Eram nove e meia quando Dulce acordou com alguém lhe chacoalhando.
- Acorda vadia, tá com a vida ganha por acaso? - Era Anahí.
- Ai sua quenga, o que você quer?
- Esqueceu que vai chegar hoje sua primeira carga de maconha, ô manda chuva? - Ironizou.
- É ... é mesmo! - Bocejou - Que horas são?
- Nove e meia, a carga chega em quarenta minutos. É bom você cuidar.
Dulce levantou e andou - Se lê arrastou - até o banheiro, onde tomou um rápido banho de água gelada, escovou os dentes e secou os cabelos com o secador. Saiu de lá e foi até o closet, e colocou uma roupa básica.
- Pronto, senhorita paciência - Disse entediada.
- Temos vinte minutos pra chegar lá, não vai ficar de papo com o todo poderoso não, viu? - Annie avisou.
Dulce rolou os olhos e desceu as escadas, com Annie atrás. Passou pela sala e escutou alguns barulhos da cozinha, os idiotas deveriam estar lá. Sorriu cumplice e andou até lá, sentando na cadeira ao lado de Christian.
- Bom dia - Disse, sorridente.
- Vai aonde? - Christopher perguntou.
- Sair com a Annie - Apontou a loira no batente da porta.
- Pra onde? - Perguntou vendo a ruiva pegar uma maçã e morder.
- Não te interessa. - Ela disse se levantando e dando um beijo na bochecha dele.
- Claro que me interessa - Disse ainda extasiado pelo beijinho.
- Eu vou receber uma carga de drogas, satisfeito? - Disse rolando os olhos e indo até a porta.
- Muito - Disse indiferente e voltou a conversar com os meninos.
Dulce sorriu e foi com Annie até seu AudiR8, entraram e deram partida para seu depósito. Christopher continuou a conversar com os amigos.
- Senhor Uckermann? - Era Lucia, a empregada gostosinha da casa.
- Diga - Ele disse, indiferente.
- Chegou correspondência para o senhor, e os senhores Perroni, Chavez e Herrera.
- Tudo bem. - Tomou um ultimo gole do suco e pegou as cartas. Lucia de retirou.
- Cara, já comeu ela? - Christian perguntou com um olhar safado.
- Não. - Ucker deu de ombros distribuindo as cartas.
- Wooooow - Jack disse - Festinha do Watson - Mordeu os lábios.
- Quando vai ser? - Ucker deu de ombros colocando a carta na mesa.
- Sábado. - Christian disse lendo o convite.
- Maite também recebeu? - Poncho perguntou, Jack assentiu.
- Merda de ressaca - Christian bateu a mão na mesa.
- Bem feito - Christopher disse, rindo.
- Saiu cedo porquê, dude? - Jack perguntou.
- Vim trazer Dulce em casa, acredita que o tal cara lá era mandante do Will?
- Filho da puta .. - Poncho murmurou.
- Tentou matá-la. - Ucker afirmou.
- E claro, você chegou lá e impediu - Christian disse.
- Não ... ela quem o matou. Azeitona no meio da testa irmão - Christopher riu.
- Vai fazer o que hoje? - Jack perguntou.
- Tenho uma reunião mais tarde .. preciso que vocês vão receber uma carga de cocaína na pista de pouso clandestina.
- Quem vai tá lá? - Poncho perguntou.
- Antony. Tomem cuidado, esse cara é malandro.
- Não mais que nós - Jack se achou.
- E agora eu tenho que ir dar uma passada, recolher o dinheiro das boates.
- Opa, é nois - Christian se animou.
Dulce já estava estressada com aquele cara querendo se meter a besta.
- Escute aqui - Chamou a atenção dele - Vai liberar ou não a porra da carga?
- Calma, querida - Ele disse - Eu quero saber como, uma garotinha tão jovem tem tanta grana.
- Isso não é da sua conta, velho barrigudo - Disse já com raiva - Que fique claro que essa será a primeira e a ultima vez que faço negócio com você.
- Calma, calma. Que estresse!
- É, eu sou estressada mesmo. Vai liberar ou não a droga da carga? Olhe que não vai pegar bem quando os traficantes de Miami souberem o quanto sua carga é ruim.
- Não teria coragem de espalhar isso.
- Não se meta a besta comigo, velhinho. - Disse brincando com a caneta.
- Certo mocinha, aqui está o contrato.
Dulce tinha uma cópia que já tinha lido, então logo assinou. Chamou Annie que veio com duas maletas cheia de dinheiro e com isso, o homem liberou a carga de maconha.
- Foi bom fazer negócios com você - O homem estendeu a mão.
- Pena que não posso dizer o mesmo - Se virou deixando o pobre homem no vácuo.
Quando Dulce passou em casa, Paz lhe entregou os convites para a festa de um tal de Watson, que Dulce jogou no porta luvas sem ao menos ler. Depois de deixar Annie na casa, se mandou para a casa do poderoso chefão. Chegando lá o procurou para implicar e não encontrou.
- Ei, você - Chamou a empregada - Onde estão os inúteis que moram aqui?
- O Sr. Christopher disse algo sobre recolher dinheiro das boates. - Disse enquanto espanava a mesa de centro.
Pensou nisso e não gostou. Não sabe se é uma boa para o plano Christopher num lugar infestado de vadias. Voltou para o carro e ligou para ele.
- Alô? - Ele perguntou, sem reconhecer o número.
- Oi. Sou eu, Dulce. Onde que você tá? - Disse tentando fazer sua voz soar angelical.
- Estou numa das minhas boates. E você? - Perguntou confuso.
- Eu posso ir até ai? - Ele afirmou - Qual delas? - Disse anotando na mão. Graças a Deus não era a boate que ela havia trabalhado durante um dia.
Ligou o carro e voou pelas ruas até chegar no local que queria. Ainda no carro, tirou o tênis e o casaco, colocando um salto branco que tinha por ali para emergências, e um colar enorme de coruja que tinha na sua bolsa. Desceu do carro e andou até aquele lugar sujo e nojento. Quando entrou, sentiu seu sangue evaporar de ódio ao notar Christopher olhando descaradamente para os peitos de uma vadia. Não, não e não. O plano está indo pro brejo. Se recompôs e andou até ele, os saltos quicando no chão.
- Oi - Disse se aproximando mais de Jack e Poncho.
- Falaê, gostosa - Jack disse molhando os lábios.
- Repete e eu quebro os teus dentes - Dulce respondeu, e riu.
- Gatinha estressada - Poncho brincou e também riu.
- Tá fazendo o que por aqui? - Ucker disse, a fazendo se virar para ele.
- Oi Christopher. Vim só dar uma olhadinha no teu local de trabalho. Meio escroto isso aqui né? - Sorriu maldosa.
Mais uma favoritação! Muito obrigada! :)
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