No dia seguinte, Dulce encontrou com Ucker nas escadas. A ruiva usava uma saia jeans e uma camiseta azul, que lhe daria um ar doce se ela não fosse muito apertada e fizesse os seios de Dulce saltarem.
- Bom dia - Ela desejou a Ucker - Onde está o meu bebê?
- Bem aqui - ele apontou para si mesmo, babando nos pei·tos de Dulce.
- Sem-graça - ela deu lingua - Quero dizer o meu bebê de verdade.
- Está brincando com Maite e Camille na sala - Disse entediado.
- Vamos ver Angel? - Dulce perguntou maliciosa.
- Claro.
Dulce se virou e Ucker quase infartou. A saia de Dulce estava muito curta e como ele estava abaixo dela na escada, podia ver parte de seu bumbum durinho e sua calcinha fio dental preta, que estava socadinha entre as nádegas dela. Automaticamente, o p·au de Ucker endureceu e ele teve uma fantasia: de empurrar Dulce contra a parede e lhe foder gostoso por trás, enquanto ela gemia como uma cadela...
E sem saber como, ele estava na frente da porta do quarto onde Angel estava. Dulce estava inquieta ao seu lado, mal sabendo que tudo o que Ucker queria agora era fode-la até desmaiarem.
- Que cara esquisita é essa? - ela perguntou risonha - Está lesado, Ucker?
Ele rapidamente voltou a si e negou freneticamente com a cabeça ao mesmo tempo em que abria a porta. Dulce teve vontade de rir ao ver Angel. Ela parecia uma morta-viva. Estava sem maquiagem e com olheiras terríveis, perceptíveis a muitos metros de distância. Parecia que ela não havia dormido à noite, o que na verdade era muito provável. Ao seu lado, uma jarra de água estava pela metade e uma travessa com pães estava intocada. A ruiva viu o corpo da morena se enrijecer quando eles entraram.
- Chris... Chris por favor, eu não... - ela choramingou.
- Você fique calada! - ele ordenou, frio - Como você pôde fazer isso a Dulce, Angel? Eu sabia que você era louca, sei desde aquele dia que peguei você tentando matar aquela menina, Mila, mas não posso acreditar no que você fez para me separar de Dulce.
- Eu fiz porque te amo, Chris! - ela gritou desesperada - Sempre te amei, você é tudo para mim!
- Eu sou o seu capricho, sua vadia! Pois então porque não insistiu em ficar comigo quando te dispensei pouco tempo depois da Dulce ir embora? - fingiu pensar - ah é, você recebeu essa proposta de trabalhar na Índia e rapidinho esqueceu esse seu amor.
Angel chorava loucamente, Christopher era um gangster, matava pessoas. O que faria com ela?
- Além de todo o mal que fez à Dulce - ele continuou - Você fez o meu filho nascer sem pai. Eu não vi ele nascer, não vi seus primeiros passos nem suas primeiras palavras. Tem idéia do ódio que eu tenho de você por isso? - Disse a olhando friamente.
- Chris, meu amor.. - ela começou.
Dulce não se aguentou. Andou até ela e lhe deu um forte tapa na cara, que fez a morena girar a cabeça.
- Você é uma infeliz! - Dulce gritou, sentindo seu sangue ferver.
- Não bata em mim sua vag... - ia insultar Dulce, mas foi interrompida por uma cintada que Christopher deu em suas costas - AI POR·RA!
Dulce olhou para o ex; Ele parecia louco, possuído.
- Não a xingue, sua pu·ta! - Ucker ordenou, a agarrando pelos cabelos e a colocando de joelhos no chão.
Angel estava chorando, sentindo a humilhação lhe corroer. Ela estava de joelhos, na frente de Dulce, como sua serva. Estava se sentindo um completo lixo, pior do que a vadia em pé na sua frente.
- Dul? Quer começar aqui? - Ele perguntou, passando a fivela do cinto no cabelo de Angel.
A ruiva assentiu e acertou um chute no braço da morena, que a fez cair no chão.
- Hey, cuidado! Não quebre nenhum osso dela. - Ele advertiu.
- Não vou fazer isso, pode deixar - ela riu debochada e acertou um outro chute, na coxa da morena.
Ucker assistia a tudo aquilo sério, de braços cruzados.
- Estou satisfeita - Dulce disse por fim, vendo, feliz, a morena se contorcer e gemer no chão.
- Fez um belo trabalho - Sorriu psicopata - Vai ficar para ver o resto?
- Com muito prazer.
Ucker pegou Christina por um braço e a fez ficar de pé.
- Seriam 30 cintadas, uma para cada mês que eu fiquei sem Dulce. - Ele disse, tentando ser fofo - Mas meu pai achou que a matariam, então tive que reduzir. É o seguinte, sua vadia - disse à Angel - Se você cair no chão antes da décima cintada, esqueço tudo o que o meu pai disse sobre marcas permanentes e mutilações, me ouviu?
Até Dulce se arrepiou com o tom de voz grosso de Christopher. Angel assentiu choramingando.
- Tira a camisa e a calça. - Ordenou, sério.
