Dulce desceu as escadas correndo, sem se importar com nada. Passou pela porta da garagem e já havia pego a chave de uma ferrari quando foi agarrada pelo braço.
- Dulce... - Ucker disse calmo - Me escute!
- Eu não quero ouvir nada que venha de você. - ela cuspiu, se debatendo.
- Mas vai, por·ra! - Ele gritou e a imprensou na parede.
- Me solta seu idiota, ou vou chutar o seu p·au!
- Dulce por·ra, dá pra deixar de ser infantil e me escutar? Nem você, muito menos o Drew vão sair dessa casa sozinhos. Passou pela sua cabeça que por causa da sua irresponsabilidade ele podia ter perdido a mãe?
- Pode até ser verdade mas sei que seus motivos são outros! Você quer me prender!
- Isso não é verdade. - Ucker disse, sério. - Vou chamar dois guardas pra te acompanharem.
- Eu não sou um bebê, sei me cuidar.
- Dulce.... - ele bufou - Quantas vezes terei que falar? É para a sua segurança.
Dulce o olhou aborrecida, cruzou os braços e se encostou na parede.
- Ou - ele sugeriu com um sorriso malicioso - Você pode ficar em casa, nós vamos para o meu escritório e eu te fodo o dia inteiro, que tal?
Dulce o olhou e teve vontade de rir com a cara de p·au do ex, mas se esforçou para rolar os olhos e ficar séria.
- Me respeita, cara·lho. - ela deu um tapa em seu braço.
- Ei, vocês - Ucker assobiou para dois guardas - Levem a madame para... onde que você vai mesmo?
- No galpão, tenho uma reunião lá. - ela resmungou.
- Acompanhem-na. - ele disse e fez um gesto dispensando os três.
Dulce o olhou com raiva
- Você não tem noção do quanto eu te odeio. - Ela murmurou.
- Também amo você. - ele lhe deu um rápido selinho e saiu da garagem deixando Dulce chocada.
À tarde, Ucker ainda estava trabalhando em seu escritório quando bateram na porta.
- Quem é? - perguntou examinando alguns papéis.
- Sou eu, Ucker! - Maite exclamou.
- Entra Mai. - ele disse sem tirar os olhos do documento.
A morena abriu a porta e caminhou até se sentar em uma cadeira frente ao amigo.
- Você devia chamar a Lila pra jantar - foi direta, sem rodeios.
Ucker suspirou, ainda olhando os papéis.
- Eu já fiz isso Mai, lembra?
- Isso já faz muito tempo Christopher, antes da Dulce vir morar aqui.
- Você não acha que já está na hora de se desculpar com a Dul por todas as suas grosserias?
- Não, não acho - disse firme - o que ela me fez foi cruel Ucker, eu achava que era uma das melhores amigas dela!
- Até Camille já a perdoou Maite, o que te custa?
- Estamos aqui para falar de Lila, deixa a Dulce pra lá - Maite bufou - Olha, conversa com ela, chama pra sair! Ela está muito anciosa pra isso acontecer novamente.
- Eu acho que não, Mai - ele disse, finalmente pousando os papéis em cima da mesa - Olha, eu tô tentando voltar com a Dul, o que ela vai pensar quando me vir saindo com outra?
- Quando foi que ela te deu esperanças, Ucker? - Maite perguntou - Ela só te esnoba, ao contrário da Lila que arrasta um bonde por ti.
Ucker passou a mão no rosto.
- Vou ver.
Mai deu um gritinho e bateu palmas.
- Obrigada - ela piscou e saiu do escritório.
Ucker mal havia recomeçado a ler os documentos quando um choro alto e fino foi ouvido. Ele rolou os olhos e esperou um minuto, tempo exato para baterem em sua porta.
- Pode entrar.
Parecia karma, todas as vezes em que ele precisava trabalhar, alguém vinha atrapalhar. Desta vez era uma empregada, segurando um Drew vermelho e chorão nos braços.
- O que esse chorão tem? - perguntou pousando os papéis de novo na mesa.
- Não sei, senhor. - respondeu a mulher de cabeça baixa.
- Ei cara - Ucker perguntou o pegando no colo - o que você tem?
O menino fungou e choramingou.
- Dodói.
Ucker arregalou os olhos e se pôs a examinar cada parte do corpinho em busca de hematomas. Como não encontrou nada, o encarou confuso.
- Onde dói? - em seguida levantou o olhar e viu que a empregada ainda estava lá - saia.
