Fanfics Brasil - Epílogo - Parte I Em busca de Cinderela [Adaptada] - Finalizada

Fanfic: Em busca de Cinderela [Adaptada] - Finalizada | Tema: AyA; Ponny


Capítulo: Epílogo - Parte I

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— O que você tem, hein, Alfonso? — pergunta Bolota, batendo a caneta na mesa. Paro de tamborilar os dedos na superfície de madeira.


 


— Nada.


 


Não tinha percebido que meu nervosismo estava tão óbvio. Ainda mais para uma menina de 13 anos.


 


— Tem alguma coisa errada com você — diz ela, empurrando o dever de casa para o lado e dobrando os braços por cima da mesa, inclinando-se para a frente. — Terminou com a Any?


 


Balanço a cabeça.


 


— Não.


 


— Ela terminou com você?


 


— Nem a pau — digo, defensivamente.


 


— Se meteu em encrenca no colégio?


 


Nego com a cabeça e baixo o olhar para conferir a hora no meu celular. Mais dez minutos e irei embora. Só preciso de mais dez minutos.


 


— Você a engravidou? — pergunta Bolota.


 


Lanço um olhar para ela e minha pulsação acelera. Tecnicamente não posso responder que não, porque... bem.


 


— Ai, meu Deus — diz Bolota. — Você a engravidou? Alfonso! Papai e mamãe vão matar você!


 


Ela afasta-se da mesa no instante em que minha mãe entra na cozinha. Bolota leva as mãos até a boca, sem acreditar, balançando a cabeça, ainda me encarando. Não percebeu que minha mãe está atrás dela.


 


— Alfonso, você é burro? Só tenho 13 anos mas até eu sei o que é sexo seguro. Meu Deus, não acredito que a engravidou!


 


Estou balançando a cabeça, transtornado demais para dizer a ela que Any não está grávida. Minha mãe está paralisada, me encarando com os olhos arregalados. Ela cobre a boca com a mão no mesmo instante em que meu pai entra na cozinha. Bolota o escuta e se vira.


 


— O que foi? — pergunta ele. — Todos vocês parecem ter visto um fantasma.


 


Antes que eu tenha a chance de me defender ou desmentir as palavras que acabaram de sair da boca de Bolota, minha mãe se vira para meu pai. E aponta para mim.


 


— Ele a engravidou — sussurra ela, sem acreditar. — Seu filho engravidou a namorada.


 


Meu pai fica encarando minha mãe em silêncio. Sei que eu devia estar reagindo, negando tudo antes que eles fiquem nervosos demais, mas tecnicamente tudo o que estão dizendo é verdade. Sim, eu engravidei Any. No entanto, isso foi mais de um ano atrás e nenhum deles sabe, e nem precisa saber. Mas Any com certeza não está nada grávida nesse momento.


 


Disso eu tenho certeza. Estamos namorando há mais de três meses e tenho certeza de que vai demorar pelo menos mais três meses antes que ela me deixe partir o pão. Não gosto dessa analogia. Nem faz sentido.


 


Afogar o ganso?


Não, isso não é sexy o bastante.


 


Chegar nos finalmentes?


Nada disso. Vai ser mais um começo do que um fim.


 


Mandar ver?


Não. Brega demais.


 


Molhar o biscoito?


 


— Alfonso? — pergunta meu pai, me fazendo olhar para ele, que não parece feliz, mas também não parece zangado.


 


O que é estranho, pois acabaram de lhe dizer que provavelmente vai ser avô e só tem 45 anos. Ele está me olhando como se estivesse confuso. — Como é que Any pode estar grávida? — pergunta ele, balançado a cabeça. — Toda vez que sai com ela, você sempre volta para casa e toma um daqueles banhos constrangedoramente longos.


 


Meu Deus. Por que essas pessoas continuam tocando nesse assunto? Olho para Bolota e balanço a cabeça.


 


— Any não está grávida — digo para todos. — É Bolota que tem uma imaginação muito fértil.


 


Os três suspiram coletivamente. Minha mãe bate a mão no peito e diz, depressa:


 


— Ai, meu bom Deus, Jesus Cristo, puta* merda, graças a Deus!


 


Após tantas blasfêmias, ela exala para se acalmar. Bolota revira os olhos ao perceber que estou dizendo a verdade. Ela se senta no seu lugar na minha frente e puxa o dever de casa para perto outra vez.


 


— Bem, se ela não está grávida, então por que está tão nervoso?