Dulce quase brigou com ele, com um ciúmes repentino, mas se lembrou que não eram mais nada e que ele estava prestes a dar uma boa surra naquela vadia que proporcionou tanto sofrimento aos dois. Estava tão perdida relembrando todo o mal que a morena causou que apenas quando ouviu um alto grito notou que Ucker já havia começado a sessão de cintadas, e pelas marcas, já estava na terceira ou quarta. Os braços, costas e pernas de Angel estavam marcadíssimos, impossível não ver.
Os primeiros já haviam passado de vermelho para roxo, e dava pra ver que Ucker evitava bater duas vezes no mesmo lugar, para não ficar em carne viva e posteriormente, se transformar em uma cicatriz. Vieram as sexta, sétima, oitava cintadas, e Angel já não tinha forças para chorar e gritar, apenas soluçava como louca.
- Terminei com você - Ucker disse por fim, satisfeito.
Angel caiu, dura, no chão. Dulce se assustou, mas ao se aproximar viu que ela estava chorando. As costas dela estavam roxas como seus braços e suas coxas, e os seus olhos, que antes estavam claros, estavam escuros e cheios de dor.
- Vou mandar virem te ajudar - Ucker disse, ainda seco - Em dois dias você volta para a Índia.
Ele ofereceu a mão à Dulce. Ela pensou em rejeitar, mas estava tão satisfeita que agarrou a mão do ex e juntos sairam do quarto, silencioso exceto pelos gemidos baixos de dor de Angel.
- Não pense que... - Ucker dizia enquanto caminhavam pelo corredor, já sem as mãos juntas - Que gosto de bater em Christina. Sabe, ela é sangue do meu sangue.
- Também me sentiria horrível se tivesse que fazer mal a Alex... - ela começou - Tentei contatá-lo durante esses dois anos, mas nunca o encontrei.
Ucker deu de ombros.
- Ele sumiu depois de uma missão em South Dakota. Nunca mais o vimos nem achamos o corpo, sinto muito.
Dulce suspirou.
- Já esperava por isso. - Admitiu - Dói, mas ele quem procurou se viciar e tal.
- É. - ele se limitou a responder isso quando chegaram na frente de uma porta de mogno.
- Você sabe que ela merece. - Ela sussurrou - Não vai ser nada bom passar a mão na cabeça dela.
- É dificil.
- Eu sei. - ela disse paciente - Mas isso vai deixá-la menos mimada, e tudo o que Christina precisa é ser menos mimada. - sorriu.
Ucker riu pelo nariz, respirou fundo e abriu a porta. Dulce nem reconheceu Christina. Ela estava deitada em um sofá perto de uma minúscula janela, se tremendo. O cabelo estava bagunçado e já não existia maquiagem. Diferente de Angel, dos dez pães só haviam dois, e a jarra de água estava quase no fim. Quando viu Dulce e Ucker entrarem, ela ficou de joelhos no chão e começou a chorar.
- Me desculpem! - ela chorou, desesperada - Me desculpe, Dulce, por favor!
Dul arregalou os olhos de espanto. Não esperava isso. Mesmo.
- Você ama o Ucker, eu entendi isso. - ela dizia aos berros - A minha mãe está errada, você não quer o dinheiro dele. Você o ama! Eu posso ver isso! Me desculpa, me perdoa por favor!
Dulce olhou para Ucker e viu que ele estava tão chocado quanto ela.
- Ela te ama Ucker - Christina disse, agora para Ucker - Te ama muito!
O loiro se virou para a ex e sorriu de lado.
- Eu sei que mereço isso, mas por favor, não me castigue fisicamente antes de me perdoarem. Me desculpem por todo o mal que causei, vocês merecem ser felizes.
Dulce engoliu em seco.
- Você me fez tanto mal, Christina... - ela começou.
- Eu sei Dulce, eu sei! Me desculpa por tudo.
Dulce olhou para ela se humilhando ali e depois olhou para Ucker. Ela podia ver, bem no fundo dos seus olhos, um certo alivio em ver que a irmã havia realmente se arrependido. Mas Dulce não conseguia perdoar Christina de verdade. Não de verdade, não naquele momento.
- Não posso.
Ucker olhou para Dulce e depois para Christina.
- Certo. - suspirou - Dulce, quer sair?
A ruiva permaneceu no lugar, em choque.
- Pode sair por favor? - ele repetiu, com dor.
Dulce assentiu e saiu do quarto, mas ficou encostada na porta. Ouviu quando o cinto bateu em alguma parte do corpo de Christina e ela soltou um berro. Dessa vez ela contou as cintadas, foram cinco no total. Se afastou um pouco da porta e em segundos ela foi aberta, por onde Christopher passou, parecendo cheio de pena pela irmã. A ruiva olhou para dentro do quarto onde Christina havia se levantado e estava na cama, gemendo e chorando, com apenas os braços marcados e multicoloridos.
- Não bateu muito - Dulce comentou, sem maldade.
- Ela se arrependeu de verdade - ele disse colocando o cinto na bermuda. - Tenho que sair.
- Vai onde? - ela perguntou antes que conseguisse se conter.
- Carga de maconha. - Lhe deu um rápido selinho - Te vejo mais tarde.
Dulce sorriu sozinha, toda boba. Christopher era um louco.