Ucker sorriu malicioso e mordeu a ponta da orelha de Dulce.
- Pode deixar. - ele respondeu.
Dulce sorriu e puxou os cabelos dele para lhe dar um longo beijo.
- Não seja rápido. - ela continuou entre os beijos.
- Jamais seria - ele disse - Achei que era apenas uma condição.
Dulce riu fraco e o beijou com intensidade.
- Estou com saudades. - ela admitiu, tomada pela excitação.
- Também estou - Ucker disse descendo os beijos para o seu pescoço - Estou com muita saudade, muita.
O clima estava quente. As mãos de Ucker passeavam pela lateral do corpo de Dulce, indo de seus seios até as suas coxas e voltando. Dulce puxava com certa força o cabelo dele e estava perigosamente ofegante quando os dois ouviram batidas na porta.
- Car·alho - Ucker xingou.
- Dude? - era Poncho - Melhor vocês descerem.
Dulce estava ofegante, mas se sentou rapidamente na cama, assustada.
- Não pode esperar até amanhã? - Ucker perguntou olhando para o seu membro duro na calça.
- De jeito nenhum. - Poncho respondeu, parecia preocupado. - Desçam, rápido.
Os dois ouviram os passos indicando que Poncho havia saído de trás da porta, então Dulce se levantou e vestiu um curto robe de seda preto e os dois desceram as escadas apressados. A cena que ambos menos esperavam encontrar era Poncho, Christian, Jack e Maite se entreolhando apreensivos.
- O que aconteceu? - Ucker perguntou cruzando os braços.
- Uma tal de Pam morreu. - Jack disse, alisando um envelope amarelo.
- Pam? - Dulce repetiu algumas vezes até se lembrar - Ela era gerente de uma boate minha.
- Ah, não sabia - Jack disse - Ela foi encontrada morta.
Dulce pôs as mãos na boca, em estado de choque.
- Morta? - ela perguntou, assustada.
- Foi assassinada. - Poncho continuou - Encontraram seu corpo no seu apartamento, ela não era vista a dias.
- Meu Deus. - Dulce murmurou se sentando na poltrona.
- O esquisito é que encontramos um bilhete parecido com aquele que achamos com Lewis.
- Sério? - Ucker perguntou se sentando no braço da poltrona de Dulce.
- Sim. - Christian disse - Tem até o mesmo símbolo.
Dulce pegou o envelope que Jack estendia e o abriu.
- DESGRAÇADO! - ela gritou depois de ler e jogou a carta com força no tapete.
Ucker a pegou e leu.
- Mas que merda ele está pensando? - Ucker perguntou.
- Não sei, mas... - Christian disse - Temos que pegá-lo logo.
Maite apanhou a carta pela primeira vez e a leu em voz alta.
- "Sim, vocês acham que estão seguros. Sabem, nem mil seguranças serão capazes de me deter. Eu vou pegá-los, um por um, e vocês vão me pagar".
Ucker engoliu em seco.
- Aumentem a segurança de todos. Inclusive de Anahí, Zachary, Julian e Louis.
- O que faremos com esse louco? - Maite perguntou.
- O que nós, homens, faremos. - Christian corrigiu.
- Está certo, cara - Jack assentiu - É perigoso demais pra você, maninha.
Dulce encarou Ucker.
- O que todos nós faremos? - Dulce disse, dando ênfase em todos nós.
- Dul, eles tem razão. - Ucker passou a mão pelo rosto - Deixe que nós resolvemos isso.
Dulce se levantou.
- Eu vou ajudar querem vocês gostem ou não. Meus amigos e o meu filho estão correndo perigo, não vou deixar vocês se vingarem desse filho da puta sozinhos. - E subiu as escadas pisando forte no chão.
Mas não foi para o quarto, e sim para o do seu filho. Tirou o robe, se aninhou ao corpo do filho e dormiu com um mal pressentimento.
No dia seguinte, quando ela acordou, Drew ainda dormia tranquilo ao seu lado. Ela acordou o pequeno, tomaram banho juntos, depois ela o arrumou e se arrumou para o café da manhã. O sol brilhava com intensidade do lado de fora da casa e iluminava os seus cômodos pelas enormes janelas. Dulce esqueceu por alguns momentos da carta maldita e aproveitou o tempo livre para brincar com Drew na sala de estar. Pediu para as empregadas prepararem salada de frutas e comeu com o filho em um balanço do jardim da casa, enquanto ele lhe contava tudo sobre um episódio das tartarugas ninjas.
- Ele está enorme. - Annie comentou se sentando ao lado da amiga.
- Hey - Dulce a abraçou - Quanto tempo - as duas riram.
- Fiquei sabendo da carta - A loira disse - Ucker colocou um bando de seguranças atrás de nós.
- Sinto muito. - Dulce falou observando o filho - É só até conseguirmos matar o idiota do Will.
- Acha que vão conseguir mesmo? - Annie se perguntou - Ele e o Ucker tem essa rixa a tanto tempo, podia ter tentado acabar com ele antes.
Dulce pensou por um momento.
- No fundo, o Ucker sempre quis o Will vivo. Pra provar que é melhor do que ele. - Dulce deu de ombros - Mas ele chegou ao limite, ameaçou o Andrew. O Ucker não suportou isso.
- Ele está certo. - Annie aprovou.
Dulce assentiu e comeu a última colherada de salada de frutas.
- Temos que ir receber uma carga, daqui a pouco. - Annie olhou o relógio.
- Ah, sim, verdade. - Dulce limpou a boca. - Vou pedir pro Ucker cuidar do Drew, certo?
Dulce se levantou e colocou o menino no colo.
- Vou esperar na sala. - Annie avisou e entrou pela porta principal, enquanto Dulce entrou pela porta da cozinha.
Ela subiu as escadas com Drew no colo e bateu duas vezes na porta do escritório antes de a abrir e encontrar Ucker sentado, lendo um livro grosso.
- Achava que você não sabia ler. - Dulce debochou.
- Claro que eu sei ler, idiota. - Ucker fechou o livro - É um arquivo de documentos.
- Documentos e mais documentos - Dulce riu.
- O que lhe tras aqui? - Ucker perguntou estendendo os braços e pegando o filho no colo.
- Vim lhe trazer este humilde presente - Dulce brincou apontando para Drew.
- Vai sair? - O loiro perguntou fazendo graça para o filho.
- Sim, tenho uma carga para receber.
Ucker a olhou de forma maliciosa.
- Bem que poderíamos terminar o que começamos ontem. - mordeu os lábios.
Dulce corou e olhou para o chão.
- Ucker, olha... - ela sussurrou - acho que aquilo foi um erro.
- Um erro? - ele repetiu, sem entender.
- É, um erro. Estamos confundindo as coisas, olha, eu não vou voltar pra você e em dez dias estou voltando para casa e vamos nos ver cada vez menos.
- Dulce, eu estou arrependido por tudo que fiz a você! - ele gritou.
- E eu te perdoo, Ucker, mas não quero voltar. - Dulce disse, com vontade de chorar.
- Por que? Eu estou aqui fazendo um puto papel ridículo pra você me desculpar e nós voltarmos e você não quer voltar?
- Você não me entenderia, Christopher. - Dulce retrucou - E eu preciso sair.