Fanfic: Ao seu lado | Tema: Romance

No dia seguinte Anne não apareceu na faculdade. Fiquei um pouco preocupada, por não saber quem era o cara que a carregou na noite passada e principalmente por ela não ter dado noticias quando chegou em casa. Talvez ela tivesse tomado um porre daqueles e não aguentou levantar da cama nesta manhã, ou o cara fortão a sequestrou. Na pior das hipóteses, a notícia já teria se espalhado. Então, enquanto o sinal para a primeira aula não batia resolvi mandar um SMS perguntando por ela, que obviamente não respondeu.

Entrei para a sala pouco depois de o sinal bater. O Loirão-feat.-Gato-Eduardo estava lá, com maior cara de ressaca. Depois de eu falar com ele não o vi mais, o Jhon’s estava tão cheio que não tive tempo nem de pensar em olhar com mais atenção as pessoas que eu atendia. Resolvi me sentar na carteira vaga a sua frente e imediatamente o vi dando um belo sorriso.

- Bom dia morena! – Uau! A voz de ressaca é ainda mais atraente.

- Bom dia Edu! Por sua cara já vi que está de ressaca. – Sorrio

-Infelizmente! – Ele passa a mão nos cabelos.

- Então. Você viu com quem a Anne foi embora? Estou preocupada por que não deu notícia nenhuma e nem veio a aula hoje.

- Olha, esbarrei com ela algumas vezes, mas sempre estava acompanhada de duas meninas! Acho que ela brigou com o namorado, não me explicou direito. Enfim, depois disso não a vi mais.

- Ai meu Deus. Obrigada Edu. – Digo tentando ser simpática. Ele sorri mais uma vez e me manda uma piscadinha.

O resto da aula foi tranquila. Tive que fazer dupla com o Eduardo para fazer um trabalho (por que a Anne não estava presente e eu não conhecia mais ninguém), mas no final não foi tão ruim. Conversamos sobre a festa no sábado e ele disse que ficaria boa. Sinceramente estava até gostando da ideia.

Dessa vez quem me ofereceu o almoço foi ele, e eu – claro – recusei!

- Agradeço mesmo a sua gentileza, mas eu vou passar na casa da Anne pra saber se tá tudo bem com ela e tal.

- Então tudo bem. Se a encontrar mande melhoras a ela. – Como assim “SE a encontrar?”. O Eduardo já estava me escondendo coisas? Não era possível. Ou era uma grande piadinha de mal gosto, eu ele sabia mesmo de algo. Ou era só paranoias da minha cabeça.

- Ok! – Digo e entro no meu carro. – Tchau!

Fui até a casa de Anne, que graças a Deus estava bem (não tão bem assim). Quando ela abriu a porta e eu a vi, tomei um susto. O rosto inchado estava ainda borrado de maquiagem, o cabelo exalava o cheiro de bebida e o mau humor estava dos piores.

- Anne minha amiga! Que derrota é essa? – Pergunto completamente assustada.

- Eu preciso comer. Entra e faz um almoço urgente por favor! – Ela diz com a voz meio grogue.

- Ok! – Entro e fecho a porta. – E você vá tomar um banho e se recuperar pra gente poder conversar.

Ela só fez que sim com a cabeça. Fui até a cozinha e comecei a preparar o almoço. Fiz uma comida bem simples, mas com bastante verduras e legumes para acordar Anne de vez. 15 minutos depois de o almoço ficar pronto ela aparece na cozinha, muito melhor agora.

- O cheiro tá bom.

- Sou cozinheira nata meu amor! – Brinco e ela ri. – Vem se servir.

Servimos os nossos pratos e sentamos na bancada para comer. Contei a ela os últimos eventos acontecidos com o Eduardo, e ela tirou a conclusão que ele estava de olho era em mim e que eu poderia negar mil vezes, mas eu também estava de olho nele.

- Ok, confesso, acho ele bonito sim. Mas não é o caso de querer beijar ele loucamente. Por que isso eu não quero mesmo. – Digo depois de beber um gole do meu suco.