 


Ah, é. Essa pequena distração quase me ajudou a esquecer tudo que está prestes a acontecer. Assim que meus planos para essa noite voltarem a invadir minha mente, vou ter que inspirar fundo para lembrar aos meus pulmões que eles precisam de ar.


 


— O que foi? — pergunta meu pai. — Ela terminou com você?


 


Deixo a cabeça cair nas mãos, frustrado por eles estarem sendo tão enxeridos.


 


— Não — digo, soltando um gemido. — Ela não terminou comigo. Também não terminei com ela. Ela não está grávida, não estamos transando, e não me meti numa encrenca no colégio! — Agora estou de pé, andando de um lado para outro.


 


Os três estão me vendo praticamente perder a cabeça. Por fim, me viro de frente para eles com as mãos bem firmes nos quadris.


 


— Só estou surtando um pouco, está bem? Era para eu estar na casa dela agora, porque ela quer que eu conheça seus irmãos. Todos eles. Tipo agora.


 


Meu pai parece achar isso divertido, o que meio que me deixa furioso.


 


— Quantos irmãos ela tem? — pergunta minha mãe.


 


Sua voz está tranquila, como se ela estivesse prestes a dizer as palavras de incentivo de que tanto preciso.


 


— Quatro. E são todos mais velhos do que ela.


 


A boca da minha mãe se transforma numa linha estreita enquanto ela assente delicadamente.


 


— Caramba — sussurra ela. — Você está ferrado, Alfonso. — Então se vira e vai até a cozinha.


 


Fico imóvel na mesma posição, me perguntando onde seus conselhos foram parar. Meu pai está balançando a cabeça, ainda com aquele sorriso irritante engessado no rosto.


 


— Não gosto mesmo de Any — diz ele. — Estou até começando a odiá-la. Já faz três meses e ela ainda não lhe entregou o troféu?


 


— Para, pai — digo imediatamente. — Você não tem permissão para falar da minha vida sexual. E, mais que isso, não tem permissão para usar essas analogias terríveis quando está falando sobre Any me fazer esperar.


 


Ele estende as palmas da mão defensivamente.


 


— Me desculpe. — Ele ri. — Além disso, às vezes esqueço que sua irmã não é adulta. — Ele dá um tapinha no ombro de Bolota. — Desculpe, Bolota. Nunca mais falo na sua frente que a namorada do seu irmão não acha que o sol é para todos — Ele puxa uma cadeira e se senta à mesa.


 


Bolota e eu soltamos um gemido na mesma hora.


 


— Pai — diz ela. — Acabou de estragar o meu filme preferido. Valeu mesmo.


 


Ele pisca para ela antes de se virar de novo para mim.


 


— Vai dar tudo certo. É só não ser você mesmo que eles vão acabar amando você.


 


Pego meu casaco no encosto da cadeira e o visto ao sair da cozinha.


 


— Vocês não prestam — murmuro enquanto saio de casa.


 



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Autor(a): lenaissa

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 84



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  • ponnyyvida Postado em 25/04/2020 - 05:30:57

    Amei a fanfic <3 <3 <3 <3

  • franmarmentini♥ Postado em 26/01/2016 - 11:56:43

    linda história...pena que não acharam o filho e também queria ver mais sobre a intimidade deles..eles na faculdade...mas foi bem legal ;)

  • franmarmentini♥ Postado em 26/01/2016 - 11:38:45

    kkkkkkkkk até eu fiquei com medo desses irmãos da any kkkk

  • franmarmentini♥ Postado em 26/01/2016 - 11:33:22

    poxaaaaaaa

  • franmarmentini♥ Postado em 26/01/2016 - 11:16:27

    nossa...acabou...vou terminar de ler ela então...to com medo kkkkkkk

  • marques_ponny Postado em 01/01/2016 - 17:38:34

    Corações eternos pra essa fic!!!

  • dessa_ponny Postado em 16/11/2015 - 23:14:36

    Anemmm vc podia continuar essa fic tão perfeitaaa, q me da ate vontade de chorar oq acaboou, continuaa ela pf.

  • jessica_ponny_steerey Postado em 15/11/2015 - 22:16:08

    Eles deviam achar o filho poxa mas tirando isso a fic foi mto boa :)

  • franmarmentini♥ Postado em 05/11/2015 - 00:43:03

    Poxa eles tinham q achar o filho..pq faz pouco tempo q ela deu....nem q demorasse pra eles acharem poxa ;( ela ja ta arrependida q chega ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 05/11/2015 - 00:28:26

    Mas gente....cadê essa criança....


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