festa - Falou pausadamente.
O mundo de Dulce caiu. Quer dizer que ela poderia ser vendida para alguém pior do que Christopher? Riu desse pensamento. Não tinha ninguém pior do que Christopher.
- Não vai não - Assegurou à morena. - Acho que já podemos descer. - Disse colocando o short por cima da parte de baixo.
- Ficou linda, vamos? - Perguntou, Dulce assentiu.
Desceram as longas escadas da mansão e escutaram o alto som da música lá fora. É, a festa já tinha começado. Se entreolharam e Dulce sorriu amarelo. Apesar de ter sido segura quanto a ser vendida quando disse a Maite, estava morrendo por dentro. Era bom Christopher não fazer aquilo com ela. Saíram pela porta da cozinha e já chegaram na piscina. Maite sorriu para um garçom, que a entregou um copo de vodka.
- Olha ele ali - Apontou Ucker sentado com várias vadias semi nuas em volta. - Você tem que ir pra lá.
- Eu não vou me misturar com essas vadias.
- Cara, ele tá olhando diretamente pra cá. Ele te quer lá com ele - Olhou para Dulce.
Sem saída, a ruiva andou para lá, tentando ao máximo ignorar uns comentários lançados pelos homens do local. Chegou perto e sorriu triunfante quando as vadias lhe lançaram um olhar de puro ódio e nojo. Ela chegou na frente de Ucker e pôs as mãos na cintura. Percebeu o olhar de raiva dele mas não entendeu, o que esse cara tinha agora? Ucker se levantou e pegou Dulce pelo braço com raiva e a puxou para uma parede próxima.
- O que pensa que está fazendo?
- Hã? - Dulce o olhou confusa.
- Que merda de biquíni é esse, p·orr·a? Vai trocar essa droga agora! - Sussurrou com raiva.
- Porquê? Suas vadi·as estão praticamente nuas! - Apontou as siliconadas na beira da piscina e outras se pegando com vários homens .- Me admira você não ter uma doença - Sorriu venenosa.
- Mas você não é elas! Você é você e vai agora trocar a porcaria desse pedaço de pano que você tá usando - A soltou com raiva fazendo Dulce bater contra a parede.
- Não! Eu não vou fazer nada disso - Gritou, mas por conta da alta música ninguém escutou.
- Como é? - Disse sem acreditar - Vadia, vá agora trocar esse ca·ral·ho de biquíni. - Mandou sem paciência.
- Você não manda em mim - Disse.
- Claro que eu mando.
- Não, em breve você não mandará mais - Disse com um nó na garganta.
- O quê?
- Eu já sei que você quer me vender hoje, sua coisa nojenta - Disse com desprezo.
- E daí? Vou vender sim e quer saber? Vai ser agora po·rr·a! - Gritou e a puxou para a área a da piscina. - PESSOAL! - Chamou a atenção de todos, que o olharam. - Aqui está a nossa primeira negociação do dia - Olhou Dulce malicioso.
- Não, por favor não! - Sussurrou com medo.
- Que foi, cadela? Tá implorando pra ser minha vadia? - A olhou com um ar de vitória.
- Não, por favor só me deixa em paz .. eu quero ir embora seu babaca - Disse irritada, mas as lágrimas já caiam.
- Mas não ... não vou deixar de ganhar uma grana por esse teu corpinho por pena vadia - Falou debochado.
Dulce olhou para os homens que a olhavam com desejo. Ela sentiu o medo percorrer a sua pele, da unha do pé até o ultimo fio de cabelo. Christopher a levou até um pequeno palco que havia ali perto. Vários homens de bermudão se aproximaram do palco e assobiaram, fazendo Dulce sentir nojo.
- Então, qual o primeiro lance? - Ucker perguntou triunfante.
- Três milhões de doláres - Um gorducho e com barba branca disse.
- Mais alguém? - Olhou Dulce e sorriu com o olhar de puro ódio que esta lhe lançava.
