Fanfic: O Preço da Paixão *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— A propósito, onde está Alan? Eu detestaria que ele entrasse aqui quando estivéssemos no meio de nossa... hã... dança.

— Não se preocupe. Ele está entretido diante da tevê. Começou a assistir O Mágico de Oz de novo desde o início, e eu lhe disso que pode assisti-lo de uma vez até o final.

Alfonso soltou um riso.

— Bem pensado. Mas achei que você fosse contra o uso do videocassete como babá. — Puxou-a mais para si, uma mão deslizando até o quadril dela enquanto a estreitava mais junto ao calor de seu corpo.

— Normalmente, eu sou, mas decidi fazer uma exceção. Além do mais, de que outro modo teríamos certeza de que ele não se moveria do lugar durante duas horas?

— Duas horas! —exclamou Alfonso, fingindo apreensão — Estou contente por ter tomado minhas vitaminas hoje de manhã.

— Eu também.

Lentamente, ele começou a dançar com Dorothy na direção de um amontoado de feno num canto do estábulo.

— Já fez amor sobre o feno antes?

— Não que eu possa me lembrar. Mas há uma primeira vez para tudo.

Embora Dorothy já tivesse podido comprovar sua inaptidão para certas tarefas domésticas, como usar o aspirador de pó, a lava-louças e, especialmente, o ferro de passar roupa... como as várias pequenas queimaduras em seus dedos podiam provar... ao menos, descobrira de fato uma razoável habilidade com a máquina de costura.

Conseguira terminar a fantasia de Alan bem a tempo do festival e orgulhara-se em comprovar que ficara boa quando o lindara a vesti-la e pintara-lhe bigodes no rosto.

Agora, enquanto vestia sua própria fantasia em seu quarto, refletia sobre o fato da vida na fazenda ser realmente feita de uma porção de altos e baixos. Mas poderia lidar com o que quer que livesse de enfrentar desde que tivesse Alfonso e seu amor e apoio.

Qual era o problema se ela se via diante de um contratempo corriqueiro vez ou outra? A maneira como Alfonso a fazia sentir-se era o mais importante de tudo.

Olhando para seu reflexo no espelho na jardineira de xadrezinho, que usava com uma blusa branca por baixo, ocorreu-lhe que a fantasia estaria longe de ser considerada um primor da alta-costura, mas não ficara má. E deveria ser uma boa maneira de quebrar o gelo com as pessoas que conheceria naquela noite.

Com entusiasmo renovado, sentou-se diante do espelho para prender os cabelos em duas tranças e fazer a maquiagem. Sua fantasia ainda era um segredo, e esperava que Alfonso a apreciasse quando ela descesse a escadaria para sua aparição triunfal.

Cerca de vinte minutos depois, Alfonso aguardava no vestíbulo, seu chapéu Stetson de domingo na mão, com Alan a seu lado. Afagou as orelhas de leão do menino e alisou as franjas de tecido que formavam sua juba.

Os olhos de seu filho permaneciam fixos na escada, enquanto aguardavam que Dorothy descesse. Quando, enfim, ambos a viram, Alan saltou de alegria e o riso bem-humorado de Alfonso preencheu o vestíbulo.

— Você se parece exatamente com a Dorothy do filme! — exclamou o menino, continuando a saltar tão vigorosamente que sua cauda de leão balançava.

— Devo dizer que sim, desde as tranças nos cabelos até os seus sapatinhos encantados. — Alfonso olhou para os escarpins vermelhos de Dorothy, aqueles com os quais a encontrara, e sorriu amplamente. — Bem, ninguém poderá acusá-la de não ter senso de humor.