Christopher sentiu seu corpo tremer; Estava apavorado. Alfonso correu assustado e logo se pôs em sua frente, ofegante.
- O que foi dude? - Perguntou sacando a arma.
Ucker nada conseguiu falar, apenas mostrou o bilhete e a mecha de cabelo a Poncho, que leu rapidamente e o olhou assustado.
- Ele a levou? - O moreno perguntou.
- Levou - A voz de Christopher saiu vazia.
Ele sentiu seus músculos vacilarem, e caiu no chão. Fitou a grama perplexo. Ele havia levado, e quem sabe o que faria? Cada pensamento era mais bizarro do que o outro, e mais pertubador. Se acontecesse algo a Dulce, de quê valeria viver?
DULCE OUVIU o falar de alguém. Quando abriu os olhos estava sentada em uma cadeira, amarrada e no meio do mato. Assustada, se mexeu rapidamente e chamou a atenção de dois vultos que pararam de conversar e a olharam.
- Onde estou? - Ela perguntou, olhando para os lados e sentindo calafrios - ONDE EU ESTOU? - Gritou irritada, se debatendo nas cordas.
Os vultos não responderam. Estavam vestidos e encapuzados, apenas com os olhos a mostra. Um tinha olhos verdes, e uma horrível cicatriz na sobrancelha, e o outro tinha olhos tão castanhos que chegavam a ser negros. Se aproximaram da ruiva, quebrando galhos com os passos, fazendo um estrondoso barulho que, no silêncio, era assustador.
- SAIAM DE PERTO DE MIM! - Dulce gritou, e a única coisa que viu antes de uma insuportável dor no maxilar e sua vista marejar, foi o homem de olhos verdes se preparar para dar um soco.
- Vai ficar caladinha! - O mesmo homem disse, e voltou a se afastar com o de olhos castanhos.
Dulce olhou em volta, tudo que via era uma fogueira, o resto da mata estava um breu. Sentiu um gosto metálico na boca, era sangue. Com o golpe, mordeu a lingua profundamente, e agora tudo o que conseguia era cuspir o sangue que insistia em jorrar de sua boca. Quando sentiu se havia terminado, se deu conta de que sentia sede; Mas não pediria água a aqueles filhos da puta, não mesmo! Mas sua boca estava ficando seca, e mais seca, e quando viu, nem saliva produzia mais.
De repente ,viu três vultos a rodearem. Os Dois que estavam atrás eram os homens encapuzados, e o terceiro, que estava em sua frente, era um homem pardo, de cabelos negros e olhos castanhos. Ele era alto, e forte. Usava um casaco de couro preto e um tênis vermelho. Dulce sustentou seu olhar por algum tempo, mas sabia que não responderia pois seu corpo clamava por água.
- Então essa é a vadia do Uckermann ... - O homem na sua frente falou, a analizando.
- Vadia é a puta que par/iu você - Dulce replicou com ódio.
- E é uma cadela corajosa - O homem riu, os capangas o acompanharam - Sabe com quem está falando?
- Não faço idéia - Dulce admitiu - Mas me fale, assim eu posso acabar com você quando o Ucker me salvar - Cuspiu nos pés do imbecil.
- Está falando com Willian Baker, sua puta, e é bom começar a me respeitar - Will pegou um pequeno canivete e cortou do lado da sombrancelha esquerda de Dulce, um pequeno ferimento em forma de W. - Então foi você quem matou o meu homem?
- O que você fez ao Chaz! - Dulce berrou - Ele era meu amigo! VOCÊ MATOU O CHAZ, EU NÃO TIVE CULPA!
- Não fui eu quem joguei ácido nele ... nem muito menos quem atirou. - Will falou sorrindo, feliz por estar perturbando Dulce.
- Cala a boca! - Dulce gritou - Como ... como você sabe que joguei ácido nele?
- Isso não importa! O que importa é que ele era meu homem de confiança, e o Uckermann o matou .. - Will ponderou - Então nada mais justo do que acabar com a vadia dele. - Finalizou.
CHRISTOPHER DIRIGIA A TODA VELOCIDADE PELA avenida, com Poncho no carona. Ele falava pelo telefone enquanto Ucker acelerava pela estrada, atravessando todos os sinais e todas as regras.
Nada disso importava, tudo o que importava no momento era encontrá-la.