- Sete milhões de doláres - Gritou um loiro branquinho com músculos fortes.
***
Depois de mais de doze lances, o valor já estava em trinta e cinco milhões, e este ultimo lance foi dado por um homem gordo, negro e com olhos cor de chocolate profundo. Ucker encarou o homem e depois encarou Dulce que o fitou com medo e com vontade de se jogar em cima do loiro e implorar para que ele não a vendesse.
- Vendida - Ucker exclamou com certa maliciosidade na voz.
Foram ouvidos aplausos. Em seguida, um aperto de mãos entre o homem moreno e Ucker. Os dois a olharam e o homem negro a puxou pelo braço a fazendo dar um solavanco.
- Pode usar a quarta porta a esquerda do segundo andar - Disse ao homem e olhou Dulcr. Acariciou o maxilar da ruiva que estava em lágrimas - Faça bom proveito, Josh.
Dulce o olhou magoada. Quer dizer, mais do que já estava daquele cretino. Sussurrou um " Eu te odeio " antes de ser arrastada por Josh até dentro da mansão.
Ela morria de medo. Isso não podia estar acontecendo, não podia mesmo. Pensou em qualquer coisa que a fizesse sair dali o mais rápido possivel. Não deixaria acontecer com aquele cara o que aconteceu com Ucker, de forma alguma de jeito nenhum, NÃO. Ao entrar pela porta principal e ser puxada pelo braço, uma idéia louca lhe ocorreu. Puxou o moreno e lhe tacou um beijo que o fez soltar o seu braço. Sentia um nojo e um pouco de ódio de si mesma por isso, mas tomou coragem e chutou com todas as suas forças bem no meio das pernas do negro.
- AIIIIIIII SUA VADIA ! - o homem gritou, já caído no chão. Dulce saiu dali correndo e pulou a janela e correu pelo vasto jardim tropeçando em tudo.
Chegou no portão e percebeu que os seguranças estavam ocupados demais conversando, então, em um rápido movimento, e nas pontas dos pés passou sem ser percebida pelo portão de aço e cobre. Olhou para trás por um instante.
Sorriu, cuspiu no chão e saiu correndo, assim, de shorts, biquíni e chinelos no meio da rua. Estava livre. Estava livre, finalmente! Porém ... o que faria agora que estava livre?
Ucker estava atrás da porta do quarto, esperando Dulce e Josh entrarem por ali. Estava com uma arma pronta para acordar com aquele babaca. Foda-se se ele a rinha comprando, não deixaria que ele a estuprasse. Escutou uns gritos vindos do andar de baixo e para lá correu, encontrando Josh gemendo de dor no chão e com a mão no saco.
- ONDE ELA ESTÁ? - Berrou segurando Josh pela gola da camisa.
- AQUELA ARR·OMB·AD·A? CHUTOU MEU SACO E PULOU A P·OR·RA DA JANELA - Gritou com dor e Ucker o olhou com ódio.
Foram dois tiros certeiros na cabeça do traficante. Ucker correu porta afora e pelo jardim até o grande e imponente portão principal. Os seguranças o olharam assustados o vendo correr pela rua. Nada de Dulce.
- VADIA ! - Gritou e chutou o ar. Deu meia volta e parou no portão. - ONDE ESTAVAM QUE NÃO VIRAM AQUELA VADIA PASSAR POR AQUI? COMENDO UM O C·Ú DO OUTRO? - Berrou com extremo ódio.
Voltou para a mansão e foi direto para o escritório, pisando o chão com muita raiva. Subiu as escadas pulando os degraus de dois em dois, abriu a porta do escritório e depois a fechou com força. Sentou em sua cadeira de " O Poderoso Chefão " e revirou o computador em busca das imagens da segurança. Quando finalmente a achou, esmurrou a mesa espalhando várias coisas pelo chão, ao ver que a vadia tinha fugido.