Fanfics Brasil - Capítulo Vinte e Quatro Em busca de Cinderela [Adaptada] - Finalizada

Fanfic: Em busca de Cinderela [Adaptada] - Finalizada | Tema: AyA; Ponny


Capítulo: Capítulo Vinte e Quatro

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Não consegui dar uma explicação para meus pais quando voltei em casa para pegar as chaves do carro. Eles pediram desculpas, achando que tinham feito algo errado. Ficaram se sentindo mal por causa das piadas, mas não consegui nem tentar tranquilizá-los de que o problema não tinha sido esse. Não consegui fazer isso porque não faço ideia de qual seja o problema. Mas preciso descobrir isso hoje de qualquer jeito.


 


Agora mesmo.


 


Estaciono e desligo o motor, aliviado ao ver o carro dela na entrada de casa. Saio do carro, bato a porta e vou na direção da porta de entrada. Antes de chegar na varanda, desvio para a lateral. Pela maneira como saiu lá de casa, sei que ela não entraria pela porta de jeito nenhum.


 


Ela entraria pela janela.


 


Chego no quarto dela e a janela está fechada, assim como as cortinas. O quarto está escuro, mas sei que ela está lá dentro. Não vai adiantar bater, então nem me dou ao trabalho. Ergo a janela e afasto as cortinas para o lado.


 


— Any — digo com firmeza. — Respeito sua regra da janela, mas agora está sendo impossível fazer isso. A gente precisa conversar.


 


Nada.


 


Ela não diz nada.


Mas sei que está no quarto.


Dá para escutar o choro, bem baixinho.


 


— Vou para o parque. Quero que me encontre lá, está bem?


 


Vários instantes de silêncio se passam até que ela responde:


 


— Alfonso, vá pra casa. Por favor.


 


Sua voz está baixa e fraca, mas ouvir a mensagem por trás dessa voz triste e angelical é como ser apunhalado no peito.


Eu me afasto da janela e chuto a parede, frustrado.


Ou de raiva.


Ou de tristeza ou de... Merda.


De tudo.


Eu me inclino para dentro do quarto dela e agarro o caixilho.


 


— Vá me encontrar no maldito parque, Any! — digo, bem alto. Minha voz está com raiva. Eu estou com raiva. Ela está me irritando pra cacete. — A gente não é de fazer esse tipo de coisa. Você não é de fazer esses joguinhos. Você me deve uma explicação, porra.


 


Eu me afasto da janela e me viro na direção do meu carro. Ando menos de dois metros e minhas mãos começam a subir e descer pelo meu rosto, com vontade de esmurrar o ar à minha frente.


Paro de andar e fico sem me mexer por alguns instantes, enquanto tento encontrar paciência. Está em algum lugar dentro de mim. Volto para perto de sua janela e odeio o fato de agora ela estar chorando bem mais alto, apesar de tentar abafar o som com o travesseiro.


 


— Escute, linda — digo, baixinho. — Me desculpe por ter falado de forma tão grosseira. E por ter dito palavrão. Eu não devia falar assim quando estou chateado, mas... — Inspiro fundo. — Mas caraca, Any. Por favor. Por favor, vá me encontrar lá no parque. Se não aparecer por lá na próxima meia hora, pra mim já era. Já aturei muito essas palhaçadas com Cláudia e não vou passar por isso de novo.


 


Eu me viro, e dessa vez consigo chegar até o carro antes de parar e chutar a terra.


Volto até a janela dela.


 


— Não estava falando sério quando disse que pra mim já era se você não aparecer no parque. Se não for, ainda assim vou querer ficar com você. Só vou ficar triste. Porque a gente não faz isso, Any. A gente não foge um do outro. Somos você e eu, linda.


 


Fico esperando uma resposta por bem mais tempo do que precisava. Ela não fala nada, então volto para o carro, entro e dirijo até o parque, esperando que ela apareça.


 


***


 


Vinte e sete minutos se passam antes que o carro dela finalmente pare numa vaga. Não estou surpreso por ela ter aparecido. Eu sabia que ela viria. Sua reação foi totalmente atípica, e sei que só estava precisando de um tempo para assimilar tudo.


 


Observo-a se aproximar de mim devagar, sem me olhar nenhuma vez. Ela continua com os olhos fixos no chão até passar direto por mim. Então se senta no balanço ao meu lado, segura as correntes e apoia a cabeça no braço.