Ela se arrepiou e saiu rapidinho.
- Ati papai - Drew apontou a barriga.
- Sua barriga tá doendo? - perguntou observando o abdômem gordinho e branquinho do menino.
Ele assentiu e choramingou.
- Vem, o papai vai cuidar de você. - Ele disse se levantando e pegando a chave do escritório - Vamos tomar um banho e um remédio, o que acha?
- Lemedio luim papai, Dlew não gota - ele fez careta.
- O remédio ajuda a curar o dodói. - Ucker explicou trancando a porta do escritório e indo em direção ao quarto.
Algumas horas depois, Dulce chegou em casa cansada. Além da reunião que fora extremamente cansativa, teve que convencer Zach a se examinar com o médico de Ucker por causa do braço, e ainda ser escoltada por dois soldadinhos de Ucker. Quando ela bateu a porta da garagem e andou em direção à sala, tudo o que queria era dar uns bons tapas em Ucker, além claro de tomar um banho e ver o seu neném.
Ela subiu o enorme lance de escadas e se direcionava para o seu quarto quando encontrou com uma empregada.
- Ei - ela a chamou - onde está o Uckermann?
- O senhor Uckermann está no quarto do menino Andrew.
Dulce a dispensou com um gesto e olhou para os lados desconfiada. Andou até o quarto do filho e abriu a porta temendo o que encontraria, mas o que viu foi Christopher e Drew dormindo esticados e abertos, como se fossem os donos do mundo.
- Tão iguais - ela suspirou fechando a porta e caminhando até a cama.
Ela se sentou aos pés de Ucker e o observou com carinho. Depois se direcionou para o filho e sorriu emocionada, não se lembrava de tê-lo visto tão feliz.
Ucker se remexeu um pouco na cama e acordou. Ficou observando Dulce por alguns momentos, antes de sorrir e a catucar com o pé. Ela deu um pulo de susto e quando viu que ele ria, lhe deu uns tapas.
- Não faça isso, idiota. - ela reclamava.
- Chegou faz muito tempo? - ele perguntou coçando o olho.
- Menos de dez minutos - ela deu de ombros - Foi uma reunião desgastante.
Ucker sorriu se lado e se sentou na cama.
- Que horas são? - ele perguntou se alongando.
- Quase seis. - ela respondeu fazendo carinho em Drew.
- O pescoço dói? - ele perguntou indo para trás da ruiva.
Dulce riu pelo nariz e tentou virar o pescoço, mas gemeu de dor.
- Nem comece com as suas saliências Christopher, faça o favor.
Ucker pousou suas mãos no topo das costas dela e afastou o cabelo da nuca para cima do ombro.
- Que saliências? - ele se fez de inocente - Não posso oferecer uma massagem nas costas para a minha namorada?
Dulce riu nervosa.
- Namorada onde, meu filho? - debochou - Sou solteira, SOLTEIRA.
Ucker não ligou e fez uma breve pressão no pescoço dela.
- Relaxe - ele pediu, começando uma massagem.
- Só porque tá doendo pra cacete - ela disse, fechando os olhos.
Ucker sorriu e continuou a massagem. Passados alguns momentos, quando ele viu que Dulce estava muito relaxada, ele lhe deu um singelo beijo na nuca.
- Sem saliências - ela repetiu, com a voz mole.
- Deixa de ser chata e aproveita, Dulce.
Ele continuou beijando a sua nuca causando arrepios nela. Suas mãos logo foram ficando mais atrevidas e acabaram por virá-la para ele, assim os dois dão um beijo quente, intenso e cheio de paixão, sentindo as línguas se aproveitarem e dançando entre si.
- Mamãe? Papai? - Eles ouviram Drew chamar com a voz sonolenta.
Eles se separaram rapidamente e Ucker soltou um suspiro frustrado quando viu o menino sentado na cama, coçando o olhinho.
- Mamãe e papai se besando - ele disse lentamente.
- Não meu amor, o papai e a mamãe estavam só conversando - Dulce mentiu, puxando o menino para o colo.
- Eu vi, tava besando sim - ele disse, firme.
- Andrew, eu disse que não - Dulce falou severa - É hora do jantar, vamos descer?
Ela colocou o menino no chão e ele foi andando desengonçado até a porta.
- Vamos terminar isso. - Ucker garantiu em seu ouvido.
- Não, não vamos. - Dulce respondeu, mas com tão pouca convicção que fez Ucker rir pelo nariz.
Ele sabia. Ela já estava na dele.