- Eu sabia! Desde o dia que ele chegou. E se ele pedir você vai sim ficar. Com a gente não tem tempo ruim.

- Com você não tem tempo ruim né?

- Aqui é oito ou oitenta. – Ela dá uma piscada.

- Talvez seja por isso que saiu carregada pelo fortão ontem! – Foi a melhor forma que eu achei de tocar no assunto.

- Ele é só um amigo Isa, relaxa!

- Tem certeza? – A olho com dúvida.

- Ta bom, ta bom. A gente ficou, e talvez tenha rolado algo mais, mas fica tranquila, a situação está no controle. Totalmente.

- Anne!!!! – Olho para ela séria.

- O que?

- E o Lucas mano? Fica como nessa situação toda? Olha o que você está aprontando com o garoto!

- O Lucas? É sério que você leva a sério essa história de Lucas? Você sabe bem que ali é só pra tirar a carência. – Ela parece completamente despreocupada com a questão toda.

- Ok! Mas ele gosta de você. E quer saber por que ele não te pede em namoro? Por que você fica aprontando por aí. Beijando outros caras enquanto ele quer te dar valor.

- Isa, ele não dá a mínima pra mim. Eu gosto dele, mas ele tem que crescer. Eu não sou boba, é diferente de aprontar. Dou o troco na mesma moeda, apenas isso.

- Olha, eu não estou entendo mais nada.

- O Lucas ficou com outras quatro ontem Isabel. É isso. E o desgraçado não teve a cara de pau de vim me contar, quem contou foi um amigo que estava lá e viu. Agora você vem me dizer que eu é quem não dou valor? Eu sei que as vezes pareço não me importar com ele, mas sempre foi troco do que ele também faz comigo. Se eu não me importo é por que ele também não, se eu fiquei com outro, é por que ele também ficou com outra. Nunca prometemos fidelidade um ao outro, mas também não dizemos que era um “relacionamento aberto”, se é que isso existe! Eu só não quero ser trouxa na mão de otário, entende? O Lucas vai ter meu valor quando ele começar a dar valor.

- Uau! – Uau! Foi a única coisa que consegui dizer. Como o Lucas pode fazer uma coisa dessas. Mas já era de se esperar dessa “relação” qualquer coisa mesmo. Mas... Uau!

- Eu já quero é dar um basta nisso tudo sabe? Sei lá, acho que depois de tanto tempo “tentando” percebi que não vai dar certo mesmo.

- Olha, eu realmente não pensei que uma coisa dessas aconteceria vindo dele. Ele sempre me pareceu um cara legal, e muito na dele. Tô de cara!

- Pra você ele é um anjinho mesmo. – Ela disse enquanto se levantava e ia até a pia com os pratos na mão.

- Quer saber? Apoio vocês dois, mas apoio mais ainda você solteira... ou sei lá, pelo menos sem nenhum peguete! Além disso, estamos na faculdade agora, o que possibilita muito a nossa presença confirmada em festas, onde terá variedades de meninos pra escolher beijar.

- Até parece. A maioria das vezes você nunca beija ninguém.

- Claro! Eu nunca acho um cara legal, que saiba levar um papo bacana pra beijar.

- Por isso que eu não fico enrolando muito. Se é gato eu pego mesmo.

- Eu sei... Mas então, falando em festas, tem essa que te falei no sábado e parece que vai ficar boa. Você anima a ir?

- Vai ser aonde mesmo? – Ela pergunta já terminando de lavar a louça.

- Eu não sei por que o Eduardo não falou. Mas tem o endereço no convite e tal.

- Eu animo ir sim. Animo muito por que os caras que estudam a tarde com certeza estarão lá também. – Ela pisca.

- Então combinado.

Ajudei Anne a terminar de arrumar as coisas e passei boa parte da tarde com ela. Quando estava indo embora aproveitei pra dar uma passada na casa da minha mãe, que insistiu que eu ficasse mais um pouco. Infelizmente eu não poderia, tinha que ir trabalhar.