 


Fico esperando ela começar a falar, sabendo que provavelmente não vai fazer isso.


E não faz.


Passo as mãos pela corrente até elas ficarem na mesma altura da minha cabeça, em seguida me apoio no braço, imitando a posição dela.


 


Nós dois ficamos encarando em silêncio a noite escura na nossa frente.


 


— Depois que você foi embora naquele dia — digo. — Eu não sabia direito o que você queria que eu fizesse. Fiquei me perguntando se você também pensava em mim ou se tinha mudado de ideia. Se você queria que eu tentasse encontrá-la.


 


Inclino a cabeça e olho para ela. Seu cabelo louro está atrás das orelhas e seus olhos estão fechados. Mesmo de olhos fechados dá para ver a mágoa em sua expressão.


 


— Passei dias me perguntando se você queria que eu fizesse isso. Fiquei esperando e esperando você voltar, mas você nunca voltou. Sei que dissemos que era melhor não saber quem éramos, mas juro que só conseguia pensar em você. Queria tanto que você voltasse que passei o quinto tempo naquela porra de armário todos os dias até o semestre acabar. O último dia de aula foi a pior coisa do mundo. Quando o sinal tocou e tive que sair do armário pela última vez, foi muito ruim. Ruim demais. Eu me senti um imbecil por estar tão obcecado por você. Quando conheci a Cláudia, eu me obriguei a sair com ela porque isso ajudava a não pensar no maldito armário o tempo inteiro.


 


Viro o balanço até ficar de frente para ela.


 


— Gosto de você, Any. Demais. E sei que isso parece a maior loucura, mas fingir fazer amor com você naquele dia foi o mais perto que já cheguei de realmente amar alguém até agora.


 


Viro o balanço para a frente e me levanto. Vou até ela, fico à sua frente de joelhos e ponho os braços ao redor de sua cintura.


 


Olho para Any e vejo a mágoa surgir em seu rosto no instante em que encosto nela.


 


— Any. Por favor, não deixe o que aconteceu entre a gente virar uma coisa negativa. Por favor. Porque aquele dia foi um dos melhores da minha vida. Na verdade, foi o melhor dia da minha vida.


 


Ela afasta a cabeça do braço e abre os olhos, em seguida olha diretamente para mim.


Lágrimas escorrem pelo seu rosto.


Meu maldito coração se parte.


 


— Alfonso — sussurra ela entre lágrimas.


 


Ela aperta os olhos e vira a cabeça como se nem conseguisse olhar para mim.


 


 — Eu engravidei.


 


 



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Autor(a): lenaissa

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 84



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  • ponnyyvida Postado em 25/04/2020 - 05:30:57

    Amei a fanfic <3 <3 <3 <3

  • franmarmentini♥ Postado em 26/01/2016 - 11:56:43

    linda história...pena que não acharam o filho e também queria ver mais sobre a intimidade deles..eles na faculdade...mas foi bem legal ;)

  • franmarmentini♥ Postado em 26/01/2016 - 11:38:45

    kkkkkkkkk até eu fiquei com medo desses irmãos da any kkkk

  • franmarmentini♥ Postado em 26/01/2016 - 11:33:22

    poxaaaaaaa

  • franmarmentini♥ Postado em 26/01/2016 - 11:16:27

    nossa...acabou...vou terminar de ler ela então...to com medo kkkkkkk

  • marques_ponny Postado em 01/01/2016 - 17:38:34

    Corações eternos pra essa fic!!!

  • dessa_ponny Postado em 16/11/2015 - 23:14:36

    Anemmm vc podia continuar essa fic tão perfeitaaa, q me da ate vontade de chorar oq acaboou, continuaa ela pf.

  • jessica_ponny_steerey Postado em 15/11/2015 - 22:16:08

    Eles deviam achar o filho poxa mas tirando isso a fic foi mto boa :)

  • franmarmentini♥ Postado em 05/11/2015 - 00:43:03

    Poxa eles tinham q achar o filho..pq faz pouco tempo q ela deu....nem q demorasse pra eles acharem poxa ;( ela ja ta arrependida q chega ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 05/11/2015 - 00:28:26

    Mas gente....cadê essa criança....


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