Fanfic: Confident. 🔫🚫 | Tema: Vondy

Pela mansão de Christopher ser muito afastada da civilização, Dulce andou por, no mínimo, duas horas antes de conseguir ver qualquer coisa que não fosse mato. Olhou o asfalto da estrada que parecia interminável, deixou algumas poucas lágrimas caírem e começou a andar rápido, a essa hora aqueles brutamontes com certeza já a estavam procurando e ela tinha que sumir de algum jeito.

Que jeito? Não dava pra negar que além de estar sozinha no mundo ela não tinha nada, não viu mais Alex, porém do jeito que o irmão era, era capaz de ele mesmo entregar a ruiva para o chefe. Não tinha a mínima esperança que algum táxi passasse por ali, mas tinha que dar um jeito de fugir. Se voltasse a ficar sob o poder de Ucker, iria apanhar ou até mesmo morrer. Após andar por um tempo viu um pequeno ponto preto vindo em sua direção. Forçou os olhos e viu que era um homem em uma moto. Sorriu. Pegou uma pedra e escondeu no bolso.

Quando o homem já se aproximava, ela fez um sinal de socorro. O homem, vendo aquela ruivinha deliciosa ali apenas de shorts e biquini, sorriu malicioso e foi freiando na beira da estrada.

- Ora, ora - Ele disse - O que uma princesa está fazendo aqui sozinha?

- Eu fui sequestrada - Derramou algumas lágrimas falsas - Eu preciso muito da sua ajuda moço, me leva pra casa - Com uma cara de anjo.

O homem olhou Dulce de cima a baixo.e mordeu os lábios. Dulce já imaginava o tipo dele, ele não a levaria para casa de jeito nenhum. Num momento de distração por parte dele, Dulce tirou a pedra do bolso e acertou bem na cabeça do homem, que murmurou alguma coisa e caiu duro no chão, a moto fez o mesmo.

- Oh Deus - Ela murmurou. Tinha mesmo matado alguém. Oh deus. Estava arrependida mas não muito.

Afinal, sabe-se lá o que aquele louco faria a ela. Ela guardou a pedra no bolso e levantou a moto. Sentou-se na mesma.

- Eu sinto muito - Murmurou e acelerou. Estava livre. LIVRE.

Para Christopher a porra da festa tinha acabado a muito tempo. Estava sentado no escritório, com ordens pernamentes de NÃO ME PERTUBE. Olhou pela janela a imensidão verde de mato em volta de sua mansão e pensou no motivo dela ter escapado. Não via motivos para isso. Ok, talvez ele tenha a tirado de casa, tirado sua virgindade a força, ter feito ela e a sua mãe de prostitutas, mandar Alex em missões suicidas e tal, mas, porra, ele nunca pensou em fazer mal a ela. Talvez quando ela lhe acertou um tiro, mas PO·RR·A, ELA LHE ACERTOU UM TIRO NO BRAÇO.

Nada nem ninguém faria seu humor mudar agora. Era capaz de matar os próprios amigos se os viados ousassem entrar por aquela porta. Suspirou e passou a mão pelos cabelos. Saiu de sua cadeira e se sentou no sofá, escondendo o rosto em suas mãos. Lembrou da noite em que teve Dulce para si. Cara, aquela mulher era um avião, tinha uns pei·to·s, um bum·bum e uma b·uc·eti·nha linda, além de um rostinho de fazer qualquer um pirar. Poderia ter sido gentil e ter aproveitado muito aquela noite sem tomar um tiro e levar um chute bem no saco? Sim. Mas isso era muito do foda, porque ele não era assim e não seria agora que mudaria. Ligou o som do escritório e pegou uma garrafa de vodka que tinha por ali. Tomou um gole puro. Não iria se embebedar nem nada, mas beber um pouco não faz mal a ninguém.

- Yes , say you want to be mine again , say how much you want me - Cantava e bebia tentando acompanhar o cantor não identificado por ele no momento.

Era inacreditável. Era deplorável. Christopher Uckermann bebendo por causa de uma vadia. Ele sorriu irônico e deu tchau para alguma coisa parada na janela. Se tivesse alguém com ele o chamaria de maluco, mas ele sabia que não. Sabia que, estava acenando seu ultimo resquicio de dignidade. Estava voando pela janela naquele momento.

Dulce chegou afobada na sua rua. Pela primeira vez desde ontem estava em um lugar bom, normal e completamente familiar. Sorriu e abriu a porta, estava aberta. Entrou e suspirou, oh Deus aleluia. Sorriu abertamente e tratou de fazer o que tinha que fazer ali, correu escadas acima e se certificou que estava sozinha. Ok. Arrumou algumas de suas roupas em uma mochila, só o básico, algumas roupas íntimas, shorts, camisetas, um casaco jeans, um moletom, uma calça jeans, algumas meias, uma sapatilha preta e um gorro, por estar de roupa de praia, tomou um banho rápido, colocou um short jeans e uma regata amarela. Pegou seu celular enquanto tentava revirar seu quarto em busca de algum dinheiro que fosse.

- Alô? Annie?

- Dul? Dul você está bem? Pelo amor de deus me diz que você tá bem!

- Eu estou bem amiga. Eu preciso muito falar com você.

- Eu estou indo pra aí, Dul. Meu deus que bom que você ligou, que bom que está bem!

- Annie NÃO! Não vem aqui pra casa. Eu vou embora, vou embora Annie. Pra sempre. Eu ... quero saber se você quer vir comigo.

Dulce só ouviu silêncio do outro lado.

- Amiga ? - Novamente silêncio - Annie você está aí?

- Sim Dul.

- Sim o quê?

- Sim eu vou com você. Eu vou fugir com você. Vem aqui pra casa e a gente saí no Osvaldo.

- Annie a gente não pode ir no Osvaldo, ele chama a atenção demais. Se o viadinho lá me procurar vai ser mega fácil me achar. Olha, eu ... eu estou com uma moto. Uma moto preta. Existem milhares de motos pretas por aí, mas quantos fusquinhas cor de rosa?

- Ok. Eu já vou arrumar as minhas malas.

- Eu chego aí em vinte minutos.

Dulce se despediu e suspirou chorosa. Fechou a mochila, colocou os óculos de sol no rosto, pôs a mochila nos ombros e calçou os chinelos. Andou até o quarto de Alex e revirou ele todo. Por fim, colocou no cós do short uma arma que tinha achado e seu celular. Revirando tudo por ali ela acabou encontrando um pedaço de papel com algumas sílabas. Uma senha de conta bancária? Sorriu. Beijou o papel, guardou no bolso e recolheu algumas notas de cem que tinha numa gaveta, devia ter uns dois mil reais. Saiu dali, colocou a mochila na pequena mala da moto, localizada abaixo da moto, e acelerou.