Fanfic: O Preço da Paixão *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo IV

Dorothy parou com a caneca de café a meio caminho dos lábios e olhou-o com desconfiança.

— Que tipo de proposta?

Alfonso riu daquela reação.

— Estou em plena época do plantio e tem sido difícil porque não tenho ninguém para olhar Alan enquanto trabalho. Eu o tenho levado aos campos comigo, mas até um menino de cinco anos fica cansado de andar de trator depois de algum tempo. — Ele recostou-se na cadeira e sorriu, o ar de cansaço transparecendo em seu semblante. — Assim sendo, uma vez que você precisará de um lugar para ficar por algum tempo, eu me perguntei se estaria interessada em cuidar de Alan e fazer alguns serviços domésticos leves em troca de casa e comida. Talvez eu possa lhe pagar um pouco, mas não seria mais do que alguns trocados, receio. Tivemos alguns contratempos no ano anterior e as coisas estão um pouco apertadas aqui.

Dorothy observou-o com o renovado senso de respeito.

Primeiro, Alfonso dera um aspecto positivo às palavras do xerife no intuito de resguardar os sentimentos dela. E, agora, estava lhe oferecendo  uma oportunidade de aceitar comidas abrigo de uma maneira que  lhe preservava a dignidade.

Toda aquela generosidade deixou-a sem palavras.

— Não seria caridade. — disse ele, como se tivesse lido seus pensamentos. — Realmente preciso de sua ajuda. Acho que sua memória provavelmente voltará dentro de um dia ou dois. Ou isso, mas o xerife terá condições de identificá-la em breve. Mas, mesmo que for por poucos dias, você me fará um favor se decidir ficar.

— Obrigada. Eu aceito.

Alfonso abriu-lhe um sorriso que deixou transparecer uma grande tenura.

E algo mais... anseio, pensou ela. O clima na cozinha pareceu mudar de algum modo, e todos os seus sentidos ficaram aguçados.

Aqueles olhos verdes adquiriram uma intensidade que a traiu para mais perto dele, e Alfonso se inclinou na direção dela, os lábios sensuais se entreabrindo um pouco. Dorothy se sentia quase hipnotizada, atraída por aquele homem como se uma poderosa força a impelisse na direção dele.

Alan adentrou de repente pela porta dos fundos, sobressaltando os dois e fazendo-os endireitarem-se nas respectivas cadeiras.

— Terminei minhas tarefas. Posso mostrar os animais a Dorothy agora?

Ela abalou-se ao se dar conta de que seu rosto estivera a meros centímetros do de Alfonso e, por sua expressão, ele também estava desconcertado. Corando, correu a mão pelos cabelos loiros e sorriu para Alan.

— Claro, vou subir para me trocar e volto logo. —Aproveitando o pretexto para deixar a mesa, ela rumou para o quarto, grata pelo momento de privacidade para se recompor.

Alfonso praguejou por entre os dentes, enquanto afundava o forcado num amontoado de feno.

Ele quase a beijara! O que estivera pensando?

Céus, ela era provavelmente casada. Aliás, por que lhe pedira que ficasse? O xerife poderia até estar certo. Não, não podia acreditar que ela fosse uma criminosa.

Alfonso atirou o feno que penara de lado e espetou o forcado no chão, apoiando-se no cabo.

A quem estava enganando? Sabia exatamente por que pedira a ela para ficar.

Havia tanto tempo que não chegava perto de uma mulher bonita que estava perdendo a cabeça por causa de uma?

Não, não era aquilo.

Muitas mulheres tinham tentado se aproximar dele no decorrer daquele ano desde que Luma partira. Ele apenas não achara certo começar a ver alguém tão depressa. Não que achasse certo agora, naquelas circunstâncias.

Mas havia alguma coisa em Dorothy à qual não conseguia resistir.

Não sabia o que lhe dera na cozinha naquela manhã, de onde o forte magnetismo entre ambos surgira, mas sabia que não podia deixar aquilo acontecer outra vez.

Envolver-se com uma mulher apenas para vê-la sendo tirada dele, como certamente aconteceria, era insanidade.

Manteria o relacionamento entre ambos num nível meramente cordial e, quando a memória dela voltasse dali alguns dias, tudo acabaria.

Alfonso ouviu o riso melodioso dela de repente e avistou-a aproximando-se da cerca do curral com Alan, enquanto o garoto lhe mostrava os animais.

Dorothy estava tentadora num jeans e camiseta justos, que lhe emolduravam cada curva, os cabelos loiros esvoaçando com a brisa.

Alfonso respirou fundo e virou-se, arrancando o forcado da terra com um gesto brusco e tratando de retomar o trabalho.

Por que sempre tinha de se sentir atraído pela mulher errada?

HERRERA VEM NI MIM QUE EU SOU A CERTA *-----*

Ok me controlei..